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sábado, 12 de dezembro de 2015

Ainda existe amor pelo Brasil



Olá alunos,

Em um momento tão delicado para nosso país, onde a crise política e econômica nos assola, nos perguntamos se ainda há esperança. Alcançaremos um futuro melhor? Os investimentos estão assim tão baixos? A postagem de hoje pretende nos inteirar mais do assunto, trazendo maiores chances de acreditar num Brasil melhor.

Esperamos que gostem e participem.
Joyce Borgatti e Palloma Borges
Monitoras da disciplina “Economia Política e Direito” da Universidade Federal Fluminense.

O país vai mal: a economia está em retração, as contas fiscais no vermelho, a inflação em 12 meses supera o dobro da meta e os juros seguem extremamente elevados. Em termos de ânimo, não há nada no horizonte que traga grande perspectiva de alívio, o que faz os índices de confiança de empresários e consumidores brasileiros renovarem seus recordes de baixa a cada mês.

Nada mais natural, diante deste cenário, que as estatísticas do setor externo mostrem que o investimento direto no país - o dinheiro que vem do exterior, portanto — teve queda de 36% de janeiro a agosto.

O estrangeiro estaria apenas reproduzindo o mau humor que já existe dentro do país. Certo? Talvez não.

Um relatório divulgado hoje pelo departamento de pesquisa econômica do Bradesco dá  outra visão sobre essas estatísticas, apontando que, pelo menos aos olhos do estrangeiro que investe com visão de longo prazo, o Brasil ainda não acabou.

A economista Andréa Bastos Damico, que assina o texto, chama a atenção para o comportamento diferente do investimento vindo de fora quando se analisam os dados sob dois critérios: o clássico (e antigo) e o novo.

Enquanto pelo conceito usado atualmente a queda do investimento de fora no país foi de 36% no ano até agosto, no sistema antigo esse recuo foi bem menor, de 12%.

Pelo critério clássico, a entrada de investimento em 12 meses segue próxima dos US$ 60 bilhões observados sistematicamente desde 2012 - estando em US$ 57,3 bilhões, mais precisamente - o que coloca o país como o sexto que mais recebeu recursos no mundo em 2014 (em 2013, tinha ficado em sétimo).

O critério novo mede o “investimento direto no país” (IDP), enquanto o antigo contabiliza o “investimento estrangeiro direto” (IED).

A principal diferença no conceito atual é que, quando uma subsidiária estrangeira de uma empresa com matriz no Brasil faz captações e lhe repassa os recursos, esse dinheiro é considerado como um aporte externo - e não mais como o retorno de um investimento brasileiro feito no exterior.

A principal diferença no conceito atual é que, quando uma subsidiária estrangeira de uma empresa com matriz no Brasil faz captações e lhe repassa os recursos, esse dinheiro é considerado como um aporte externo - e não mais como o retorno de um investimento brasileiro feito no exterior.

Na visão de Andréa, o conceito clássico mensura melhor a pré-disposição do investidor estrangeiro em realizar investimento produtivo no país. Para ela, comprar títulos de dívida denominados em dólares de uma subsidiária de empresa brasileira no exterior é uma operação de renda fixa tradicional para o investidor de fora. “Algo muito distinto de entrar no país, comprar reais e realizar investimento produtivo ou comprar uma empresa brasileira já existente”, diz ela.

A economista reconhece que, se há menos disposição de investidores estrangeiros de financiar a dívida de companhias com sede no Brasil, isso é uma informação relevante. “Mas daí a usar a queda de 36% do IDP para dizer que o apetite do investidor estrangeiro para investimentos produtivos no país cedeu abruptamente, não nos parece uma informação precisa.”

Quando trata do investimento estrangeiro direto via participação no capital, o relatório do Bradesco nota inclusive que o aporte em períodos acumulados de 12 meses saiu de US$ 41 bilhões em meados de 2013 para US$ 45,6 bilhões até agosto deste ano. A queda mais forte se observa nos empréstimos intercompanhia, que diminuíram praticamente pela metade nesse período, saindo de US$ 22,9 bilhões para US$ 11,7 bilhões.


Entre as hipóteses que podem explicar o fato de ainda haver algum amor pelo Brasil, a despeito do clima interno de bastante incerteza nos campos político e econômico, Andréa lista: as empresas brasileiras estão mais baratas (seja pelas condições de mercado, seja pelas condições de mercado, seja pelo efeito cambial); o mercado consumidor do país ainda tem apelo de médio e longo prazo; o país oferece vantagens competitivas no setor de commodities, especialmente em agricultura; e a existência de instituições fortes, que “garantem e asseguram investimentos de longo prazo”.

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