Olá alunos,
Num momento de instabilidade
política e econômica como é o que vivemos hoje no Brasil, alternativas para uma
suposta saída da crise são apresentadas. Uma delas foi o exemplo alemão na
saída da crise de 2008. A postagem de hoje vem nos mostrar como esse exemplo
pode ser benéfico e passível de inspiração para nosso país.
Esperamos
e participem.
Joyce
Borgati e Palloma Borges, monitoras da disciplina “Economia Política e Direito”
da Universidade Federal Fluminense
A experiência da Alemanha no
enfrentamento da crise financeira internacional de 2008 pode ajudar o Brasil a
superar as dificuldades econômicos atuais e a planejar um novo modelo de
desenvolvimento para o país, disseram hoje (21) o ministro do Desenvolvimento, Indústria
e Comércio Exterior, Armando Monteiro, e o vice-ministro da Economia e Energia
da Alemanha, Matthias Machning, durante a abertura do 33º Encontro Econômico
Brasil-Alemanha. O evento reúne cerca de 1.200 empresários brasileiros e
alemães nesta segunda (21) e terça-feira (22) em Joinville, Santa
Catarina.
“Há
15 anos a Alemanha era considerada o 'homem doente da Europa. Nós propusemos
reformas estruturais nas áreas de mercado de trabalho e fizemos investimentos
altos em educação, ciência e pesquisa, e essas reformas fizeram com que a nossa
competitividade aumentasse”, afirmou Machning. Dentro dessas reformas, uma das
medidas tomadas foi a criação de uma lei que controla a burocracia. “Se em
algum ponto da administração a burocracia precisar aumentar, ao mesmo tempo
precisa ser diminuída em outros pontos. O volume total do custo da burocracia
não pode aumentar, esta proibido”, acrescentou o alemão.
Com
o Produto Interno Bruto (PIB) nominal estimado em US$ 3,85 trilhões, a Alemanha
destaca-se como a quarta economia do mundo e é um dos principais exportadores
mundiais de máquinas, veículos, produtos químicos e eletrodomésticos. O
comércio exterior da Alemanha apresentou, em 2014, crescimento de 17,5% em
relação a 2010, de US$ 2,31 trilhões para US$ 2,72 trilhões, com saldo positivo
de US$ 292,7 bilhões na balança comercial no período.
O
ministro Armando Monteiro disse que para garantir o crescimento, a Alemanha
colocou o setor industrial no centro da estratégia de desenvolvimento.
“Reconheceram por meio de suas políticas que crescer pela indústria é sempre o
melhor caminho. E apesar do crescimento acelerado do setor de serviço de alto
valor agregado e de ter um das maiores rendas per capita do mundo, a
indústria representa quase 30% do PIB alemão”. Para Monteiro, o Brasil também
tem as condições necessárias para expandir o setor. “O Brasil detém ainda um
tecido industrial diversificado, um grande mercado doméstico e uma dotação
muito expressiva de recursos naturais”, afirmou.
O
ministro brasileiro disse que as reformas trabalhistas e sociais feitas pela
Alemanha na última década, conjugadas com uma política industrial cuja base é
um exemplar modelo de educação técnico-profissional e um eficiente sistema de
inovação, foram os pilares que moldaram a elevada produtividade da economia
alemã.
Monteiro
disse que o governo brasileiro está cada vez mais próximo de seguir o exemplo
alemão, por estar mais consciente de que é preciso encaminhar bem esse período
de transição da economia para inaugurar uma nova etapa do processo de
desenvolvimento do Brasil. “Sobretudo na perspectiva da realização de
importantes reformas estruturais que foram de algum modo postergadas dada o
período de bonança que vivemos”.
O
ministro prevê que os preços das commodities não deve aumentar nos próximos
anos e que o país precisa buscar saídas para equilibrar a balança comercial.
“Do ponto de vista macroeconômico está em curso um processo de realinhamento
cambial e de preços administrados, além de estarem sendo adotadas medidas
indispensáveis para a sustentabilidade fiscal, tais como a eliminação de
subsídios, revisão de desonerações e correção de distorções do sistema de
gastos previdenciários e encargos trabalhistas”. Segundo Monteiro, essas
medidas requererão sacrifício no curto prazo, mas vão oferecer mais adiante
maior previsibilidade e estabilidade à economia, “o que é crucial para a
retomada do crescimento econômico”, disse.
O
presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga, defende
reformas profundas para o país voltar a crescer. De acordo com ele, não adianta
fazer reformas superficiais, mudar pequenas legislações, tentar simplesmente
fazer um superávit primário no próximo ano. “É necessário fazer uma reforma
profunda da Previdência, hoje a maior aplicação dos recursos do país, também
tem que fazer reforma trabalhista e administrativa sérias, é isso que vai dar
estrutura para que a gente possa crescer e se desenvolver no futuro”.
Braga
criticou a postura histórica dos governos brasileiros de dar ganhos para
"esse ou aquele setor”, por meio de subsídios e incentivos fiscais
pontuais. “Se não encararmos o problema de frente, estaremos sempre apagando
incêndios com propostas que valem por um ano mas que não refletem um futuro
promissor do ponto de vista de empregos e desenvolvimento”.
Para
o presidente da CNI, crescimento equilibrado da economia passa pelo
fortalecimento do setor industrial. “A Alemanha recuperou a indústria em poucos
anos. Enquanto isso vimos a participação da indústria no PIB brasileiro cair de
26%, em 2012, para 9, 10%. Agora queremos retomar esse processo porque
entendemos que só existe pais forte com indústria forte. Acho que o
governo brasileiro está atento a essa questão e o ministro [Nelson] Barbosa
[ministro do Planejamento] já tem anunciado proposta de reformas na Previdência
e administrativas”, disse.
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