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segunda-feira, 29 de abril de 2019

Convite!

Olá alunos, 

Viemos convida-los para o seminário “Eleições, desinformação e justiça: desafios e respostas internacionais”.

Eleições, desinformação e justiça: desafios e respostas internacionais

Segundo a chamada do evento, serão reunidos "acadêmicos e autoridades do Brasil, da Espanha, dos Estados Unidos, da França, Itália, México e da República Dominicana, que apresentarão análises sobre processos eleitorais recentes, ou em curso, em seus respectivos países. Serão debatidos temas atuais, como a desinformação, influência das redes sociais e das fake news nas escolhas eleitorais, e a liberdade de expressão como limites da regulação da comunicação eleitoral. A atuação dos órgãos da Justiça Eleitoral frente aos novos desafios nacionais e transnacionais também faz parte da discussão."


Data: 02/05, Quinta-feira
Horário: 13:30 às 18:30 h
Local: Sede FGV Auditório 12º andar
Endereço: Praia de Botafogo, 190 - Botafogo, Rio de Janeiro/RJ 

Esperamos que gostem e participem!
Lucas Pessôa é membro do Grupo de Pesquisa "Estado, Instituições e Análise Econômica do Direito" - GPEIA

domingo, 28 de abril de 2019

OIT alerta para precarização do emprego em nível mundial

Operário em obra no bairro de Ensanche de Vallecas, em Madri.

Olá alunos,

Hoje trazemos uma notícia a respeito do levantamento da OIT que, embora indique uma queda do desemprego mundial também demonstra uma queda na qualidade de trabalho. 

Esperamos que gostem e participem.
Lucas Pessoa é membro do Grupo de Pesquisa "Estado, Instituições e Análise Econômica do Direito" - GPEIA

O emprego se recupera no mundo. Os 172 milhões de desempregados que existiam em 2018 equivalem a 5% da população ativa, a taxa mais baixa em uma década, segundo dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Mas, apesar dessa melhora, a deterioração na qualidade de trabalho preocupa.

“A prevalência de contratos temporários de curta duração pode exacerbar a sensação de insegurança dos trabalhadores, aumentando a volatilidade de seus rendimentos e frustrando suas carreiras profissionais. Os indícios sugerem que a taxa de pobreza cresce quanto menor for a duração dos contratos”, diz o relatório publicado na quarta-feira pela entidade.

“Depois de se estabilizar entre 2014 e 2016, a incidência do trabalho temporário volta a crescer de na Europa”, informa o relatório. “A percentagem de trabalhadores temporários sobre o total está aumentando especialmente na Espanha, onde em 2017 alcançou 26,8%, percentual mais alto desde 2008”. A Espanha fez uma reforma trabalhista em 2012 que mudou as relações de trabalho no país e serviu de inspiração para a reforma proposta pelo Governo Michel Temer.

A agência da ONU que reúne Governos, empregadores e trabalhadores de 187 países aborda assim um fenômeno já conhecido: a recuperação do emprego na Espanha dos últimos anos ocorreu, como já havia sido visto antes durante a febre da construção civil, com prioridade para os contratos de pior qualidade.

Do total de contratos temporários de trabalho na Espanha em 2017, em torno de 60% tinham uma duração de até seis meses. Esse percentual está à frente, por exemplo, dos da Croácia, Itália, Bélgica e Finlândia, todos eles com mais de 50% de contratos muito curtos sobre o total dos temporários. No extremo oposto ficam Alemanha, Holanda, Dinamarca e Áustria, onde o peso dos contratos de até seis meses é inferior a 25% do total de temporários. Na Alemanha e Dinamarca, os empregos com mais de um ano de duração representam mais da metade dos temporários, enquanto na Espanha rondam os 10%.

A definição da OIT de emprego temporário corresponde a acordos de emprego contratual baseados em projeto ou tarefa de duração limitada. Inclui também o trabalho intermitente, que pode até ser informal, mas envolve um número fixo de horas, dias ou semanas.O relatório não apresentou dados sobre trabalhos temporários na América Latina.

Emprego em meio período

“Não é surpreendente que os países onde a duração média dos contratos é relativamente curta sejam mais propensos a registrar percentuais altos de emprego temporário involuntário”, aponta o relatório. Como exemplo negativo volta a aparecer a Espanha, onde 85% dos empregados temporários estão nessa situação por não terem encontrado um trabalho por definitivo. Países como a Bélgica, Grécia e Itália registraram uma percentagem também alta, acima de 75%. Pelo contrário, mais de 90% dos trabalhadores temporários austríacos o são por vontade própria, um índice que na Alemanha fica em 85%.

A OIT também considera que parte do emprego em tempo parcial se explica por decisões pessoais – seja porque o trabalhador deseja passar mais tempo em família, ou porque estuda, ou está num período de experiência numa empresa – ou então por circunstâncias trabalhistas de seu país, incapaz de oferecer ao trabalhador uma jornada completa.

Mulher e temporalidade

A variável geográfica não foi a única analisada pela OIT. A disparidade de gênero fica clara ao quantificar os diferentes motivos apresentados por homens e mulheres para optar por um contrato em tempo parcial. No caso das mulheres, 34% têm contratos de poucas horas para poderem dedicar mais tempo a responsabilidades familiares, como o cuidado dos filhos, enquanto entre os homens esse percentual cai para 16%. “Uma vez mais, estes resultados salientam a importância de políticas públicas voltadas para atenuar a carga das responsabilidades familiares que frequentemente impedem as mulheres de participarem 100% do mercado de trabalho”, diz o relatório da OIT.

A agência da ONU volta sua atenção também para a evolução dos salários. E conclui que as remunerações em 52 países ricos estão desde 2000 sofrendo crescimentos reais muito reduzidos, sempre abaixo de 2%. Em 2016 cresceram 1,2%, e em 2017, 0,8%. Essa expansão anêmica pode ser atribuída à baixa inflação na França e na Alemanha e “à queda dos salários reais” na Espanha, Itália e Japão. “Apesar disso, dados publicados recentemente sugerem que o crescimento nominal dos salários pode estar ganhando força em alguns países”, acrescenta o texto. Como contraponto, a OIT cita três países da UE onde a queda do desemprego em 2018 foi especialmente importante: Grécia, com uma redução de 2.3 pontos percentuais, Portugal (2.0) e Espanha (1.7).

quinta-feira, 25 de abril de 2019

Convite !

Olá alunos,

Viemos convida-los para a mesa “Justiça e justiça de transição nos 40 anos da Lei de Anistia”

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O evento faz parte do ciclo “Memória, Movimentos Sociais e Direitos Humanos” coordenado pelo antropólogo José Sérgio Leite Lopes, junto aos pesquisadores Felipe Magaldi, Lucas Pedretti, Luciana Lombardo e Virna Plastino e contará com a presença de Fabio Cascardo: advogado e mestrando em Direito pela FND/UFRJ; Joana D’arc Ferraz: historiadora, com mestrado em ciência política pela UFF e doutorado em ciências sociais pelo PPCIS/UERJ; Sergio Suiama: graduado em direito (USP) e mestre pela Universidade de Columbia. Não é necessário inscrição prévia.

Data: 26/04, Sexta-feira
Horário: 14h
Local:  Colégio Brasileiro de Altos Estudos UFRJ
Endereço: AV. Rui Barbosa, 762 - Flamengo, Rio de Janeiro

Esperamos que gostem e participem!
Lucas Pessôa é monitor na disciplina "Economia Política e Direito" na Universidade Federal Fluminense.

quarta-feira, 24 de abril de 2019

Brasil, Estados Unidos, China

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Olá alunos,

A presente notícia diz respeito das atuais disputas entre China e Estados Unidos e faz uma análise de qual seria a melhor posição a ser tomada pelo Brasil nessa configuração. 

Esperamos que gostem e participem.
Lucas Pessôa é monitor da disciplina "Economia Política e Direito" da Universidade Federal Fluminense.

A paisagem mundial é marcada pelo conflito entre os Estados Unidos e a China e esse conflito vai perdurar pelas próximas décadas. A China, que já tem a maior economia do planeta em paridade de poder de compra, deve continuar crescendo e ganhando peso relativo vis-à-vis os EUA e a economia mundial como um todo. Os americanos vêm lidando mal com essa ascensão.
Trump não criou o conflito, que remonta ao período Obama, pelo menos. O cenário de uma ascensão tranquila da China parece pouco provável, mesmo depois de Trump – em parte por causas das reações nacionalistas dos EUA, em parte porque o sucesso dificilmente deixa de subir à cabeça e os chineses não estão imunes a essa regra geral. Desde o início do governo Xi Jinping nota-se, eu não diria arrogância, mas uma crescente altivez dos chineses, o que acentua a reação americana.


Como deveria se posicionar o Brasil? Primeiro, o óbvio: o Brasil não deve se alinhar a nenhum dos dois. País que se preza não se alinha automaticamente a ninguém. As nações, como dizia o general De Gaulle, não têm amigos, mas interesses. Para o Brasil, as relações com os EUA e a China são de grande importância econômica e política. O Brasil não tem a mais remota razão para tomar partido ou se imiscuir nas desavenças entre os dois.

Espero não estar exagerando na homenagem ao Conselheiro Acácio, mas é que alguns dos integrantes do governo Bolsonaro, inclusive, infelizmente, o próprio presidente, flertam com a ideia de alinhamento aos EUA. Faz parte disso a oferta gratuita e absurda, em seguida abandonada, de sediar uma base americana em solo nacional. Faz parte disso, também, certa hostilidade à China – é verdade que mais antes do que depois da eleição. Escapa à minha compreensão o que exatamente o deputado Bolsonaro pretendia com a visita que fez a Taiwan, em março de 2018.

O exemplo de Getúlio Vargas talvez seja relevante. Na segunda metade da década de 1930 e no início dos anos 1940, quando os EUA se defrontavam com a ameaça de uma Alemanha em ascensão, Vargas não se comprometeu com nenhum dos dois. Acabou entrando do lado americano na Segunda Guerra, mas obteve importantes vantagens em troca, até mesmo o apoio dos EUA à implantação de Volta Redonda.

Não deveria a postura brasileira ser semelhante agora? Ou seja: não caberia evitar precipitações e verificar, caso a caso, quem oferece melhores condições em termos de parcerias econômicas e políticas? Isso inclui, por exemplo, não assumir compromissos com a OCDE, fugindo da linha iniciada pelo governo Temer. A OCDE, recorde-se, é uma organização controlada pelos EUA e outros países desenvolvidos. Estabelece exigências abrangentes, que limitam severamente as políticas de desenvolvimento e defesa da economia nacional.

Em Davos, Bolsonaro afirmou que buscará incorporar “as melhores práticas internacionais, como aquelas que são adotadas e promovidas pela OCDE”. O medíocre presidente do Banco Central do governo Temer, Ilan Goldfajn, que permanece temporariamente no cargo, foi mais longe e especificou há poucos dias que o Brasil está comprometido em aderir ao acordo de liberalização dos fluxos de capital da OCDE. Mais uma bobagem.

Tive longa convivência com americanos e chineses no FMI, no G-20 e nos BRICS. Os chineses têm qualidades, mas a sua agenda é estreita e eles são de um pragmatismo ligeiramente selvagem, não hesitam em sacrificar os outros BRICS quando isso lhes convém.

Mas os americanos mostram-se mais complicados. Comportam-se, em geral, de maneira prepotente e se consideram líderes natos e hereditários. Não sabem trabalhar em aliança. Coisa curiosa: com os americanos é difícil cooperar mesmo quando há concordância de posições. Passei por isso mais de uma vez nos oito anos em que tive contato regular com as delegações americanas no G-20 e a diretoria desse país no FMI.

E um aviso aos navegantes: os americanos desprezam visceralmente comportamentos subservientes. Quantas vezes testemunhei a indiferença e, não raro, os maus-tratos dispensados por americanos a seus satélites, especialmente latino-americanos!

Não se alinhar a nenhum dos dois não significa necessariamente manter equidistância. Se tivermos que pender para um dos lados, é provavelmente preferível pender um pouco para o da China, com quem o Brasil tem uma cooperação de caráter estratégico e relativamente equilibrada no âmbito dos BRICS. Em 2019, convém recordar, o Brasil exerce a presidência de turno do grupo. A cúpula dos BRICS se dará em novembro, no Brasil, sob presidência brasileira – oportunidade que não deve ser desperdiçada.

segunda-feira, 22 de abril de 2019

Falhas do governo são o maior risco para fazer negócios no Brasil


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Olá alunos, 

Hoje trazemos uma notícia a respeito do levantamento do Fórum Econômico Mundial sobre os principais riscos para se fazer negócios no Brasil.

Esperamos que gostem e participem.
Lucas Pessôa é monitor da disciplina "Economia Política e Direito" da Universidade Federal Fluminense. 

O maior risco para se fazer negócios no Brasil em 2017 e 2018, segundo relatório do Fórum Econômico Mundial sobre o tema, é a governança nacional falha, item abrangente que inclui desde infraestrutura ineficiente e corrupção até dificuldades em concordar com a política de registro de dívida e a falta de solução dos problemas políticos no País.

Este é o principal perigo a ameaçar transações de empresários e investidores também na Bolívia, no Equador, na Guatemala e no Panamá figurando ainda como o segundo problema no México, na Nicarágua, no Peru e em Trinidad e Tobago. Falhas dos governos nacionais são o risco mais apontado para os negócios no conjunto da América Latina e Caribe, apontou a pesquisa.

O segundo maior risco para os negócios no Brasil, diz o trabalho do Fórum Econômico Mundial, são as catástrofes naturais, categoria que inclui as grandes inundações e as secas prolongadas e o terceiro perigo apontado são falhas da governança regional. A quarta maior ameaça é a proliferação de doenças infecciosas principalmente a febre amarela, a dengue, a zika, a chikungunya, a hepatite A e a sífilis segundo as estatísticas brasileiras. Em quinto e último lugar, conforme as respostas dos entrevistados para a pesquisa do Fórum Econômico Mundial, figura a possibilidade de ataques terroristas.

O levantamento é feito desde 2006 e constata a cada ano que o risco só aumenta no planeta “instável e inquietante” dos dias atuais. “Nos complexos sistemas que compõem o nosso mundo, do ambiental ao financeiro e do social ao geopolítico, os sinais de tensão são evidentes”, chamam atenção os autores do estudo.

O trabalho do Fórum Econômico Mundial foi realizado com dados do Executive Opinion Survey, pesquisa de onde são extraídas as informações para elaboração do Relatório de Competitividade Global. Incluiu-se nesse levantamento uma pergunta para avaliar especificamente as percepções das empresas sobre o riscos globais que os empresários e executivos pensam representar um desafio operacional.

Os entrevistados foram convidados a selecionar quais eram os cinco riscos globais, em uma lista de 30 itens, que acreditavam justificar maior preocupação para fazer negócios no país de cada um nos próximos dez anos.

Na América Latina e Caribe, o risco de “profunda instabilidade social” subiu da terceira posição na pesquisa de 2017 para a segunda posição em 2018, refletindo o agravamento das tensões sociais em partes da região. Os últimos dois anos, diz o Fórum Econômico Mundial, “envolveram um ciclo eleitoral intenso no continente que, combinado ao surgimento de sucessivos escândalos de corrupção no centro do debate público, reafirmou a desconfiança de longa data dos eleitorados em instituições e reforçou a polarização política.

Instabilidade social profunda foi classificada como o risco número um em Honduras e no México, e foi o segundo maior risco em outros três países: Bolívia, Panamá e El Salvador. Uma combinação de fissuras sociais, incluindo pobreza, desigualdade, desafios de segurança, riscos para a saúde, desemprego, altos níveis de emprego informal, e redes de segurança social e provisões de aposentadoria insuficientes constituem uma caixa de pólvora em vários países”.

Segundo o relatório do Fórum Econômico Mundial, “A Venezuela já está em uma situação crítica sem precedentes e a extensão do colapso de sua economia e das suas instituições políticas se reflete nos riscos priorizados pelos entrevistados: “inflação incontrolável”, “colapso ou crise do Estado”, “instabilidade social profunda”, “ crise alimentar ”e“ fracasso da governança nacional ”.

sexta-feira, 19 de abril de 2019

Venezuela no fogo cruzado das potências mundiais

Manifestação antigoverno em Caracas

Olá alunos, a notícia de hoje diz respeito a geopolítica internacional no caso da Venezuela e como os interesses das grandes potências mundiais se colidem em meio a crise de nosso vizinho latino americano.

Esperamos que gostem e participem.
Lucas Pessôa é monitor da disciplina "Economia Política e Direito" da Universidade Federal Fluminense.

Quando o assunto é Venezuela, as ex-superpotências Estados Unidos e Rússia vasculham fundo no baú de cacarecos verbais da Guerra Fria. Ao anunciar recentemente que todo o faturamento em dólares com importações de petróleo venezuelano ficaria congelado numa conta especial, o assessor de Segurança americano, John Bolton, acrescentou, ameaçador: "A opção militar continua sobre a mesa."


O ministro russo do Exterior, Sergey Lavrov, advertiu contra uma intromissão militar americana: "Parece que os EUA não hesitariam em derrubar governos malquistos na América Latina." Ainda em dezembro, o presidente Vladimir Putin enviara ao Caribe dois bombardeiros supersônicos TU-160, com capacidade para portar armas nucleares. Uma provocação, já que Caracas está a apenas três horas de voo de Miami.

Comparado com os fanfarrões da Rússia e dos EUA, a terceira potência na Venezuela se manifesta de forma quase moderada. Hua Chunjing, porta-voz do Ministério do Exterior da China, urgiu todas as partes envolvidas a manterem a calma e negociarem uma solução política conjunta.

Isso soa tão débil e inócuo quanto uma resolução das Nações Unidas. No entanto, por trás está o pragmatismo chinês e uma porção de understatement, pois a China é a potência mundial que, há uma década, apoiou, com mais de 60 bilhões de dólares, primeiro o autocrata Hugo Chávez e agora seu sucessor, Nicolás Maduro. Sem Pequim, há muito os caudilhos de esquerda já estariam fora do jogo.

Nenhum outro país recebeu tanto crédito chinês quanto o grande produtor de petróleo no Caribe – um fato que os dirigentes em Pequim agora lamentam profundamente. "Com o desastre econômico, social e político, todo o interesse da China na Venezuela dissipou-se de uma vez só", confirma Matt Ferchen, especialista do Carnegie-Tsinghua Center for Global Politics. "A China quer, acima de tudo, estabilidade."

Para Pequim, o foco mundial sobre a Venezuela é um fator perturbador para a longamente planejada conquista estratégica da América Latina. Ele chama a atenção dos EUA e, em última análise, da comunidade internacional para o fato que, nos últimos 15 anos, Pequim expandiu meteoricamente sua influência econômica, mas sobretudo também política, na região.

E isso "no quintal dos Estados Unidos", que é como há quase 200 anos Washington vê os 23 Estados e 650 milhões de habitantes ao sul do Texas, até a Patagônia. Tudo começou em 1823, com a doutrina Monroe, quando o então presidente americano, James Monroe, declarou o Hemisfério Ocidental zona de influência exclusiva dos Estados Unidos. Desde então, os governos americanos consideram em primeira linha os próprios interesses estratégicos.

Agora a doutrina volta a ser colocada à prova, devido à entrada em cena da China – como 50 anos atrás, quando a União Soviética tentou inutilmente ampliar sua influência na região, a partir de Cuba. O novo jogo de poder tem consequências imprevisíveis.

"Washington não estará disposto a aceitar a China como mais importante protagonista econômico e político na América Latina", afirma Oliver Stünkel, professor de relações internacionais da Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo. No entanto, os EUA provavelmente não terão alternativa, pois num breve prazo os chineses ampliaram sua rede econômica e política na região, e a ela os americanos nada têm para opor.

A direção e velocidade da ofensiva chinesa na América Latina ultrapassa longe a inicial garantia de matérias-primas e energia, a qual acabou por tornar toda a região dependente das exportações para a China de minério de ferro, soja, cobre e petróleo.

Até o momento, o país já investiu lá 150 bilhões de dólares, muito mais do que na África, algo apenas superado por seu engajamento na Ásia. Conglomerados chineses compram usinas, redes de eletricidade, aeroportos e portos marítimos, constroem ferrovias, estabelecem zonas de livre-comércio e agora investem em fábricas de automóveis e plataformas digitais.

Originalmente, a assim chamada Nova Rota da Seda (Belt and Road Initiative, ou BRI) não era destinada à América Latina, mas em 2018 o presidente Xi Jingping constatou, em uma de suas numerosas viagens, que a região "é a expansão natural da Rota da Seda marítima no século 21".

Desde então, 14 nações latino-americanas se candidataram para investimentos chineses no contexto da BRI. Chile, Peru e Colômbia, voltados para o Oceano Pacífico, competem agressivamente a fim de se transformarem em cabeças de ponte para os produtos chineses na América Latina, e para tal estão também dispostos a fazer concessões políticas ao Extremo Oriente.

Em 2018, a República Dominicana, El Salvador e Panamá cortaram relações diplomáticas com o Taiwan e as estabeleceram com Pequim, que os recompensou generosamente. Assim, agora o Panamá fechou mais de 20 grandes projetos com a China, e com seu canal o país é um eixo e polo decisivo para a dominância estratégica dos EUA no Hemisfério Ocidental.

Sob o esquerdista Andrés Manuel López Obrador, também o México, colaborador estreito dos EUA, mostra-se aberto para investimentos chineses. Em conjunto com Pequim, o novo presidente pretende iniciar um Plano Marshall para a América Central, no montante de 30 bilhões de dólares, a fim de criar empregos e infraestrutura na região e, no médio prazo, limitar o fluxo de refugiados em direção ao Norte.

Contra isso, nem mesmo Donald Trump tem como impor seu veto. "A China está procedendo na América Latina com muito mais criatividade do que os EUA", observa Stünkel. Então não é de espantar que, após as hostilidades por parte do presidente americano, o México prefira apostar paralelamente na cooperação com a China.

"Para os governos da América Latina, o engajamento de longo prazo na China é mais atraente do que o tratamento inseguro, volátil, pelos Estados Unidos", comenta Cui Shoujun, diretor do Center for Latin America Studies da Universidade Renmin, na China.

Há muito os EUA mal prestam atenção à América Latina: além de "Chávez, Castro e Coca", o "quintal" não lhes interessa. Mas agora o país alerta de forma ácida contra a sedução chinesa. David Malpass, secretário de Estado para assuntos estrangeiros no Departamento de Finanças americano, menciona problemas de segurança, caso as comunicações da região fiquem centradas em redes chinesas.

O secretário do Exterior Mike Pompeo critica que a China não se preocupe com o bem-estar dos cidadãos latino-americanos, em vez disso cuidando, acima de tudo, do interesse de seu próprio governo: "Esses acordos são bons demais para ser verdade.

domingo, 14 de abril de 2019

Convite!


Olá Alunos 

Viemos convida-los para a exibição e mesa-redonda a respeito do documentário "Exteriores: Mulheres Brasileiras na Diplomacia"


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Segundo a organização do evento será exibido o documentário e, em seguida, haverá uma mesa redonda com a participação da Embaixadora Maria Celina de Azevedo Rodrigues (ADB/MRE), Clara Cerqueira (MRE/Grupo Mulheres Diplomatas), Monique Sochaczewski (CEBRI) e Paula Drumond (PUC-Rio).


Data: 15/04, Segunda-feira
Horário: 9h as 12h
Local:  Auditório RDC da PUC-Rio
Endereço: R. Marquês de São Vicente, 225 - Gávea, Rio de Janeiro

Esperamos que gostem e participem!
Lucas Pessôa é monitor na disciplina "Economia Política e Direito" na Universidade Federal Fluminense.


quinta-feira, 11 de abril de 2019

Convite!


Olá Alunos, 

Viemos convida-los para a palestra "Ministério Público e a Crise da Democracia Brasileira"


O evento é fruto de uma colaboração entre a Casa de Rui Barbosa e o IESP-UERJ (Instituto de Estudos Sociais e Políticos) e contará com a presença de Fabio Kerche.

Segundo a descrição do evento, o palestrante é Graduado em Ciências Sociais (1994), mestrado (1998) e doutorado em Ciência Política (2003), todos pela Universidade de São Paulo. É pesquisador titular da Fundação Casa de Rui Barbosa, professor do Programa de Pós-Graduação em Memória e Acervos na mesma instituição, e professor colaborador do Programa de Pós-Graduação em Ciência Política do IESP-UERJ. Foi visiting scholar na New York University (2000) durante seu programa de doutorado e research fellow (2016/17) na American University, em Washington, DC. É autor de Virtude e Limites: autonomia e atribuições do Ministério Público no Brasil (Edusp, 2009) e um dos organizadores dos livros Reforma Política e Cidadania (Fund. Perseu Abramo, 2003) e Operação Lava Jato e a Democracia Brasileira (Contracorrente, 2018). Pesquisa os seguintes temas: democracia, accountability, Ministério Público e Poder Judiciário

Não é demandada a inscrição prévia. 


Data: 15/04, segunda-feira
Horário: 14h
Local:  IESP-UERJ
Endereço: R. da Matriz, 82 - Botafogo

Esperamos que gostem e participem!
Lucas Pessôa é monitor na disciplina "Economia Política e Direito" na Universidade Federal Fluminense.