Olá alunos,
No dia 10/09/2014 realizamos a Palestra sobre a "Moeda
Social Mumbuca", ministrada pelo Secretário de Direitos Humanos de Maricá,
Miguel Moraes Filho. O evento foi de grande importância para ilustração e
complementação do conteúdo ministrado na disciplina.
A Moeda Social Mumbuca foi proposta pelo "Conselho
Municipal de Economia Solidária e Erradicação da Pobreza" sendo gerida
pelo "Fundo Municipal de Combate à Pobreza". Os recursos que compõem
o fundo são oriundos de do Orçamento Municipal (que financia uma parte
minoritária correspondente à gestão do projeto) e majoritariamente dos royalties
do petróleo (que compõem parcela substancial do projeto através do
financiamento dos cartões distribuídos para a população de baixa renda).
Cada família cadastrada, que comprove deter renda de até um
salário mínimo, recebe mensalmente 85 Mumbucas (que corresponde a R$85,00).
Entre os temas mais polêmicos, e que causaram a maior
quantidade de indagações por parte dos alunos estão: 1) a questão do retorno e
do impacto que o projeto tem sobre a economia local; 2) como ocorre a
fiscalização sobre a utilização do crédito que é concedido aos beneficiários; e
3) as perspectivas da iniciativa no longo prazo.
De acordo com o palestrante a “Moeda Mumbuca” teve um efeito
dinamizador na economia da cidade de Maricá. A população mais carente, com o
acesso à moeda pôde complementar sua renda e inseriu, como consequência, mas
verba no comércio local. Esse reagiu com investimentos como ampliação da
infraestrutura e contratação de funcionários, criando um ciclo de geração de
empregos e desenvolvimento da economia. Além disso, o cadastramento dos
comércios autorizados a receber com a “Moeda Mumbuca” gerou uma busca bastante
elevada na direção da legalização das pessoas jurídicas (anteriormente não
formalizadas), o que posteriormente vem representar maior base de
arrecadação de tributos por parte da Prefeitura de Maricá.
O principal problema identificado no projeto foi em relação
aos possíveis casos de utilização irregular da verba de concedida pela
"Moeda Mumbuca", ou seja, através do consumo de produtos que não
venham a suprir as necessidades básicas de uma família, que consiste na ideia
do projeto original. Porém, o próprio projeto já conta com dispositivos para
inibir essas práticas, como a utilização da “Mumbuca” somente em cartões de
débito, não sendo possível a retirada de dinheiro em espécie, e o
credenciamento de estabelecimentos (de micro e pequeno porte) autorizados a
vender produtos de primeira necessidade com a "Moeda Mumbuca". Como
afirmado pelo palestrante, a porcentagem dos beneficiados que se utiliza de
maneira irregular do benefício é ínfima e há um esforço contínuo por parte da
prefeitura e das entidades associadas em fiscalizar e coibir esses casos.
Outra preocupação foi em relação à duração que a iniciativa
viria a ter e suas perspectivas para investimentos a longo prazo. Quanto a isso
o Secretário foi bem claro no sentido de que o projeto duraria o tempo
necessário para erradicar a pobreza na localidade, já que era exatamente a isso
que se propõe. Além disso, a prefeitura também estaria se utilizando das verbas
dos royalties do petróleo para criação de escolas e institutos de tecnologia
visando a geração de empregos para população local nas plataformas de exploração.
Assim, o evento contribuiu para uma abordagem prática da
inter-relação entre os campos da Economia e do Direito, bem como para despertar
a percepção das possibilidades de políticas públicas sociais inovadoras e
comprometidas com o progresso não somente no aspecto econômico, mas também na
melhoria da qualidade de vida da população.
Agradecemos a todos aqueles que contribuíram e participaram presencialmente, fazendo parte do debate, o que efetivamente potencializou e somou na direção do
enriquecimento do evento.
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