Olá
alunos,
Em um momento tão delicado para
nosso país, onde a crise política e econômica nos assola, nos perguntamos se
ainda há esperança. Alcançaremos um futuro melhor? Os investimentos estão assim
tão baixos? A postagem de hoje pretende nos inteirar mais do assunto, trazendo
maiores chances de acreditar num Brasil melhor.
Esperamos que gostem e participem.
Joyce Borgatti e Palloma Borges
Monitoras da disciplina “Economia
Política e Direito” da Universidade Federal Fluminense.
O
país vai mal: a economia está em retração, as contas fiscais no vermelho, a
inflação em 12 meses supera o dobro da meta e os juros seguem extremamente
elevados. Em termos de ânimo, não há nada no horizonte que traga grande
perspectiva de alívio, o que faz os índices de confiança de empresários e
consumidores brasileiros renovarem seus recordes de baixa a cada mês.
Nada
mais natural, diante deste cenário, que as estatísticas do setor externo
mostrem que o investimento direto no país - o dinheiro que vem do exterior,
portanto — teve queda de 36% de janeiro a agosto.
O
estrangeiro estaria apenas reproduzindo o mau humor que já existe dentro do
país. Certo? Talvez não.
Um
relatório divulgado hoje pelo departamento de pesquisa econômica do Bradesco
dá outra visão sobre essas estatísticas, apontando que, pelo menos aos
olhos do estrangeiro que investe com visão de longo prazo, o Brasil ainda não
acabou.
Enquanto
pelo conceito usado atualmente a queda do investimento de fora no país foi de
36% no ano até agosto, no sistema antigo esse recuo foi bem menor, de 12%.
Pelo
critério clássico, a entrada de investimento em 12 meses segue próxima dos US$
60 bilhões observados sistematicamente desde 2012 - estando em US$ 57,3
bilhões, mais precisamente - o que coloca o país como o sexto que mais recebeu
recursos no mundo em 2014 (em 2013, tinha ficado em sétimo).
O
critério novo mede o “investimento direto no país” (IDP), enquanto o antigo
contabiliza o “investimento estrangeiro direto” (IED).
A
principal diferença no conceito atual é que, quando uma subsidiária estrangeira
de uma empresa com matriz no Brasil faz captações e lhe repassa os recursos,
esse dinheiro é considerado como um aporte externo - e não mais como o retorno
de um investimento brasileiro feito no exterior.
A
principal diferença no conceito atual é que, quando uma subsidiária estrangeira
de uma empresa com matriz no Brasil faz captações e lhe repassa os recursos,
esse dinheiro é considerado como um aporte externo - e não mais como o retorno
de um investimento brasileiro feito no exterior.
Na
visão de Andréa, o conceito clássico mensura melhor a pré-disposição do
investidor estrangeiro em realizar investimento produtivo no país. Para ela,
comprar títulos de dívida denominados em dólares de uma subsidiária de empresa
brasileira no exterior é uma operação de renda fixa tradicional para o
investidor de fora. “Algo muito distinto de entrar no país, comprar reais e
realizar investimento produtivo ou comprar uma empresa brasileira já
existente”, diz ela.
A
economista reconhece que, se há menos disposição de investidores estrangeiros
de financiar a dívida de companhias com sede no Brasil, isso é uma
informação relevante. “Mas daí a usar a queda de 36% do IDP para dizer que o
apetite do investidor estrangeiro para investimentos produtivos no país cedeu
abruptamente, não nos parece uma informação precisa.”
Quando
trata do investimento estrangeiro direto via participação no capital, o
relatório do Bradesco nota inclusive que o aporte em períodos acumulados de 12
meses saiu de US$ 41 bilhões em meados de 2013 para US$ 45,6 bilhões até agosto
deste ano. A queda mais forte se observa nos empréstimos intercompanhia, que
diminuíram praticamente pela metade nesse período, saindo de US$ 22,9 bilhões
para US$ 11,7 bilhões.
Entre
as hipóteses que podem explicar o fato de ainda haver algum amor pelo Brasil, a
despeito do clima interno de bastante incerteza nos campos político e
econômico, Andréa lista: as empresas brasileiras estão mais baratas (seja pelas
condições de mercado, seja pelas condições de mercado, seja pelo efeito
cambial); o mercado consumidor do país ainda tem apelo de médio e longo prazo;
o país oferece vantagens competitivas no setor de commodities, especialmente em
agricultura; e a existência de instituições fortes, que “garantem e asseguram
investimentos de longo prazo”.
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