Olá
alunos,
Cinco
dos maiores bancos do mundo terão de pagar multas que totalizam US$ 5,7 bilhões
(R$ 17 bilhões) por terem manipulado o mercado cambial e de juros
internacional, informaram nesta quarta-feira autoridades americanas.
Agradecemos
a sugestão dessa notícia que foi enviada pelos alunos Lucas Benevides, Erik Sant’Anna, Camila, Ricardo Moura, Raphael Del Monte da turma P1 do primeiro período,
da Faculdade de Direito da Universidade Federal Fluminense.
Esperamos que
gostem e participem.
Joyce Borgatti
e Palloma Borges. Monitoras da disciplina “Economia Política e Direito” da
Universidade Federal Fluminense.
Quatro
dos bancos - JP Morgan, Citigroup, Barclays e RBS - concordaram em admitir sua
culpa nas acusações criminais nos EUA.
O
quinto banco, o UBS, admitirá culpa especificamente de manipular as taxas de
juros interbancárias de Londres (a chamada taxa Libor), pelo qual pagará uma
multa de US$ 545 milhões.
E,
separadamente, o Bank of America foi multado pelo Fed (o banco central
americano) em US$ 205 milhões por más práticas no mercado cambial.
Segundo
o Departamento de Justiça americano, entre 2008 e 2012, diversos traders formaram
um cartel e, via diferentes estratégias acordadas em conversas privadas online,
manipulavam os preços diários de dólares americanos e euros em seu favor.
Em
teoria, esses agentes deveriam competir entre si na negociação das moedas, mas
agiam em conjunto para adulterar os preços.
Um
negociador do Barclays convidado a se juntar ao cartel foi advertido pelos
demais com a frase "se fizer besteira, durma com o olho aberto à
noite".
O
mercado cambial movimenta US$ 5 trilhões ao dia e é o maior dos mercados
financeiros, mas é pouco regulado, diz o jornal The New York Times.
Como
funciona a taxa?
Os
preços no mercado cambial internacional (o forex) mudam tão rapidamente, de
acordo com a demanda e a oferta por cada moeda, que é difícil estabelecer uma
taxa de troca para moedas específicas em um determinado momento. Para ajudar
empresas e investidores a avaliar o valor de seus ativos e dívidas em
diferentes moedas, determina-se uma taxa cambial diária.
É
muito importante que essa informação seja precisa e obtida de modo correto, já
que a taxa derivada dela vai balizar muitas transações financeiras.
Em
um dos esquemas ilegais, um único trader acumulava uma posição
(de compra ou venda) em uma única moeda e, pouco antes dos 30 segundos, saía
dessa posição, alterando a taxa. Outros membros do cartel, cientes do esquema,
planejavam suas negociações com base nele.
Em
novembro passado, reguladores anunciaram que traders do
mercado cambial de cinco grandes bancos passaram anos fazendo manipulações do
tipo.
Em
salas de chat online com nomes sugestivos, como "O Clube dos
Bandidos", "O Cartel e A Máfia", os negociadores faziam grandes
operações de compra ou venda com o objetivo de distorcer a taxa diária.
E
o esquema ocorreu justamente no período pós-crise financeira global, quando os
bancos deveriam estar "limpando a casa".
A
secretária de Justiça dos EUA, Loretta Lynch, disse que "quase todos os
dias" ao longo de cinco anos, desde 2007, traders usaram
chats eletrônicos privados para manipular taxas cambiais.
Suas
ações prejudicaram "um número incontável de consumidores, investidores e
instituições ao redor do mundo", disse ela."O Departamento de Justiça
não hesitará em acusar criminalmente instituições financeiras que recaírem no
crime. Os bancos que não se regularizarem precisam entender: (a lei) será
aplicada."
'Valores'
A
maior multa, de US$ 2,4 bilhões, recairá sobre o Barclays, que, ao contrário
dos outros bancos, não participou das investigações promovidas em novembro por
autoridades britânicas, americanas e suíças.
Como
parte do acordo, o banco britânico também terá de demitir oito funcionários
envolvidos na manipulação.
O
executivo-chefe do Barclays, Antony Jenkins, disse que "a má conduta no
cerne dessas investigações é totalmente incompatível com os propósitos e
valores do Barclays e lamentamos profundamente que tenham ocorrido".
No
banco RBS, o executivo-chefe Ross McEwan disse que a admissão de culpa da
instituição "é mais um duro lembrete de como este banco perdeu seu caminho
e de como é importante que recuperemos a confiança."
Nenhum comentário:
Postar um comentário