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domingo, 31 de julho de 2022

A guerra na Ucrânia aponta para um mundo que está passando de um “unilateralismo quase absoluto” para um “multilateralismo oligárquico agressivo” - José Luís Fiori

Caros leitores,

Após algum tempo, os efeitos da guerra na Ucrânia começam a ser sentidos de forma cada vez mais enfáticas, bem como o verdadeiro poder das medidas adotadas em face da Rússia. Com a movimentação e as consequências negativas sofridas pelos países ocidentais e a mobilização dos russos na expansão de relações com países como a China, a situação se torna cada vez mais emblemática.

Diante disso, trazemos hoje uma análise de José Luís Fiori, Professor do Programa de Pós Graduação em Economia Política Internacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PEPI/UFRJ), que trata sob uma dimensão prática e multilateral o conflito e as modificações na ordem global que dele insurgem.

Esperamos que gostem e compartilhem!

Ygor Alonso é membro do Grupo de Pesquisa em Estado, Instituições e Análise Econômica do Direito (GPEIA/UFF).

Após 140 dias do início da guerra na Ucrânia, já é possível identificar fatos, decisões e consequências estratégicas, econômicas e geopolíticas que são irreversíveis, e que podem ser considerados como as portas de entrada da “nova ordem mundial” de que tanto falam os analistas internacionais. Neste momento, do ponto de vista estritamente militar, ninguém mais acredita na possibilidade de vitória da Ucrânia, e muito menos na retirada das forças russas dos territórios que já conquistaram. O mais provável, inclusive, é que os russos sigam avançando sobre o território ucraniano mesmo depois da conquista de Donbass, pelo menos até o início das negociações de paz que envolvam a participação direta dos Estados Unidos em torno da proposta apresentada pela Rússia em 15 de dezembro de 2021, e que foi então rejeitada pelos norte-americanos.

Mesmo assim, não é improvável que as tropas ucranianas se retirem para uma posição defensiva e se proponham a levar à frente uma guerra de atrito prolongada através de ataques e reconquistas pontuais. Neste caso, o conflito pode se estender por meses ou anos, mas só será possível se os norte-americanos e europeus mantiverem seu apoio financeiro e militar ao governo da Ucrânia, que rigorosamente não dispõe da capacidade de sustentar sozinho um conflito dessa natureza. E terá cada vez menos capacidade, na medida em que sua economia nacional vem se deteriorando aceleradamente, e já se encontra à beira do caos.

Esta guerra, contudo, está sendo travada, de fato, entre os Estados Unidos e a Rússia, e é aí que se encontra o núcleo duro do problema da paz. Ou seja, são duas guerras sobrepostas, mas a chave da paz se encontra – nos dois casos – nas mãos dos Estados Unidos, o único país que pode tomar o caminho diplomático de uma negociação de paz, uma vez que a Rússia já fez a sua proposta e entrou em guerra exatamente porque ela foi rejeitada ou simplesmente desconhecida pelos americanos, pela OTAN e pelos europeus. E é aqui que se encontra o impasse atual: os russos já não têm como aceitar uma derrota; e para os norte-americanos, qualquer negociação é vista como um sinal inaceitável de fraqueza, sobretudo depois de sua desastrosa “retirada do Afeganistão”. Por isso mesmo, a posição oficial do governo americano é prolongar a guerra indefinidamente, por meses ou anos, até exaurir a capacidade econômica russa de sustentar sua posição atual na Ucrânia, e mais à frente, de iniciar novas guerras.

Apesar disso, existe uma brecha para a paz que está se consolidando com o avanço da crise econômica e social dos principais países que apoiam a resistência militar do governo ucraniano. Com algumas repercussões políticas imediatas, em alguns casos, como a queda abrupta da popularidade do presidente Joe Biden, nos Estados Unidos; as derrotas eleitorais de Emmanuel Macron, na França, e de Mário Draghi, na Itália; a queda de Boris Johnson na Inglaterra; e a fragilidade notória do governo de coalizão de Olaf Scholz, na Alemanha – alguns dos principais países que desencadearam uma verdadeira guerra econômica contra a Rússia, propondo-se a asfixiar sua economia no curto prazo, excluindo-a do sistema financeiro mundial, e aleijá-la no longo prazo, com o banimento do petróleo e do gás russos dos mercados ocidentais.

Esse ataque econômico, fracassou nos seus objetivos imediatos, e pior do que isto, vem provocando uma crise econômica de grandes proporções nos países que lideraram as sanções contra a economia russa, em particular nos países europeus. E o que é mais importante, os Estados Unidos e seus aliados não conseguiram isolar e excluir a Rússia do sistema econômico e político internacional. Apenas 21% dos países-membros da ONU apoiaram as sanções econômicas impostas à Rússia, e nestes quatro meses de guerra, a Rússia conseguiu manter e ampliar seus negócios com a China, a Índia e com a maioria dos países da Ásia, do Oriente Médio (incluindo Israel), da África e da América Latina (incluindo o Brasil).

Nos últimos quatro meses de guerra, os superávits comerciais russos alcançaram sucessivos recordes, e suas exportações de petróleo e gás do último mês de maio foram superiores ao período anterior à guerra (U$ 70,1 bilhões no primeiro trimestre, e U$ 138,5 bilhões no primeiro semestre de 2022, o maior superávit comercial russo desde 1994). O mesmo acontecendo, surpreendentemente, no caso das exportações russas para os países europeus e para o mercado norte-americano, que cresceram neste período, apesar do banimento oficial imposto pelo G-7 e seus aliados mais próximos.

A expectativa inicial do mercado financeiro era que o PIB russo caísse 30%, a inflação chegasse à casa do 50% e que a moeda russa, o rublo, se desvalorizasse algo em torno dos 100%. Depois de quatro meses de guerra, a previsão é que o PIB russo caia uns 10%, a inflação foi contida um pouco acima do nível em que estava antes da guerra, e o rublo foi a moeda que mais se valorizou no mundo nesse período. Enquanto isso, do outro lado desta nova “cortina financeira”, a economia europeia vem sofrendo uma queda acentuada e pode entrar num período prolongado de estagflação: nesses quatro meses de guerra e de sanções, o euro se desvalorizou em 12%, e a inflação média do continente está em torno de 8,5%, alcançando cerca de 20% em alguns países bálticos; e a própria balança comercial da Alemanha, maior economia exportadora da Europa, teve um saldo negativo no último mês de maio, no valor de 1 bilhão de dólares.

Tudo indica, portanto, que as “potências ocidentais” possam ter calculado mal a capacidade de resistência de um país que, além de ser o mais extenso, é também uma potência energética, mineral e alimentar, sendo também a maior potência atômica mundial. Um fracasso (das previsões) econômicas, do ponto de vista “ocidental”, que vem repercutindo também no plano diplomático, onde a deterioração da liderança americana vem ficando cada vez mais visível, como se pode observar na viagem improvisada de Joe Biden à Ásia, no insucesso da “Cúpula da Democracia” e na “Cúpula das Américas”, na baixa receptividade das posições americanas e ucranianas entre os países árabes e africanos, no fracasso americano na sua tentativa de exclusão dos russos da reunião do G-20, em Bali, e na mais recente e desconfortável visita do presidente americano à Arábia Saudita e ao seu principal desafeto da Casa de Saud, o príncipe Mohammad bin Salman, que é acusado pelos próprios americanos de haver matado e esquartejado um jornalista que lhe fazia oposição.

Quando se olha para estes fatos e números, consegue-se também visualizar algumas das características da nova ordem mundial que está nascendo à sombra dessa nova guerra europeia, como já aconteceu no caso da Primeira e da Segunda Guerras Mundiais.

(i) Pelo “lado oriental”, caso a Rússia não seja derrotada, e o mais provável é que não o seja, seu simples ato de insubordinação contra a ordem imposta na Europa pelos EUA e pela OTAN, depois de 1991, por si só já inaugura uma nova ordenação internacional, com o surgimento de uma potência com capacidade e disposição de rivalizar com o “ocidente” e sustentar, com suas próprias armas, seus interesses estratégicos com suas “linhas vermelhas” e seu próprio sistema de valores. Uma nova potência capitalista que rompe o monopólio da “ordem internacional pautada pelas regras” definidas há pelo menos três séculos pelos canhões e canhoneiras euro-americanas, e sobretudo por seus povos de língua inglesa. A Rússia rompe assim, definitivamente, qualquer tipo de aproximação com a União Europeia, e em particular com os países do G-7, optando por uma aliança geopolítica e uma integração de largo fôlego com a China e a Índia. E contribui, desta forma, para que a China assuma a liderança e redefina radicalmente os objetivos do grupo do BRICS+, que era um bloco econômico e agora está sendo transformado num verdadeiro bloco alternativo ao G-7, depois da provável inclusão de Argentina, Irã, Egito, Turquia e a própria Arábia Saudita. Com cerca de 40% da população mundial e um PIB quase igual ao do G7, já é hoje uma referência mundial em franco processo de expansão e projeção global do seu poder.

(ii) Pelo “lado ocidental”, por sua vez, o fato mais importante – caso se confirme – será a derrota econômica das “potências econômicas ocidentais” que não terão conseguido em conjunto asfixiar nem destruir a economia russa. O uso militar das “sanções econômicas” será desmoralizado, e as armas voltarão a prevalecer na Europa. Primeiro, com a ascendência da OTAN, que substituirá, no curto prazo, o governo dividido e fragilizado da União Europeia, transformando a Europa num “acampamento militar” – com 300 mil soldados sob a bandeira da OTAN – sob o comando real dos Estados Unidos. No médio prazo, entretanto, essa nova configuração geopolítica deve aprofundar as divisões internas da União Europeia, incentivando uma nova corrida armamentista entre seus Estados-membros, liderada provavelmente pela Alemanha, que após 70 anos de tutela miliar americana, retoma seu caminho militarista tradicional. E assim, a Europa volta ao seu velho “modelo westfaliano” de competição bélica (falta algo) – e com isso liquida sua utopia de unificação, se desfaz definitivamente de seu modelo econômico de sucesso puxado pelas exportações e sustentado pela energia barata fornecida pela Rússia.

(iii) Por fim, pelo lado do “império americano”, a grande novidade e mudança foi a passagem dos norte-americanos e seus aliados mais próximos para uma posição defensiva e reativa. E esta foi ao mesmo tempo a sua principal derrota nesta guerra: a perda de inciativa estratégica, que passou, no campo militar, para as mãos da Rússia, no caso da Ucrânia e no campo econômico, para as mãos da China no caso da Belt and Road. As “potências ocidentais” parecem ocupadas em “tapar buracos” e “refazer conexões” perdidas ao redor do mundo, enquanto o próprio conflito vai explicitando a perda da liderança ocidental no sistema internacional, com o rápido encolhimento da hegemonia secular dos valores europeus e da supremacia militar global dos povos anglo-saxônicos.

Nesta crise ficou claro, mais do que nunca, o verdadeiro tamanho do G-7, que costuma falar em nome de uma “comunidade internacional” que não existe mais ou que foi sempre uma ficção ou “narrativa” dos sete países que já foram os mais ricos e poderosos do mundo. Mais do que isto, o próprio poder do “capital financeiro” desregulado e globalizado está sendo posto em xeque, com a explicitação da face parcial e bélica da “moeda internacional” e o desnudamento da estrutura de poder estatal que se esconde por trás de dois sistemas internacionais de troca de informações financeira se pagamentos, o SWIFT (Society for Worldwide Interbank Financial Telecommunication), que tem sua sede em Bruxelas, mas que é controlado, de fato, pelos Bancos Centrais de 10 Estados apenas, os mesmos do G7 e mais Suécia, Suíça e Países Baixos.

Ou seja, o mesmo grupo de Estados e bancos nacionais que controlaram o sistema político e econômico internacional nos últimos 300 anos e que agora estão sendo questionados por esta “rebelião eurasiana”. Afinal, um “segredo de Polichinelo” que foi guardado por muito tempo e com muita cautela: o “capital financeiro globalizado” tem dono, obedece a ordens e pertence à categoria das “tecnologias duais”: pode ser usado para acumular riqueza, mas também pode ser usado como arma de guerra.

Resumindo: a nova ordem mundial está cada vez mais parecida com seu modelo original criado pela Paz de Westfália de 1648. A grande diferença é que agora esse sistema incorporou definitivamente a China, a Rússia, a Índia e mais outros 180 países, e não terá mais uma potência ou região do mundo que seja hegemônica e defina unilateralmente suas regras. Em poucos anos, o sistema interestatal se universalizou, a hegemonia dos valores europeus está acabando, o império americano encolheu, e o mundo está passando de um “unilateralismo quase absoluto” para um “multilateralismo oligárquico agressivo”, em trânsito na direção de um mundo que viverá por um tempo sem uma potência hegemônica.

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sexta-feira, 29 de julho de 2022

Convite - Diálogos Amazônicos | Desigualdades Regionais no Brasil e o Papel da Amazônia

Caros leitores,

Sempre foi tópico as causas e efeitos da profunda desigualdade regional existente no País, que assola e dificulta a vida de milhões de brasileiros. Cada vez mais, medidas que buscam mitigar essa realidade assumem importância na conjuntura política, em especial diante da necessidade de adoção de medidas práticas que salvaguardem o meio ambiente e gerem riqueza de forma sustentável.

Diante disso, trazemos hoje um convite ao Webinar "Diálogos Amazônicos | Desigualdades regionais no Brasil e papel da Amazônia", promovido pela Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Trazendo nomes relevantes, como o ex-ministro do Planejamento e da Fazenda Paulo Haddad, o Evento será gratuito e ocorrerá no dia 01/08, às 19:00

A apresentação será virtual e as inscrições podem ser feitas no link abaixo:


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Ygor Alonso é membro do Grupo de Pesquisa em Estado, Instituições e Análise Econômica do Direito (GPEIA/UFF).

quarta-feira, 27 de julho de 2022

Junho de 2022: o plano Biden para a América do Sul


Caros leitores,

Os Estados Unidos sempre tiveram na América do Sul uma das suas principais zonas de interesse e influência, tendo atuado diretamente em diferentes momentos visando a colocação de governos aliados a si em postos chave na conjuntura política regional. No entanto, cada vez mais percebe-se uma modificação dessa realidade, mediante a criação de um descompasso entre os interesses norte-americanos e aqueles manifestados no restante do continente.

Diante disso e à luz da Cúpula das Américas e o movimento do xadrez político recente em países como Chile e Colômbia, trazemos hoje uma análise que demonstra a dificuldade do país de impor sua agenda e seus interesses na América do Sul em um momento de novos líderes políticos de esquerda, o que gera dúvidas sobre o futuro mas sob nenhuma hipótese desmerece a importância da influência que os EUA ainda exercem na região.

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Ygor Alonso é membro do Grupo de Pesquisa em Estado, Instituições e Análise Econômica do Direito (GPEIA/UFF).

O mês de junho de 2022 foi um momento de perdas relevantes para a política externa dos Estados Unidos na América do Sul, especialmente em razão de dois eventos: o fracasso da Cúpula das Américas e a eleição de Gustavo Petro na Colômbia. Os eventos mostram a dificuldade dos EUA em impor sua agenda à região. Contudo, esses limites não devem ser superestimados e, tampouco, sinalizam o fim da hegemonia estadunidense.

A Cúpula das Américas mostrou a dificuldade de Biden em estabelecer um diálogo com a América do Sul. Com um discurso que visou à manutenção da hegemonia, da sua posição de superioridade e subordinação da região, a tentativa do governo estadunidense de relançar as relações do país com a América Latina e aumentar o protagonismo da potência ao norte fracassaram. A Cúpula foi mal organizada, algumas lideranças importantes, como o presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, estiveram ausentes e o plano econômico apresentado por Biden teve pouca repercussão.

Os EUA reafirmaram a sua tendência histórica de definir quem são os países autoritários e, portanto, decidiram não enviar convites para os presidentes de Cuba, Venezuela e Nicarágua – seus atuais desafetos. Essa escolha foi respondida pelos latino americanos com ausência de líderes importantes e discursos contundentemente críticos, como aqueles proferidos  pelo presidente chileno, Gabriel Boric e argentino, Alberto  Fernandez. O que se pode observar é que a solidariedade sul americana ao projeto estadunidense para a região foi bem recebida apenas por alguns países, como a Colômbia do presidente em saída, Ivan Duque.

A agenda dos EUA volta-se muito aos seus próprios interesses – que, neste momento, concentram-se na tentativa de contenção da expansão econômica chinesa na América Latina – e se mostra pouco aberta à incorporação de demandas históricas latino-americanas. Entre estas, encontra-se a reivindicação pela participação universal dos países americanos neste tipo de reunião, não contemplada por Biden, que decidiu excluir exatamente alguns dos governos que mais têm se aproximado de outras potências. Por outro lado, a presença econômica chinesa, crescentemente vista como um problema de segurança pelos EUA, é muitas vezes entendida pelos sul-americanos como uma oportunidade.

Os desencontros também estão nas diferentes definições dos problemas regionais. Enquanto a Biden enfatiza o “trabalho conjunto” para contenção da imigração e adesão sobre as definições estadunidenses de democracia e direitos humanos, diversos governos progressistas da região reafirmam – no atual contexto de volta da fome – a necessidade de combate à insegurança alimentar e às desigualdades sociais, defesa da democracia com justiça social, acesso a tecnologias e aos investimentos internacionais bem como o fim dos embargos dos Estados Unidos aos países da região.

Reforçando as percepções de militares e congressistas estadunidenses sobre a América Latina, as propostas de Biden na Cúpula expressaram o descompasso entre as visões do país e da América Latina. Apesar desse insucesso, a administração Biden não parece buscar alternativas. Nesse sentido, após o evento, o assessor especial do presidente Biden para a região e diretor do Conselho de Segurança Nacional para o Hemisfério Ocidental, Juan Gonzales, tem declarado, por exemplo, o sucesso da Cúpula com resultados concretos (mesmo sem conseguir citar um exemplo).

Contudo, esta dificuldade dos Estados Unidos em impor sua agenda no âmbito multilateral não conta toda a história. Se neste âmbito a potência aparenta estar em decadência, outros mecanismos de atuação hegemônica tradicionais estão em pleno funcionamento, entre eles, o uso das relações bilaterais em diversas áreas e as conexões entre elites sul-americanas e estadunidenses. Nesse sentido, as relações militares Brasil-Estados Unidos são exemplares. Apesar das relações entre os presidentes dos dois países não serem das melhores, na esfera militar há uma ascendente de alinhamento representada, por exemplo, pela intensificação de treinamentos conjuntos e de acordos entre instituições educacionais de defesa dos Estados Unidos e do Brasil.

A eleição na Colômbia e seus impactos para os EUA

A histórica eleição de Gustavo Petro para presidência da Colômbia no mês passado é relevante não apenas por suas consequências internas para o país, mas também em razão de seu significado para a conjuntura regional latino-americana e a histórica subordinação deste país aos Estados Unidos. Essa vitória de Petro marcou não só o fim de governos de direita naquele país e que até então foram tradicionais aliados estadunidenses, mas também reforçou o que já está sendo chamado de “segunda onda rosa latino-americana”, ou um segundo tempo dos governos progressistas.

Ou seja, com o resultado eleitoral da Colômbia há a confirmação de que após dez anos de uma restauração conservadora que se iniciou com o golpe parlamentar no Paraguai em 2009, governos progressistas novamente são maioria na região. Foi assim na Argentina com a eleição em 2019 de Alberto Fernandez, em 2020 na Bolívia com a vitória de Luis Alberto Arce Catacora e, em 2021, com a eleição de José Pedro Castillo Terroneso no Peru e de Gabriel Boric no Chile. O grande bastião da extrema-direita na região é o governo de Jair Bolsonaro, no Brasil, que, no entanto, enfrentará o ex-presidente Lula nas eleições de outubro.

Vale ressaltar que na sua primeira edição, como uma das suas grandes marcas, a onda rosa sul-americana deixou em andamento projetos regionais que se colocaram como mais autônomos aos EUA, como foi, por exemplo, o caso da União de Nações Sul Americanas, a Unasul. Apesar de ser muito cedo para qualquer afirmação sobre os rumos que estes novos governos de esquerda e centro esquerda irão adotar, o presidente da Argentina e  também atual líder da Comunidade de Estados Latino Americanos (Celac), Alberto Fernandez, já se destaca por articular posições e discursos voltados a união dos países da região, de críticas à política externa dos EUA para a América Latina e à estrutura social internacional.

Embora essa movimentação signifique uma mudança de ventos relevante na América do Sul, e que traz maiores dificuldades à Política Externa dos Estados Unidos, é importante não superestimar as mudanças e reconhecer que esse contexto não significa o fim do poder estadunidense na região. Em primeiro lugar, cabe reconhecer os limites da busca de autonomia por parte de governos progressistas. Durante a primeira onda rosa, poucos foram os governos que romperam com os Estados Unidos e, neste momento, é pouco provável que isto aconteça. Fernandez é mais moderado que Cristina Kirchner, Boric busca garantir boas relações com os EUA e Petro precisou compor alianças com setores dos partidos tradicionais para garantir sua eleição.

Ademais, as relações entre a potência e os países que compõem sua histórica área de influência não ocorrem apenas através de encontros entre os presidentes, mas fincam raízes a partir da transnacionalização de empresas, redes de advocacy e, também, das relações mantidas com agências estatais – entre as quais destacam-se os militares. No caso da Colômbia, por exemplo, é pouco provável que décadas de aproximação entre os militares e as agências de segurança sejam revertidas de forma rápida, ou sem causar oposição interna.

A falta de compatibilidade entre os interesses dos EUA e da América do Sul

As dificuldades nas relações entre os Estados Unidos e a América do Sul não são uma novidade do presente ano, mas algo recorrente nas últimas décadas. Os países da região, especialmente quando governados por setores progressistas, comumente apresentam demandas que são desconsideradas ou marginalizadas pela potência. Exemplo disso é a busca de inclusão de todos os países latino-americanos em organismos pan-americanos, com destaque para a Cúpula das Américas. Essa demanda já havia estado presente na edição de 2012, quando também gerou desgaste nas relações com a potência.

As diferenças entre os Estados Unidos e a América do Sul também têm crescido em razão do aumento da presença econômica chinesa. Para os países sul-americanos, a China é vista muitas vezes como uma oportunidade, pelo financiamento de obras de infraestrutura e pelos superávits comerciais gerados pela exportação de commodities ao país asiático. Para os Estados Unidos, por sua vez, a intensificação das relações sino-latino-americanas é vista com preocupação e o país busca reafirmar a região como sua área de influência. Embora os Estados Unidos tenham encontrado dificuldades em limitar essa projeção econômica asiática, é imperativo reconhecer a contínua influência estadunidense, seja pela presença de empresas transnacionais, por sua capacidade de exportar conceitos e visões de mundo e, também, pelas relações desenvolvidas com parte significativa das elites sul-americanas, incluídas entre estas os militares e agências de segurança.

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segunda-feira, 25 de julho de 2022

Com guerra na Ucrânia, relações entre China e Europa atingem pior momento em décadas

Caros leitores,

É notório que o conflito entre Ucrânia e Rússia trouxe diferentes efeitos em diferentes escalas, inclusive na geopolítica global. Nesse sentido, a divergência entre as nações ocidentais, basicamente unânimes em condenar a atitude russa, e aquelas que permaneciam neutras ou aliadas aos últimos traziam consequências, inclusive diplomáticas, marcantes. A posição chinesa, aqui, atingiu ponto fundamental.

Nesse sentido, trazemos hoje uma análise que traça justamente a relação atual entre União Europeia e China, diante da guerra e da posição adotada por cada uma. Os efeitos, inclusive econômicos, dessa divergência ainda estão em cheque e passíveis de uma análise mais profunda.

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Ygor Alonso é membro do Grupo de Pesquisa em Estado, Instituições e Análise Econômica do Direito (GPEIA/UFF).

Quando o líder chinês Xi Jinping fez sua primeira visita de Estado à Europa em 2014, ele anunciou uma nova era de cooperação em uma turnê por vários países, que o presidente do Parlamento Europeu à época chamou de “um sinal de boas-vindas da importância que o novo líder chinês atribui a uma parceria reforçada entre China e União Europeia.”

Oito anos depois, o otimismo daquele período desabou, com a relação entre a China e a União Europeia atingindo o que os analistas chamam de um claro ponto baixo das últimas décadas.

A preocupação europeia com as ambições globais chinesas e seu histórico de direitos humanos, as tensões com os Estados Unidos, sanções e, agora, a invasão da Ucrânia pela Rússia – cujo impacto Pequim parece ter subestimado ou descartado — todos esses fatores pioraram as relações.

Isso foi demonstrado no mês passado durante dois encontros entre líderes europeus. Tanto o G7 quanto a Otan endureceram significativamente suas posições sobre a China, em um sinal de que as opiniões na Europa estão mais alinhadas com as de Washington.

A mudança é o culminar de uma série de passos em que Pequim pode ter subestimado a extensão em que estava afastando a Europa, mas também parecia disposto a pagar esse preço.

Mas é um golpe significativo para a visão ideal de Pequim: uma Europa com fortes laços com a China que contrabalançam o poder e a postura dos EUA.

“A China e a UE devem agir como duas grandes forças que defendem a paz mundial e compensar as incertezas no cenário internacional”, disse Xi aos líderes europeus em uma cúpula em abril, instando-os a rejeitar a “mentalidade de bloco rival”.

Mas essas palavras pareceram não agradar o lado europeu, que se concentrou em pressionar a China para ajudar a mediar a paz na Ucrânia. “Foi tudo menos um diálogo. De qualquer forma, foi um diálogo de surdos”, disse depois o chefe de relações exteriores da UE, Josep Borrell.

Espiral descendente

Pequim elaborou cuidadosamente seus relacionamentos na Europa nas últimas décadas – criando uma cúpula anual com países da Europa Central e Oriental e buscando incursões para sua iniciativa de infraestrutura, que ganhou o apoio da Itália em 2019.

As preocupações dos EUA sobre os riscos da colaboração com a China repercutiram na Europa. As próprias nações europeias estavam vendo o regime de Xi se tornar cada vez mais assertivo em sua política externa, desde o tom combativo de seus diplomatas até o estabelecimento de uma base naval na África, a crescente agressividade no Mar da China Meridional e em relação a Taiwan, e a hostilidade a empresas ou países que entraram em conflito com a posição chinesa em questões polêmicas.

Alegações de violações de direitos humanos na região de Xinjiang, noroeste da China, e o desmantelamento da sociedade civil em Hong Kong também desempenharam um papel na mudança das percepções europeias, dizem analistas.

Autoridades chinesas chamaram as alegações de que mantinha mais de um milhão de uigures e outras minorias muçulmanas em campos de internação em Xinjiang de “fabricações” e criticaram a discussão dessas questões como “interferência” em seus assuntos internos.

A UE declarou a China um “rival sistêmico” em 2019 e os laços continuaram a se desgastar desde então. “A China agora exige que o resto do mundo lhe respeite e reconheça as posições que assume, sem prestar muita atenção ao que os outros possam pensar”, disse Steve Tsang, especialista internacional da Universidade de Londres.

Essa abordagem fez as democracias ocidentais “abandonarem a política de décadas de ajudar a China a se modernizar e crescer com a esperança de que uma maior integração econômica encoraje a China a se tornar uma parte interessada responsável nos assuntos mundiais”, disse Tsang.

Vantagem econômica

A China foi o terceiro maior mercado de exportação de produtos europeus e a maior fonte de produtos que entraram na Europa no ano passado, mas os atritos já começam a afetar a relação econômica entre a UE e Pequim.

No início deste ano, uma disputa entre a China e a Lituânia levou a UE a apresentar um caso na OMC, acusando Pequim de “práticas comerciais discriminatórias contra a Lituânia” em retaliação ao que o governo chinês vê como uma violação pelo Estado báltico de seu princípio “Uma China”, pelo qual reivindica Taiwan como seu território.

A maior perda financeira foi o tão esperado acordo comercial entre a UE e a China, que parou no ano passado depois de ser pego no fogo cruzado de uma troca de sanções. Pequim impôs sanções a legisladores e órgãos da UE depois que a União sancionou quatro autoridades chinesas por supostos abusos em Xinjiang.

Mas o dano foi maior do que apenas o acordo. “Esta reação exagerada (de Pequim) não foi uma jogada sábia”, disse Ingrid d’Hooghe, pesquisadora associada do think tank Clingendael, com sede na Holanda, apontando para o efeito prejudicial na opinião pública.

“A estratégia da China em relação à Europa estava desmoronando e aparentemente não entendia que todas essas ações – as sanções reativas, a diplomacia coercitiva – no fim funcionaram contra os objetivos diplomáticos da China … e também empurraram a Europa para mais perto dos Estados Unidos”, disse Ingrid.

Embora essas ações possam ter impulsionado uma mudança no pensamento europeu com claras consequências econômicas, contribuíram para o Ministério das Relações Exteriores da China, de acordo com Henry Gao, professor da Faculdade de Direito da Singapore Management University.

“Para eles, a relação fria é um preço necessário e é mais importante fazer pontos políticos”, disse Gao.

Ponto cego

São os cálculos mais recentes da China sobre como responder à guerra da Rússia na Ucrânia que podem acabar sendo os mais caros quando se trata de relações europeias.

Enquanto os países europeus e os EUA se uniam em apoio à Ucrânia, a China se recusava a condenar a guerra – em vez disso, reforçando seu relacionamento com a Rússia e se juntando ao Kremlin apontando o dedo para os EUA e a Otan.

Analistas políticos na China que entendiam as consequências negativas que a posição chinesa teria em seus laços europeus, de acordo com Li Mingjiang, professora de Relações Internacionais da Escola de Estudos Internacionais da Universidade Tecnológica de Nanyang, em Cingapura. Mas essa avaliação pode ter sido “subestimada” pelos governantes, disse Li.

Cálculos sobre a importância geopolítica dos laços com a Rússia e o vínculo estreito entre Xi e o presidente russo, Vladimir Putin, provavelmente também atrapalham, acrescentou.

“É um dilema realmente enorme para a China… e eles não podiam arcar com grandes consequências negativas na parceria estratégica China-Rússia. Esse imperativo realmente prevaleceu”, disse Li.

Houve reconhecimento da miopia da China entre os estudiosos do continente,

Chen Dingding, fundador do think tank Intellisia Institute em Guangzhou, escreveu em um artigo que os riscos da guerra na Ucrânia “não são totalmente compreendidos na China”, onde autoridades e acadêmicos falharam em reconhecer o ” choque” que a morte e a destruição na Ucrânia trariam aos europeus.

“A proximidade geográfica e emocional da guerra mudará fundamentalmente os sentimentos europeus em relação à segurança comum, dependências econômicas e soberania nacional nos próximos anos”, escreveram Chen e seu grupo internacional de coautores.

No entanto, vozes fortes em muitos países continuam a defender uma abordagem equilibrada para a China, de acordo com d’Hooghe. O futuro pode trazer não uma dissociação, disse ela, mas sim uma recalibração na Europa de como colaborar com a China, mantendo-se de olho na segurança e no equilíbrio.

“Mas agora – e isso também é verdade com o relacionamento europeu com a Rússia – as considerações normativas parecem pesar mais do que os interesses econômicos”, conclui.

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sexta-feira, 22 de julho de 2022

As consequências da queda do euro, que atingiu mesma cotação do dólar pela 1ª vez em 20 anos


Caros leitores,

Diante dos recentes acontecimentos que perturbam a ordem social da Europa, a moeda comum europeia atingiu a paridade com o dólar pela primeira vez em 20 anos. O acontecimento, marcante, marca o resultado de uma situação econômica delicada resultante em especial da guerra da Ucrânia, abrindo caminho para uma possível recessão,

Diante disso, trazemos hoje uma notícia que busca explicar melhor o contexto da região, assim como as consequências, inclusive à América Latina.

Esperamos que gostem e compartilhem!

Ygor Alonso é membro do Grupo de Pesquisa em Estado, Instituições e Análise Econômica do Direito (GPEIA/UFF),

O euro, a moeda comum da União Europeia (UE), caiu ao nível mais baixo em 20 anos, atingindo a paridade com relação à moeda americana, o dólar. As duas moedas atingiram o mesmo valor na terça-feira (12/7), o que representa uma desvalorização de 15% do euro no último ano.

Isso acontece em um momento em que crescem nos mercados os temores de uma recessão econômica na Europa, em um contexto de alta inflação e crescente incerteza sobre a continuidade do fornecimento de gás russo.

Já se foram os anos em que o euro era tão forte (1,6 vezes o dólar durante a crise financeira global de 2008) que muitos europeus passavam férias nos Estados Unidos em busca de hotéis e comida baratos, voltando para casa com malas cheias de eletrônicos e roupas.

Agora, a situação é completamente diferente, com a Europa sofrendo as consequências econômicas da guerra na Ucrânia e a decisão do Banco Central Europeu de manter inalteradas as taxas de juros.

Por que o valor do euro despencou?

A desvalorização do euro ocorre em meio a uma crise energética na Europa causada pela invasão russa da Ucrânia.

Há uma preocupação com a possibilidade de que esta crise cause uma recessão com consequências imprevistas, uma sombra que se intensificou na segunda-feira (11/7)  devido à redução na oferta de gás russo, em meio a uma parada para manutenção do  gasoduto Nord Stream, e à preocupação de que a inflação continue subindo.

A gigante energética russa Gazprom iniciou dez dias de manutenção em seu gasoduto Nord Stream 1, com a Alemanha e outros países europeus observando ansiosamente se o gás retornará após esta operação. O temor é de que a Rússia possa aproveitar a oportunidade para fechar as válvulas.

"Há muito medo sobre o que pode acontecer no campo energético com a guerra. Vamos ver se continuamos a receber gás da Rússia", diz Juan Carlos Martínez, professor de Economia da IE University, na Espanha. 

A este conflito, soma-se o golpe que a moeda europeia recebeu porque as taxas de juros estão subindo muito mais rápido nos Estados Unidos, e isso atrai capital para a maior economia do mundo.

"A causa mais importante da queda do euro é a velocidade diferente na política monetária do Federal Reserve dos Estados Unidos e do Banco Central Europeu", argumenta Martínez.

Para os investidores, os rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estrados Unidos são maiores do que os da dívida europeia, fazendo com que eles prefiram o dólar ao euro. Nessa perspectiva, o Banco Central Europeu está em uma posição difícil, tentando conter a inflação e, ao mesmo tempo, lidar com uma economia em desaceleração.

"A zona do euro ainda não começou a aumentar as taxas de juros. Deve fazê-lo em sua reunião no final de julho, mas fará isso mais lentamente", acrescentou Martínez.

Quais são as consequências?

Com a inflação na zona do euro em seu nível mais alto desde o início dos registros (8,6%), a perda de valor da moeda aumenta o custo de vida ao tornar as importações mais caras. 

Em outros momentos da história, uma moeda mais fraca não foi necessariamente uma má notícia, porque os governos usaram a depreciação cambial como forma de estimular o crescimento econômico à medida que as exportações se tornaram mais competitivas. No momento atual, no entanto, esse não é o caso.

"Cada vez que o dólar se valoriza, custa mais em euros comprar um barril de petróleo. Esse é o grande problema que vemos agora", explica o economista.

É por isso que um euro fraco contribuiu para que os combustíveis tenham superado as máximas de todos os tempos, perfurando os bolsos dos consumidores. A situação é preocupante para os países da região, considerando que cerca de 50% das importações da zona do euro são em dólares.

Se a guerra na Ucrânia terminar em breve, o que os especialistas consideram improvável, a desvalorização do euro pode ser interrompida. A segunda alternativa para frear a desvalorização é aumentar as taxas de juros na zona do euro.

"Seria necessária uma política mais agressiva do Banco Central Europeu, algo que no momento não parece estar na mesa", diz Martínez.

América Latina

No caso da América Latina, a paridade entre o euro e o dólar "não tem impacto direto na região", disse Elijah Oliveros-Rosen, economista sênior da divisão Latin America Global Economics & Research da consultoria S&P.

O que essa situação reflete, acrescenta, é que há uma valorização do dólar de forma geral.

"A força do dólar não é apenas contra o euro, mas também contra a maioria das moedas dos países emergentes, incluindo a América Latina."

Argentina, Chile e Colômbia são os três países que sofreram as piores desvalorizações de suas moedas em relação ao dólar até este momento no ano. O real brasileiro acumula desvalorização de 14% em relação ao dólar desde abril, quando a moeda nacional estava mais forte, em meio à alta das commodities como consequência da guerra na Ucrânia.

No período recente, além do efeito da alta de juros nos Estados Unidos e do temor de recessão global, que contribuem para a valorização do dólar, o real também tem perdido força devido à preocupação com o descontrole fiscal, após a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição que cria uma série de benefícios às vésperas da eleição.

Mesmo com a fraqueza do real, a moeda brasileira se valorizou em relação ao euro ao longo deste ano. O real começou 2022 cotado a 6,33 euros e estava na segunda-feira (11/7) em 5,40 euros.

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segunda-feira, 18 de julho de 2022

Agradecimentos - Evento de Lançamento dos Livros - II Seminário Internacional

Caros leitores,

Gostaríamos de agradecer a todas e todos pela participação no Evento de Lançamento do Livro “Estado e Instituições: Desafios Contemporâneos do Multilateralismo e Perspectivas no âmbito da Governança Global”, coordenado pelo Prof. Gabriel Rached, bem como dos Ebooks “Cenários Contemporâneos no  Âmbito da Governança Global”, organizados em parceria com a pesquisadora Rafaela Sá.

Essas cinco obras são resultado conjunto das pesquisas realizadas no âmbito do II Seminário Internacional sobre Estado e Instituições (https://linktr.ee/SeminarioEstadoeInstituicoes).

Os 4 Ebooks estão disponíveis em open access nos links abaixo:


Desafios do multilateralismo e o papel das instituições internacionais

Políticas nacionais e internacionais de enfrentamento da crise em perspectiva comparada

Alternativas para o meio ambiente e a plataforma da sustentabilidade

Estado, instituições e governança


Para quem quiser acompanhar esse momento de celebração, disponibilizamos o vídeo do Evento de Lançamento, organizado em conjunto com a equipe do BRICS The Catalyst, no nosso Canal de Youtube. Para acessar o vídeo, clique no link abaixo:


Acesse Aqui!


Aproveitamos para reiterar nosso agradecimento aos participantes pela fundamental contribuição para o material que acaba de ser lançado, como resultado bem sucedido das atividades do II Seminário Internacional sobre Estado e Instituições!

Ygor Alonso é membro do Grupo de Pesquisa em Estado, Instituições e Análise Econômica do Direito (GPEIA/UFF).