Olá
alunos,
Nas
últimas semanas a questão do possível impeachment da Presidenta Dilma tem sido
pauta corrente. Com isso, dúvidas acabam surgindo, sobre seria realmente
viável, se há chances de acontecer de fato, como ficaríamos após tal
acontecimento? E nossa Economia? Nesse diapasão, a postagem de hoje pretende
trazer maiores esclarecimentos.
Esperamos que gostem e participem.
Joyce Borgatti e Palloma Borges
Monitoras da disciplina “Economia
Política e Direito” da Universidade Federal Fluminense.
Crise
política cria apreensão no campo econômico: A crise política
causada pela tentativa de impeachment capitaneada pelo presidente da Câmara,
Eduardo Cunha (PMDB-RJ), está criando uma situação de apreensão nos analistas
econômicos. Diante da incerteza acerca dos rumos do processo político,
aumentadas ontem, 7 de dezembro, pela adesão do vice-presidente Michel Temer ao
processo iniciado por Cunha, os investidores têm reagido com cautela e se
mantido líquidos (em investimentos de curto prazo), em decorrência da
impossibilidade de se projetar o futuro da economia brasileira. A sensação que
parece dominar parte dos analistas é a de que, uma vez superada a tentativa de
impeachment, o governo terá mais força para se reorganizar politicamente e
apresentar uma nova agenda ao país, tendo ainda como bônus a provável cassação
do mandato do deputado Eduardo Cunha. Apesar da volatilidade recente,
aparentemente o mercado financeiro tem reagido com modesto otimismo à
deflagração do processo (há muito esperado, uma vez que Cunha se tornou
oposicionista desde o momento de sua eleição), já que ele pode representar a
superação da crise política vista no país desde o início do ano.
Os
dados econômicos disponíveis não indicam nenhuma grande mudança da situação que
vimos em 2015: inflação alta, desemprego crescendo e baixo crescimento
econômico. O único indicador que apresentou melhoria em 2015 foi o do setor
externo, com a retomada do superávit comercial e a redução do déficit em
transações correntes. Esta situação negativa só se alterará em 2016 caso o
governo consiga vencer o embate político com Eduardo Cunha e seus aliados,
estabilizando a situação política no Congresso Nacional. Uma vez superada a
discussão do golpe o governo será capaz de implementar uma nova agenda de
crescimento para o país, fato que já vinha sendo discutido dentro do Ministério
da Fazenda e do Planejamento, mas que ficou paralisado dado o agravamento da
crise política.
A
recente adesão ao golpe do vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP), através da
divulgação para a imprensa de uma carta destinada em caráter supostamente
“privado” à Presidenta, demonstra que a disputa política não tem relação com
eventuais crimes cometidos por Dilma, mas sim com uma disputa pelo poder dentro
do próprio PMDB. A luta da dupla Cunha/Temer é pelo controle do partido e dos
cargos no governo, não tendo nenhuma preocupação com um verdadeiro projeto para
o país. O poder conquistado seria utilizado como forma de pressionar a bancada
de deputados para apoiar o golpe e proteger a dupla do avanço das investigações
da Lava Jato em um eventual novo governo. Os partidos de oposição se tornaram
coadjuvantes do quadro, sendo meros aliados de Cunha e Temer em seu projeto de
poder, com figuras como José Serra sonhando em assumir cargos em um eventual
novo governo.
O discurso de “pacificação” do país adotado por Temer encontra
seu limite no fato evidente de que boa parte da população e da sociedade civil
organizada resiste duramente ao golpe e deplora a ideia de um governo Temer,
que seria incapaz de governar sob a constante suspeita de corrupção e com a
forte resistência dos movimentos sociais. A insistência neste caminho golpista
apenas revela o descaso de algumas lideranças políticas com o futuro do país,
preocupadas apenas com suas mesquinhas ambições políticas de poder.
Nenhum comentário:
Postar um comentário