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quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Investir é a única saída

Olá alunos,

a notícia de hoje nos traz um problema que já é notório em nosso país mas que até esse momento não teve nenhum comentário a respeito: a falta de estrutura do país. Falta de estrutura essa que encarece de forma exorbitante os custos de produtos e serviços. A notícia foi postada no O Globo e rende um ótimo debate. Espero que gostem.


Yuri Antunes Moreira
Monitor da Disciplina ''Economia Política e Direito'' da Universidade Federal Fluminense.


Melhorar e ampliar sistemas de transporte e telecomunicações, aumentar a oferta de energia e levar o saneamento básico a toda a população são as condições básicas para que o país mantenha uma taxa de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de 4% ao ano, como mostra este quarto e último caderno da série “Desafios Brasileiros”, sob o tema “Infraestrutura e Logística”.

A série “Desafios” é uma parceria inédita entre os jornais O GLOBO e “O Estado de S. Paulo”, que alcança 2,5 milhões de leitores no país.

Depois de ter consolidado a estabilização monetária, o Brasil se deparou com a urgência de superar gargalos. Para isso, tenta retomar o planejamento de longo prazo. Por décadas, o país ficou apequenado, limitado às trincheiras da guerra contra a inflação descontrolada. Agora, para garantir seu lugar entre as maiores economias do planeta, é preciso investir... E investir.

Nos últimos meses, o governo transferiu à iniciativa privada aeroportos importantes do país — Guarulhos, Viracopos e Brasília — e agora se debruça sobre um novo modelo para Galeão e Confins (Rio e Minas). Em agosto, foi lançado o Programa de Investimentos em Logística para Rodovias e Ferrovias, que prevê aporte de R$ 133 bilhões em 25 anos para conceder a investidores privados 7.500 quilômetros de rodovias e 10 mil quilômetros de ferrovias.

A modernização dos portos deve vir em novo pacote, em breve. Enquanto isso, crescem os investimentos privados nos terminais. Em setembro, a presidente Dilma Rousseff anunciou um conjunto de medidas para baixar o custo da energia elétrica — uma antiga demanda do setor produtivo. Até agora, no entanto, as regras permanecem uma incógnita para muitos investidores. As empresas registram perdas bilionárias de valor de mercado.

Num país que vai receber eventos esportivos de grande porte, como a Copa de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, a infraestrutura é fundamental. Além disso, para conquistar fatias cada vez maiores do comércio mundial, é indispensável melhorar as condições para escoar a produção para o exterior e baixar custos em portos, aeroportos e armazéns.

Especialistas alertam que o governo não conseguirá fazer tudo sozinho e precisará de parceiros privados, que esperam regras claras, menos intervencionismo, menos burocracia e menos impostos.

Melhorar e ampliar sistemas de transporte e telecomunicações, aumentar a oferta de energia e levar o saneamento básico a toda a população são as condições básicas para que o país mantenha uma taxa de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de 4% ao ano, como mostra este quarto e último caderno da série “Desafios Brasileiros”, sob o tema “Infraestrutura e Logística”.
A série “Desafios” é uma parceria inédita entre os jornais O GLOBO e “O Estado de S. Paulo”, que alcança 2,5 milhões de leitores no país.


Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/economia/investir-a-unica-saida-6703424#ixzz2DZb9nEs4
© 1996 - 2012. Todos direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A. Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem autorização.
Melhorar e ampliar sistemas de transporte e telecomunicações, aumentar a oferta de energia e levar o saneamento básico a toda a população são as condições básicas para que o país mantenha uma taxa de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de 4% ao ano, como mostra este quarto e último caderno da série “Desafios Brasileiros”, sob o tema “Infraestrutura e Logística”.
A série “Desafios” é uma parceria inédita entre os jornais O GLOBO e “O Estado de S. Paulo”, que alcança 2,5 milhões de leitores no país.


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A série “Desafios” é uma parceria inédita entre os jornais O GLOBO e “O Estado de S. Paulo”, que alcança 2,5 milhões de leitores no país.


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A série “Desafios” é uma parceria inédita entre os jornais O GLOBO e “O Estado de S. Paulo”, que alcança 2,5 milhões de leitores no país.


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Melhorar e ampliar sistemas de transporte e telecomunicações, aumentar a oferta de energia e levar o saneamento básico a toda a população são as condições básicas para que o país mantenha uma taxa de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de 4% ao ano, como mostra este quarto e último caderno da série “Desafios Brasileiros”, sob o tema “Infraestrutura e Logística”.
A série “Desafios” é uma parceria inédita entre os jornais O GLOBO e “O Estado de S. Paulo”, que alcança 2,5 milhões de leitores no país.


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Empresas no país destinam 20% do seu faturamento para cobrir gastos com logística, mostra estudo

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Empresas no país destinam 20% do seu faturamento para cobrir gastos com logística, mostra estudo

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domingo, 25 de novembro de 2012

A reeleição de Obama e o Brasil



Olá alunos,

O blog traz um texto acerca da tão falada reeleição do Presidente dos EUA, Barack Obama. Todos sabem que as eleições presidencias dos EUA influenciam em muito o cotidiando dos mais diversos países ao redor do mundo, entretanto, o que pouca gente sabe é de que modo exatamente essa eleição influencia o cotidiano do Brasil. Nesse texto, de autoria de Frei Betto, demostraremos algumas influências, econômicas, a respeito da temática. Espero que gostem e participem.

Yuri Antunes Moreira
Monitor da disciplina ''Economia Política e Direito'' da Universidade Federal Fluminense.


A reeleição de Obama, que contou com a torcida discreta da presidente Dilma, é um alívio para o Brasil e a América Latina. Mitt Romney (que, na intimidade, chamo de Mitt “Money”) representaria a volta das políticas elitistas e intervencionistas de Reagan e George W. Bush. E, com certeza, uma forte política econômica protecionista, que afetaria as exportações brasileiras aos EUA.            
Obama mereceu o apoio de 70% dos eleitores de origem hispânica. É verdade que, em seu primeiro mandato, deixou de cumprir muitas promessas que fizera na campanha anterior, como o fechamento do cárcere de supostos terroristas, na base naval de Guantánamo, em Cuba.           
Porém, adotou uma política imigratória menos hostil a estrangeiros indocumentados que se encontram em território estadunidense. Mesmo porque muitos estão de volta a seus países de origem, devido à crise financeira iniciada em 2008 e a queda da oferta de postos de trabalho nos EUA. Hoje, 7,9% da população laboral estadunidense se encontram sem emprego.          
Os EUA necessitam de mão de obra barata no setor de serviços. Onde buscá-la fora da América Latina?     
O democrata Obama, ao contrário do republicano George W. Bush, nunca foi muito próximo do presidente Lula, apesar de considerá-lo “o cara”. Aliás, desde o fim do mandato Reagan, a Casa Branca não se mostra muito preocupada com a América Latina. O país que lhe dá mais dor de cabeça é a Venezuela de Chávez.           
Lula teve de acalmar os ânimos bélicos de George W. Bush para evitar uma intervenção no país vizinho. Embora muitos não simpatizem com Chávez, o fato é que ele resulta do jogo democrático, e a maioria pobre da Venezuela o apoia. Os EUA são obrigados a suportá-lo também por razões geoeconômicas: a Venezuela é o segundo maior exportador de petróleo para a pátria de Tio Sam. Devido à proximidade geográfica, o produto chega ali bem mais barato do que os barris comprados da distante Arábia Saudita.  

Interesses comerciais
O que interessa ao Brasil, no que se refere aos EUA, são as relações comerciais. De janeiro a setembro deste ano, as exportações do nosso país aos EUA somaram 20,6 bilhões de dólares. E as importações dos produtos americanos pelo Brasil, 24 bilhões de dólares.        
A eleição não mudou a composição do Congresso americano. Os republicanos continuarão a ter maioria na Câmara e os democratas no Senado. E é o Congresso quem monitora as relações de comércio exterior. 
Há muitos interesses brasileiros em jogo quando se trata dos EUA. A Força Aérea daquele país recentemente cancelou a compra de 20 aviões Super Tucano, fabricados pela Embraer, devido às pressões da americana Hawker Beechcraft. Porém, nova licitação está prevista e a encomenda pode ser refeita. E a Boeing está interessada em vender caças ao nosso país.          
Cerca de 10% das exportações brasileiras aos EUA são beneficiadas pelo Sistema Geral de Preferências (SGP), que estabelece tarifa zero a nossos produtos que chegam àquele país. Prevê-se uma revisão do SGP e o Brasil está ameaçado de exclusão.         
No próximo ano deve ser votada a “Farm Bill”, lei que inclui subsídios ao algodão produzido nos EUA. O Brasil é contra e, em recente tentativa dos americanos, se queixou junto à Organização Mundial do Comercio (OMC) e ganhou a causa. Hoje, os EUA pagam compensação ao Brasil e querem, o quanto antes, suspender esse pagamento.   

Protecionismo
Já expirou a sobretaxa do nosso etanol exportado para os EUA, encarecido ainda mais pelos subsídios ao etanol produzido naquele país. Devido à crise econômica, nada indica que a sobretaxa voltará a vigorar. Porém, a bancada agrícola no Congresso estadunidense pressiona a favor de medidas protecionistas. Obama, até agora, tem se mostrado aberto no que concerne à cooperação bilateral em matéria de energia.   
Tanto o empresariado brasileiro quanto o americano reivindicam o fim da bitributação. Impostos pagos em um país não deveriam ser novamente cobrados em outro. Aprovar tal medida ainda depende da criação de um sistema eficiente de intercâmbio de informações tributárias. Tal projeto está paralisado no Senado brasileiro.           
Até 31 de dezembro deste ano, 1,8 milhão de turistas brasileiros terão viajado aos EUA. Obama já acenou com a possibilidade de suprimir a exigência de visto de entrada, mas isso ainda depende de modificações na legislação vigente. Há seis projetos no Congresso americano propondo o fim do visto ou facilitação no intercâmbio turístico. 

Relações internacionais
Dilma e Obama coincidem em posições importantes no cenário internacional. Os dois criticaram os governos da União Europeia dispostos a enfrentar a crise econômica com o amargo e impopular purgante da austeridade fiscal e do desemprego. Dilma e Obama apelaram à Alemanha para adotar medidas de estímulo ao crescimento da economia mundial.   
Um ponto de divergência entre Dilma e Obama são as relações com Cuba. O Brasil defende o fim do bloqueio imposto pela Casa Branca e a autodeterminação da ilha do Caribe. Obama mantém o bloqueio, embora adote uma política menos agressiva em relação a Cuba do que seus antecessores.          
Agora, com as novas leis migratórias que liberam viagens de cubanos ao exterior, os EUA se deparam com uma batata quente: um fluxo significativo de migrantes cubanos que, graças à lei de Reagan, serão considerados cidadãos estadunidenses pelo simples fato de pôr os pés naquele país.  
O Brasil mantém plenas relações com Cuba e os EUA. Contudo, o orçamento dos EUA para 2013, a ser votado, propõe endurecer o tratamento a empresas que se relacionem com países considerados inimigos de Tio Sam, como são os casos de Cuba e Irã. Uma lei semelhante já adotada na Flórida prejudicou a Odebrecht, empenhada na construção do novo porto de Cuba, em Mariel, próximo a Havana.         
Há tempos o Brasil pleiteia por vaga no Conselho de Segurança da ONU e pela ampliação do número de vagas permanentes. Para atingir tal objetivo, nosso país precisa do apoio de pelo menos cinco países membros (são 15 países membros, dos quais 5 permanentes – EUA, Reino Unido, França, Rússia e China). O Brasil conta com o apoio da Casa Branca, mas até agora Obama desconversa...          
Frente à crise econômica que afeta o hemisfério Norte, o Brasil se acautela, pois sabe que poderá ser duramente afetado caso os EUA e a China reduzam as importações de nossos produtos. O melhor, agora, é torcer para que Obama possa, efetivamente, melhorar as relações com o nosso país e a América Latina.

Frei Betto é escritor, autor de Calendário do poder (Rocco), entre outros livros.

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terça-feira, 20 de novembro de 2012

Economistas da Unicamp lançam manifesto em prol do Welfare State

Olá alunos,

a postagem de hoje nos traz uma notícia a respeito do Welfare State que em muito tem a ver com a matéria estudada/que ainda será estudada por vocês, já que poderemos constatar muitas das idéias de Keynes por exemplo. O mesmo foi publicado na Carta Capital e foi assinado por diversos economistas. Espero que gostem.

Yuri Antunes Moreira
Monitor da disciplina ''Economia Política e Direito'' da Universidade Federal Fluminense.

Um grupo de economistas formados pela Unicamp lançou nesta terça-feira 23 um manifesto em prol do Estado de Bem Estar Social (Welfare State) e contra a desregulamentação da economia mundial. Chamado de “Manifesto em defesa da civilização”, o texto critica os modelos de arrocho adotados na crise econômica mundial e se insere na tradição da cátedra da universidade, sempre mais voltada para a economia heterodoxa.
O manifesto assinala as benesses que o sistema capitalista trouxe à humanidade, mas ressalta que a desregulamentação tem trazido escassez para os mais pobres. “É preciso agradecer ao capitalismo, e ao seu desatinado desenvolvimento, pela exuberância de riqueza gerada. Ele proporcionou ao homem o domínio da natureza e uma espantosa capacidade de produzir em larga escala os bens essenciais para as satisfações das necessidades humanas imediatas. Diante dessa riqueza, é difícil encontrar razões para explicar a escassez de comida, de transporte, de saúde, de moradia, de segurança contra a velhice, etc.”

Essa regressão social começou quando começamos a libertar a economia dos limites impostos pela sociedade, já no início dos anos 70. Sob o ideário liberal dos mercados, em nome da eficiência e da competição, a ética da solidariedade foi substituída pela ética da concorrência ou do desempenho.  É o seu desempenho individual no mercado que define sua posição na sociedade: vencedor ou perdedor”, diz o manifesto.

Subscrevem a mensagem, entre outros, Luiz Gonzaga Belluzzo, Gabriel Priolli e Demerval Saviani, entre outros.
Leia o manifesto inteiro:
 
Manifesto em defesa da civilização
Vivemos hoje um período de profunda regressão social nos países ditos desenvolvidos. A crise atual apenas explicita a regressão e a torna mais dramática. Os exemplos multiplicam-se. Em Madri uma jovem de 33 anos, outrora funcionária dos Correios, vasculha o lixo colocado do lado de fora de um supermercado. Também em Girona, na Espanha, diante do mesmo problema a Prefeitura mandou colocar cadeados nas latas de lixo. O objetivoalegado é preservar a saúde das pessoas. Em Atenas, na movimentada PraçaSyntagma situada em frente ao Parlamento, Dimitris Christoulas, químico aposentado de 77 anos, atira contra a própria cabeça numa manhã de quarta-feira. Na nota de suicídio ele afirma ser essa a única solução digna possível frente a um Governo que aniquilou todas as chances de uma sobrevivência civilizada. Depois de anos de precários trabalhos temporários o italiano Angelo di Carlo, de 54 anos, ateou fogo a si próprio dentro de um carro estacionado em frente à sede de um órgão público de Bologna.
Em toda zona do euro cresce a prática medieval de anonimamente abandonar bebês dentro de caixas nas portas de hospitais e igrejas. A Inglaterra de Lord Beveridge, um dos inspiradores do Welfare State, vem cortando recorrentemente alguns serviços especializados para idosos e doentes terminais. Cortes substantivos no valor das aposentadorias e pensões constituem uma realidade cada vez mais presente para muitos integrantes da chamada comunidade europeia. Por toda a Europa, museus, teatros, bibliotecas e universidades públicas sofrem cortes sistemáticos em seus orçamentos. Em muitas empresas e órgãos públicos é cada vez mais comum a prática de trabalhar sem receber. Ainda oficialmente empregado é possível, ao menos, manter a esperança de um dia ter seus vencimentos efetivamente pagos. Em pior situação está o desempregado. Grande parte deles são jovens altamente qualificados. A massa crescente de excluídos não é um fenômeno apenas europeu. O mesmo acontece nos EUA. Ali, mais do que em outros países, a taxa de desemprego tomada isoladamente não sintetiza mais a real situação do mercado de trabalho. A grande maioria daqueles que hoje estão empregados ocupam postos de trabalhos precários e em tempo parcial concentrados no setor de serviços. Grande parte dos postos mais qualificados e de melhor remuneração da indústria de transformação foi destruída pela concorrência chinesa. Nesse cenário, a classe média vai sendo espremida, a mobilidade social é para baixo e o mercado de trabalho vai ficando cada vez mais polarizado no país das oportunidades. No extremo superior, pouquíssimos executivos bem remunerados que têm sua renda diretamente atrelada ao mercado financeiro. No extremo inferior, uma massa de serviçais pessoais mal pagos sem nenhuma segurança, que vivem uma realidade não muito diferente dos mais de 100 milhões que recebem algum tipo de assistência direta do Estado. O Welfare State, ao invés de se espalhar pelo planeta, encampando as tradicionais hordas de excluídos, encolhe, aumentando a quantidade de deserdados.
Muitos dirão que essa situação será revertida com a suposta volta do crescimento econômico e a retomada do investimento na indústria de transformação nestes países. Não é verdade. É preciso aceitar rapidamente o seguinte fato: no capitalismo, o inexorável progresso tecnológico torna o trabalho redundante. O exponencial aumento da produtividade e da produção industrial é acompanhado pela constante redução da necessidade de trabalhadores diretos. Uma vez excluídos, reincorporam-se – aqueles que o conseguem – como serviçais baratos dentro de um circuito de renda comandado pelos detentores da maior parcela da riqueza disponível. Por isso mesmo, a crescente desigualdade de renda é funcional para explicar a dinâmica desse mercado de trabalho polarizado. Diante desse quadro, uma pergunta torna-se inevitável: estamos nós, hoje, vivendo uma crise que nega os princípios fundamentais que regem a vida civilizada e democrática? E se isso for verdade: quanto tempo mais a humanidade suportará tamanha regressão? A angústia torna-se ainda maior quando constatamos que as possibilidades de conforto material para a grande maioria da população deste planeta são reais. É preciso agradecer ao capitalismo, e ao seu desatinado desenvolvimento, pela exuberância de riqueza gerada. Ele proporcionou ao homem o domínio da natureza e uma espantosa capacidade de produzir em larga escala os bens essenciais para as satisfações das necessidades humanas imediatas. Diante dessa riqueza, é difícil encontrar razões para explicar a escassez de comida, de transporte, de saúde, de moradia, de segurança contra a velhice, etc. Numa expressão, escassez de bem estar! Um bem estar que marcou os conhecidos “anos dourados” do capitalismo. A dolorosa experiência de duas grandes guerras e da depressão pós 1929, nos ensinou que deveríamos limitar e controlar as livres forças do mercado. Os grilhões colocados pela sociedade na economia explicam quase 30 anos de pleno emprego, aumento de salários e lucros e, principalmente, a consolidação e a expansão do chamado Estado de Bem Estar Social. Os direitos garantidos pelo Estado não deveriam ser apenas individuais, mas também coletivos. Vale dizer: sociais. Dessa maneira, ao mesmo tempo em que o direito à saúde, à previdência, à habitação, à assistência, à educação e ao trabalho eram universalizados, milhares de empregos públicos de médicos, enfermeiras, professores e tantos outros eram criados.
O Welfare State não pode ser interpretado como uma mera reforma do capitalismo, mas sim como uma grande transformação econômica, social e política. Ele é, nesse sentido, revolucionário. Não foi um presente de governos ou empresas, mas a consequência de potentes lutas sociais que conseguiram negociar a repartição da riqueza. Isso fica sintetizado na emergência de um Estado que institucionalizou a ética da solidariedade. O individuo cedeu lugar ao cidadão portador de direitos. No entanto, as gerações que cresceram sob o manto generoso da proteção social e do pleno emprego acabaram por naturalizar tais conquistas. As novas e prósperas classes médias esqueceramque seus pais e avós lutaram e morreram por isso. Um esquecimento que custa e custará muito caro às gerações atuais e futuras. Caminhamos para um Estado de Mal Estar Social!
Essa regressão social começou quando começamos a libertar a economia dos limites impostos pela sociedade, já no início dos anos 70. Sob o ideário liberal dos mercados, em nome da eficiência e da competição, a ética da solidariedade foi substituída pela ética da concorrência ou do desempenho.

É o seu desempenho individual no mercado que define sua posição na sociedade: vencedor ou perdedor. Ainda que a grande maioria das pessoas seja perdedora e não concorra em condições de igualdade, não existem outras classificações possíveis. Não por acaso o principal slogan do movimento Occupy Wall Street é “somos os 99%”. Não por acaso, grande parte da população espanhola está indignada.
Mesmo em um país como o Brasil, a despeito dos importantes avanços econômicos e sociais recentes, a outrora chamada “dívida social” ainda é enorme e se expressa na precariedade que assola todos os níveis da vida nacional. Não se pode ignorar que esses caminhos tomados nos países centrais terão impactos sob essa jovem democracia que busca, ainda, universalizar os direitos de cidadania estabelecidos nos meados do século passado nas nações desenvolvidas.
Como então acreditar que precisamos escolher entre o caos e austeridade fiscal dos Estados, se essa austeridade é o próprio caos? Como aceitar que grande parte da carga tributária seja diretamente direcionada para as mãos do 1% detentor de carteiras de títulos financeiros? Por que a posse de tais papéis que representam direitos à apropriação da renda e da riqueza gerada pela totalidade da sociedade ganham preeminência diante das necessidades da vida dos cidadãos? Por que os homens do século XXI submetem aos ditames do ganho financeiro estéril o direito ao conforto, à educação e à cultura?As respostas para tais questões não serão encontradas nos meios de comunicação de massa. Os espaços de informação e de formação da consciência política e coletiva foram ocupados por aparatos comprometidos com a força dos mais fortes e controlado pela hegemonia das banalidades. É mais importante perguntar o que o sujeito comeu no café da manhã do que promover reflexões sobre os rumos da humanidade.
A civilização precisa ser defendida! As promessas da modernidade ainda não foram entregues. A autonomia do indivíduo significa a liberdade de se auto-realizar. Algo impensável para o homem que precisa preocupar-se cotidianamente com sua sobrevivência física e material. Isso implica numa selvageria que deveria ficar restrita, por exemplo, a uma alcateia de lobos ferozes. Ao longo dos últimos de 200 anos de história do capitalismo, o homem controlou a natureza e criou um nível de riqueza capaz de garantir a sobrevivência e o bem estar de toda a população do planeta. Isso não pode ficar restrito para uma ínfima parte. Mesmo porque, o bem estar de um só é possível quando os demais à sua volta encontram-se na mesma situação.
Caso contrário, a reação é inevitável, violenta e incontrolável. A liberdade só é possível com igualdade e respeito ao outro. É preciso colocar novamente em movimento as engrenagens da civilização.

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quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Os desafios do Meio Ambiente

Olá alunos,

O blog traz uma uma notícia a respeito do Meio Ambiente e suas perspectivas. Essas perspectivas que envolvem principalmente a dicotomia entre a produção de energia e alimentos e a preservação do meio ambiente. A economia em muito influencia essa temática, assim como a polítcia e suas instituições. Esse excelente texto é de autoria de Luis Nassif e foi publicado na Carta Capital. Confira!!!

Yuri Antunes Moreira
Monitor da disciplina ''Economia Política e Direito'' da Universidade Federal Fluminense.

Há duas etapas na luta pelo meio-ambiente, explica Sérgio Marguilis, assessor especial do Ministério do Meio Ambiente, e com uma longa carreira no Banco Mundial, em Washington.
A primeira é do ganha-ganha, o combate aos desperdícios, o desenvolvimento de novas formas de energia.
O Brasil está bem no retrato em agricultura, florestas e energia. Trata-se de um marco mundial, reconhecido no BM, onde Marguilis trabalhou durante 22 anos em meio-ambiente.
***
O grande desafio é quando existe uma dicotomia para resolver, o impasse entre a produção de energia e alimentos e a preservação do meio ambiente.
Segundo ele, o problema do aquecimento global é exclusivo dos países pobres. Os ricos já detonaram seus recursos naturais e ficou fácil, para eles, trabalhar metas de redução dos danos a partir da base alta em que já se encontram.
***
Já o Brasil é prisioneiro do dilema. Dos países minimamente industrializados, é o que tem a matriz energética mais limpa. Mas está chegando nos limites da produção de energia limpa.
Por outro lado, existem pelo menos 128 milhões de hectares de áreas aptas para a agricultura, sem desmatamento, localizadas especialmente no Cerrado, na Pré-Amazonia e na Mata Atlântica. Isso traz um potencial de expansão imensamente maior do que a agricultura dos EUA.
No outro extremo, tem-se um país com os piores índices de pobreza do mundo, embora correndo atrás do prejuízo: o governo conseguiu atingir, em 2009, as metas de pobreza previstas para 2015. E os indicadores demonstram que a renda está se desconcentrando.
***
Diz Arguilis que, hoje em dia, o desmatamento na Amazônia é fruto dos pequenos produtores, porque os grandes já foram devidamente enquadrados, seja pelos consumidores, pelo mercado, seja pelas restrições de financiamento adotadas nos últimos anos.
***
Para Arguilis, o mercado de carbono poderia ser a grande commodity brasileira, permitindo ao país negociar vantagens para cumprir suas metas. Mas, para tal, falta coordenação da política ambiental com as políticas econômica, fiscal, agrícola, educacional, de turismo, industrial e comercial, e de ciência e tecnologia.
***
Nos últimos anos ocorreu uma revisão dos marcos legais e regulatórios para estimular a inovação tecnológica, a pesquisa genética e energética.
Por exemplo, a Resolução 003545, de 29/02/2008, impôs a exigência de comprovação ambiental para finns de financiamento agropecuário no Bioma Amazônia. Esse foi o ponto central que provocou a resistência dos ruralistas na discussão do novo Cödigo Florestal/
A Resolução 03813 de 29/11/2009 passou a condicionar o crédito rural para cana ao zoneamento biológico.
Em 2010 o Banco Central publicou normativa formalmente impedindo a concessão de crédito a quem for acusado de trabalho escravo.
Há um Programa de Redução de Emissão de Gases de Efeito Estufa na agricultura, a Política Nacional de Resíduos Sólidos.
Por tudo isso, não se entende o fato do Itamaraty ter se comprometido a reduzir as emissões de gás estufa, em negociar nenhuma contrapartida com os demais países desenvolvidos.
A economia verde – 1
Márcio Macedo, chefe do Departamento da Área de Meio Ambiente do BNDES, explica que o banco caminhou bastante no sentido de amarrar os financiamentos à sustentabilidade. O conceito não se restringe a setores típicos de economia verde. Vale para energias renováveis, saneamento, novos materiais, melhorias de desempenho sócio-ambiental em todos os setores, melhoria da eficiência energética em petróleo e gás.
A economia verde – 2
No banco, fica-se muito em cima da questão do carbono e das emissões. Mas a questão ambiental local atinge outras esferas, como água, solo e ar. Macedo admite que o conceito de economia verde ainda é um tanto vago. O fato de ser vago tem a vantagem de todos os esforços de preservação caminharem na mesma direção, de preservar o mundo para as futuras gerações. Esse conceito unifica as ações.
Balanço ambiental
O banco atua em dois eixos principais:
Critérios e salvaguardas a serem levados em conta ao financiar qualquer setor da economia. No caso das termoelétricas os critérios são muitos mais restritos do que a própria legislação brasileira. O banco tem relativa autonomia para não ficar subordinado à legislação ambiental.
Tratamento das informações: o país é fraquíssimo em termos de balanço ambiental dos empreendimentos.
A falta de indicadores
O BNDES tem acumulado conhecimento através da análise da carteira de clientes, verificando a questão das emissões por planta industrial, por unidade produtiva, visando desenvolver indicadores, podendo comparar empresas e determinar um tempo zero, a partir do qual acompanhar a evolução do desempenho sócio-ambiental. Nem mesmo eventos espetaculares são devidamente divulgados, por falta de indicadores.
Os 4 desafios do banco – 1
Macedo vislumbra quatro grandes desafios para o banco: 1. Política nacional de mudança do clima: segundo ele, o governo federal agiu certíssimo no tratamento por setores com obrigações paulatinas. Metas do Plano Indústria serão facilmente atingidas, sem impacto sobre produtividade brasileira. 2. Política nacional de resíduos sólidos, principalmente na parte de logística reversa, com grandes possibilidades.
Os 4 desafios do banco – 2
3. Plano Nacional de Eficiência Energética: está pronto e sendo colocado em prática. 4. Código Florestal: extraordinário o grau de oportunidades. O desafio que será colocado para órgãos ambientais, para estabelecer a partir do programa federal, os estaduais, os municipais. caracterizando cada propriedade. BNDES tem linha de financiamento: e fundos já disponíveis para todos esses planos.

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segunda-feira, 12 de novembro de 2012

O que é que a ''Primavera Árabe'' significa para a economia?


Olá alunos,

A postagem de hoje traz um tema bastante atual. A ''Primavera Árabe''. Muitos sabem dos seus reflexos políticos. E quanto aos seus reflexos econômicos? É uma boa oportunidade para um post já que nossa disciplina tem tudo a ver com essa questão. O texto é de autoria de Andreas Becker e Madalena Sampaio. Espero que gostem e participem.

Yuri Antunes Moreira
Monitor da disciplina ''Economia Política e Direito'' da Universidade Federal Fluminense.

Desde 2011, já foram depostos quatro chefes de Estado no mundo árabe. As revoluções no Norte de África e no Médio Oriente tiveram poucos reflexos económicos. 

As revoluções da chamada "Primavera Árabe" foram acima de tudo políticas e tiveram menos reflexos económicos. No entanto, os países do Norte de África e do Médio Oriente não eram economias socialistas de planeamento. Já existia no Egito, por exemplo, um sistema bancário que funcionava, diz Volker Perthes, diretor do Instituto Alemão para os Assuntos Internacionais e de Segurança, em Berlim. Mas, poucas pessoas tinham acesso ao capital: “Os bancos egípcios, em comparação com bancos internacionais, estão muito bem em termos económicos. Mas só atribuem crédito a membros de 30 famílias que têm bons contactos, que têm boas relações com o regime.”

O resultado está à vista: 99 por cento das empresas no Egito são pequenas empresas, com apenas alguns funcionários, diz por seu turno Markus Loewe do Instituto Alemão de Desenvolvimento. Para estas empresas, acrescenta Loewe, a convulsão política esteve associada a cortes graves: “Até agora, vêem-se sobretudo os efeitos negativos das revoluções. Em todos os países, o crescimento económico abrandou. Não se tornou negativo, mas caiu drasticamente". Segundo ele alguns setores económicos entraram em colapso, "especialmente os setores que têm vindo a produzir para os mercados domésticos. Isto porque os gastos dos consumidores nesses países caíram acentuadamente. Desde então, a incerteza sobre desenvolvimentos futuros tem desempenhado um papel importante.”

Incertezas afastam os investidores
Para o especialista do Instituto Alemão de Investimento, a incerteza afasta os investidores estrangeiros, enquanto os sistemas de formação ultrapassados reduzem a competitividade económica, apesar dos baixos salários. “Muitos dos salários pagos por trabalhos a tempo inteiro estão perto do limiar da pobreza. E estes trabalhadores ganham tão pouco, devido à sua educação e formação insuficientes, que a produtividade laboral em todos estes países é muito mais baixa do que na maioria dos países do Leste Asiático”, sublinha Markus Lowe.

Mas há também problemas financeiros. O novo governo egípcio está a lutar contra o défice crescente. As causas incluem a fraca conjuntura económica e o aumento de custos na concessão de empréstimos.
Há ainda os subsídios de energia e alimentos, que também deixaram um buraco no orçamento, como sublinha Hanan Morsy do Banco Europeu para a Reconstrução e Desenvolvimento: “Os subsídios representam um quinto de todos os gastos do governo, ou seja, 20 por cento. Os subsídios também evitam que haja investimentos privados que são absolutamente necessários, por exemplo em infraestruturas.”

Egito aguarda empréstimo do FMI
O governo egípcio quer reformar o sistema de concessão de subsídios. Esta é também uma das condições prévias para um empréstimo de quase cinco mil milhões de dólares, que o Egito pediu ao FMI, o Fundo Monetário Internacional.
Segundo especialistas, os necessários investimentos em infraestruturas na região podem também ser vistos como uma oportunidade. Sobretudo para empresas do setor energético e ambiental, países como o Egito podem ser interessantes.

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