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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Karl Marx

Especialistas afirmam que não dá para falar de Marx como se ele fosse uma só pessoa. Há duas faces no pensador que servem de base para várias formas de se ver a sociedade. A do economista que abriu os olhos da sociedade para falar de direitos trabalhistas e da concentração exagerada de renda e o impacto desses fatores na economia e desenvolvimento de um país. A outra é a do socialista revolucionário que se engajou no comunismo para derrubar a sociedade capitalista e contribuir com a libertação do proletariado moderno, como forma de dividir a renda.

Karl Marx nasceu em Trier, também conhecida como Tréveris, em 5 de maio de 1818, na época do Reino da Prússia. Foi o último de sete filhos. Sua mãe Henry Pressburg, era judia holandesa e seu pai, Herschet Marx, um advogado conselheiro de justiça. Herschet Marx descende de uma família de rabinos, mas se converteu ao cristianismo luterano em função das restrições impostas à presença de membros de etnia judaica no serviço público, quando Marx ainda tinha seis anos.

Iniciou seus estudos no Liceu Frederich Wilhelm, em 1830, período no qual ocorreram revoluções importantes em diversos países europeus. Mais tarde, ingressou na Universidade de Bonn para estudar Direito, mas sua paixão por filosofia o fez pedir transferência para a Universidade de Berlim, onde estudou Filosofia Hegeliana, e formou-se em Iena em 1841.

No ano seguinte assumiu a chefia da redação do Jornal Renano em Colônia, onde seus artigos irritaram as autoridades. Em 1843, o Jornal foi fechado e Marx mudou-se para Paris, onde assumiu a direção da publicação dos Anais Germânico-Franceses, principal órgão dos hegelianos da esquerda.

Em 1844, conheceu em Paris Friedrich Engels, o começo de uma amizade que duraria a vida toda. Foi no ano seguinte expulso da França, radicando-se em Bruxelas e participando de organizações clandestinas de operários e exilados. Ao mesmo tempo em que na França estourou a revolução, em 24 de fevereiro de 1848, Marx e Engels publicaram o folheto " O Manifesto do Partido Comunista", primeiro esboço da teoria revolucionária que mais tarde viria a ser chamada de marxista.

Voltou para Paris, mas assumiu logo a chefia do Novo Jornal Renano em Colônia, primeiro jornal diário francamente socialista.

Depois da derrota de todos os movimentos revolucionários e o fechamento do jornal, cujos redatores foram denunciados e processados, Marx foi para Paris e daí expulso para Londres, onde fixou residência. Lá, dedicou-se a estudar com bastante ênfase aspectos econômicos e históricos, sendo frequentador assíduo da sala de leituras do British Museum. Escrevia artigos para jornais norte americanos sobre política exterior, mas ganhava muito pouco, o que o fazia viver em situação precária. Foi generosamente ajudado por Engels, que vivia em Manchester em boas condições financeiras.

 Em 1864, Marx foi um dos fundadores da Associação Internacional, depois chamada de Primeira Internacional, assumindo papel importante na direção da entidade. Em 1867, publicou o primeiro volume da sua obra principal, "O Capital". Dentro da Primeira Internacional, Marx encontrou a oposição tenaz dos anarquistas, liderados por Bakunin e em 1872, no Congresso de Haia, a Associação foi praticamente dissolvida. Em compensação, Marx podia patrocinar a fundação, em 1875, do Partido Social Democrático Alemão, que foi, porém, proibido em seguida.

Não viveu o bastante para assistir às vitórias eleitorais desse partido e de outros agrupamentos socialistas na Europa. A morte da sua mulher em dezembro de 1881, deixou Marx muito deprimido, acentuando seus problemas de saúde que havia suportado por toda a vida como bronquite e pleurisia, que o levaram a morte em 14 de março de 1883. Foi enterrado na condição de apátrida no cemitério de Highgate, em Londres.

Em seu funeral, Engels declarou as seguintes palavras: "Marx era, antes de tudo, um revolucionário. Sua verdadeira missão na vida era contribuir, de um modo ou de outro, para a derrubada da sociedade capitalista e das instituições estatais por essa suscitadas e contribuir para a libertação do proletariado moderno. Ele foi o primeiro a se tornar consciente de sua posição e de suas necessidades, e das condições de sua emancipação. Marx foi o homem mais odiado e caluniado do seu tempo. Governos, tanto absolutistas quanto republicanos, deportaram-no dos seus territórios. Burgueses, quer conservadores ou ultra democráticos, porfiavam entre si ao lançar difamações contra ele. Morreu amado, reverenciado e pranteado por milhões de trabalhadores revolucionários  das minas da Sibéria até a Califórnia, de todas as partes da Europa e até a América.

Como ocorre com a maioria dos grandes pensadores, as ideias de Marx receberam pouca atenção dos estudiosos durante sua vida. Talvez o maior interesse tenha se verificado na Rússia, onde, em 1872, foi publicada a primeira tradução de "O Capital". Na Alemanha, sua teoria foi ignorada até 1879, quando um alemão estudioso da Economia Política, Adolf Wagner, comentou o trabalho de Marx ao longo de uma obra. A partir de então, os escritos de Marx começaram a atrair cada vez mais atenção.

Os primeiros anos após a morte de Marx, sua teoria obteve crescente influência intelectual e política sobre os movimentos operários (ao final do século XIX, o principal lócus do debate da teoria era o Partido Social Democrata Alemão) e em menor proporção sobre os círculos acadêmicos ligados às Ciências Humanas, notadamente na Universidade de Viena e na Universidade de Roma, primeiras instituições acadêmicas a oferecerem curso voltados para o estudo de Marx.                    

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