Olá alunos,
Na segunda-feira, dia 13 deste
mês, morreu aos 74 anos em Montevidéu o escritor uruguaio Eduardo Galeano. Autor do livro "As veias abertas da América Latina", obra relevante para o campo da Economia Política, que foi escrito
no início dos anos 70, década na qual boa parte da América Latina era governada
por Ditaduras Militares.
Esperamos que gostem e participem.
Joyce Borgatti e Palloma Borges.
Monitoras da Disciplina Economia
Política e Direito da Universidade Federal Fluminense.
Nascido
em Montevidéu no dia 3 de setembro de 1940, Eduardo Galeano começou muito jovem
no jornalismo e nos mais variados gêneros literários como o ensaio, a poesia e
a narrativa. Ensaísta, historiador e ficcionista, publicou mais de 30 livros,
quase todos traduzidos no Brasil. Ele é autor da obra "As veias abertas da
América Latina", em que denunciou a opressão e amargura do continente e
que foi traduzido para dezenas de idiomas.
Em sua
cidade natal, foi chefe de redação do semanário "Marcha", na década
de 1960, e diretor do jornal "Época". Aos 14 anos, Galeano já vendia
suas primeiras charges políticas para jornais uruguaios como El Sol, do Partido
Socialista.
Dilma Roussef divulgou um comunicado sobre a morte de Eduardo Galeano: “Hoje é um dia triste para todos nós, latino-americanos. Morreu Eduardo Galeano, um dos mais importantes escritores do nosso continente. É uma grande perda para todos que lutamos por uma América Latina mais inclusiva, justa e solidária com os nossos povos. Aos uruguaios, aos amigos e à nossa imensa família latino-americana, quero prestar minhas homenagens e lembrar que continuamos caminhando com os olhos no horizonte, na nossa utopia”, disse.
Durante
o golpe militar no Uruguai, em 1973, Galeano foi preso. Para fugir da cadeia,
exila-se na Argentina. No país vizinho, chegou a lançar o livro “Crisis”, mas
não teve vida fácil. Em 1976, outro golpe militar, dessa vez liderado pelo
general Jorge Videla, coloca novamente sua vida em risco.
O nome
do escritor vai parar na lista dos esquadrões da morte, que executavam
opositores ao regime. Para salvar sua vida, ele se refugia na Espanha. Ele só
voltaria ao Uruguai em 1985, quando ocorre a redemocratização. Após o retorno,
viveu em Montividéu até morrer.
Recebeu
o prêmio Casa de Las Américas em 1975 e 1978, e o prêmio Aloa, promovido pelas
casas editoras dinamarquesas, em 1993. A trilogia "Memória do fogo"
foi premiada pelo Ministério da Cultura do Uruguai e recebeu o American Book
Award (Washington University, EUA) em 1989.
Ainda em
solo espanhol, Galeano iniciou “Memória do fogo”, uma trilogia sobre a História
das Américas. Passando pelos povos pré-colombianos até o recuo das ditaduras
militares na região, Galeano leva para as páginas personagens como generais,
artistas e revolucionários. A história americana é contatada por meio de
pequenos textos sobre ações que mudaram o modo de encarar a vida no continente.
Em 1999,
Galeano foi o primeiro autor homenageado com o prêmio à Liberdade Cultural, da
Lannan Foundation (Novo México). É autor de "De pernas pro ar",
"Dias e noites de amor e de guerra", "Futebol ao sol e à
sombra", "O livro dos abraços", "Memória do fogo" (que
engloba "Os nascimentos", "As caras e as máscaras" e
"O século do vento"), "Mulheres", "As palavras
andantes", "Vagamundo", "As veias abertas da América
Latina" e "Os filhos dos dias".
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