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segunda-feira, 24 de março de 2014

Após anos de queda, economias 'correm' para recuperar produtividade do trabalho


 

Olá alunos,

Os debates sobre a retomada do crescimento econômico, geralmente, giram ao redor de temas como o índice de desemprego e as taxas de juros. A postagem de hoje revela o surgimento de uma maior preocupação com outro indicador da economia: a produtividade do trabalhador.

Esperamos que gostem e participem.

Fellype Fagundes e Carlos Araújo

Monitores da disciplina "Economia Política e Direito" da Universidade Federal Fluminense
 

Previsões otimistas em 2014 para economias avançadas estão fazendo com que alguns países busquem melhorar um indicador - que estava em queda no mundo desde o começo da crise global em 2008 - para ajudá-los na retomada do seu crescimento: a produtividade do trabalhador.

A produtividade é uma medida de eficiência da produção, que calcula a relação entre o que é produzido, os meios empregues (como trabalhadores ou máquinas) e o tempo gasto - e permite a avaliação de quanto cada fator de produção contribui para produzir uma unidade de riqueza na economia.

Neste ano, a produtividade foi colocada no centro da política econômica de alguns países – que costumam dedicar suas atenções a índices de desemprego e de crescimento econômico.

Na Grã-Bretanha, o presidente do Banco da Inglaterra (o banco central britânico), Mark Carney, anunciou no dia 12 que a produtividade passará a ser um dos indicadores a balizar decisões sobre a taxa de juros.

Os juros britânicos estão nos patamares mais baixos da história. Na tentativa de reanimar a economia, o governo havia prometido subir os juros no momento em que o desemprego caísse para 7% (o número atual é 7,2%), mas agora a produtividade será um dos fatores determinantes na política monetária britânica.

No México, o governo lançou um programa oficial de cinco anos destinado a aumentar a produtividade dos trabalhadores locais. A intenção do governo é investir em infraestrutura e destravar obstáculos que reduzem a eficiência do processo produtivo.

Nos Estados Unidos e na China, a produtividade do trabalhador também está no centro das preocupações das autoridades. A recém-empossada presidente do Federal Reserve (o Fed, banco central americano), Janet Yellen, disse neste mês que o desafio da economia americana é fazer com que os salários dos trabalhadores acompanhem o aumento da produtividade.

Na China, considerada o "grande motor" da produtividade mundial na última década, a desaceleração do indicador foi considerada um sinal de alerta de que a economia chinesa pode estar em declínio.

 

Eficiência

A produtividade é importante porque um incremento de produtividade permite que o Produto Interno Bruto (PIB) de um país cresça sem necessariamente depender da queda no desemprego ou do aumento no número de empresas e fábricas.

Dados recentes divulgados pela entidade americana de pesquisas Conference Board mostram que a produtividade do trabalhador caiu pelo terceiro ano seguido em 2013 em todo o mundo. Cada trabalhador produziu 1,8% menos em bens e serviços do que em 2012.

No Brasil, a produtividade também está no centro da preocupação dos economistas. Em setembro do ano passado, o assunto foi tema de uma edição especial de um boletim do Instituto de Pesquisa Econômica Avançada (Ipea), do governo federal.

Na avaliação dos economistas, o Brasil possui atualmente uma combinação de baixo desemprego com lento ritmo de aceleração econômica. Assim, uma forma de fazer o país crescer seria melhorando a eficiência dos fatores de produção já existentes – como trabalhadores e empresas.

Os dados da Conference Board mostram que a produtividade do trabalhador brasileiro subiu levemente no ano passado, crescendo 0,8%, depois de ter caído 0,4% no ano anterior e de se manter em uma média histórica baixa.

Os números são fracos se comparados com a produtividade do trabalhador chinês – que subiu 7,1% em 2013 e já atingiu 8,8% no começo da década.

Para o professor David Kupfer, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, a produtividade tem potencial para ser um tema-chave no debate econômico no Brasil no ano eleitoral, pois não existe sequer um diagnóstico claro de quais são os obstáculos para a produtividade brasileira crescer.

"Fazendo uma analogia, a produtividade é como uma temperatura de um paciente. Você mede e ela pode ser alta ou baixa. Mas ela não tem valor de diagnóstico algum. Ela apenas é um indicação de que alguma coisa está errada e que alguma coisa está fora do lugar, mas só depois disso é que você vai saber o quê."

Para ele, diversos fatores são comumente levantados como causadores de baixa produtividade nos países da América Latina, desde o nível inferior de educação da população ao clima quente (que prejudicaria o desempenho do trabalhador), mas não ainda há um diagnóstico convincente sobre quais fatores afetam o Brasil.

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2 comentários:

  1. Essa proposta de aumento de produtividade seria para todos os setores da economia? Pois é difícil visualizar tal medida em um pais em que o setor terciario predomina e se torna ainda mais difícil no caso do setor informal.Alem disso ,desculpe minha ignorância ,mas falar de aumento de produtividade não indicaria adotar métodos e mecanismo q modificariam a rotina do trabalhador ?Enfim,como tal objetivo seria alcançado se o próprio texto define as causas de baixa produtividade como incertas?

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  2. Como o próprio texto ressalta, a questão da produtividade é tida como uma peça chave para a economia mundial, mas serve apenas como uma evidência de que algo está certo ou errado, não sendo considerado um diagnóstico pelo professor Kupfer por não ser clara em um primeiro instante, mas sendo importante para que medidas possam ser tomadas a respeito. Essas possíveis modificações gerariam sim uma alteração na rotina do trabalhador, já que teriam que ser modificados os meios empregados na produção, o modo de organização ou o tempo de trabalho para assim alterar o índice de produtividade. Além disso, em minha opinião, esse aumento de produtividade seria sim para todos os setores da economia, mas dando um enfoque maior no setor secundário, onde se encontram as indústrias. Mas, especialmente no caso do Brasil, não creio que se torne um problema mais difícil, visto que isto seria um efeito cascata, aquecendo todo o mercado de trabalho interno, o que desencadearia um aumento de produtividade inclusive no setor informal. Espero poder ter ajudado e gostei muito do seu comentário. Aguardamos mais comentários acerca das notícias postadas no blog.

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