web counter free

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Adam Smith

Olá alunos,
Hoje começarei uma série de postagens acerca dos três grandes autores da Economia Política: Adam Smith, Karl Marx e John Keynes. Essa série de postagens foi sugerida por uma aluna da P1, o que me faz destacar um substancial aumento da participação de vocês. Espero que aproveitem essas oportunidades pois elas são muito importantes e podem ser de bastante proveito para vocês quanto a matéria lecionada em classe.

Yuri Antunes Moreira
Monitor da disciplina "Economia Política e Direito" da Universidade Federal Fluminense.

Adam Smith era filho de um controlador alfandegário em Kirkcaldy, na Escócia. A data exata do seu nascimento é desconhecida, mas ele foi batizado em Kirkcaldy em 5 de Junho de 1723, tendo seu pai falecido seis meses antes.

O único episódio conhecido da infância de Smith é que aos quatros anos foi raptado por ciganos e, devido à intensa busca que foi organizada, abandonado por eles e recolhido a salvo.

Aos quinze anos, Smith matriculou-se na Universidade de Glasgow, onde estudou Filosofia Moral. Em 1740, entrou para Balliol College da Universidade de Oxford, mas, como disse William Robert Scott, "o Oxford desse tempo deu-lhe pouca ajuda (se é que deu) para o que viria a ser a sua obra" e acabou por abdicar da sua bolsa em 1746.

Retornando à Escócia após seis anos, Smith ficou à procura de emprego. É nessa ocasião que recebe apoio do filósofo e jurista Lord Henry Home Kames (1696-1782) um pensador mais bem conhecido pelo seu Element of Criticism, III Vol (1762), um trabalho notável na história da estética pela tentativa de igualar o belo ao que é agradável aos sentidos naturais da vista e da audição. Suas outras obras incluem temas que Smith certamente apreciava.

No ano de 1748 começou a dar aulas em Edimburgo. Começou com aulas de retórica e literatura e depois se dedicou à disciplina de "Progresso da opulência". No final dos anos 1740, expôs pela primeira vez a filosofia econômica do " Sistema simples e óbvio da liberdade natural" que ele viria a proclamar na sua consagrada obra " A Riqueza das Nações".

Por volta de 1750, conheceu o filósofo David Hume, que se tornou um dos seus mais próximos amigos.
Em 1751, Smith foi nomeado Professor de Lógica da Universidade de Glasgow. No ano seguinte lecionou Filosofia Moral. Nas suas aulas, abordava assuntos como ética, retórica, jurisprudência, política econômica e política de rendimento.

Em 1759, publicou uma de suas obras mais conhecidas, a "Teoria dos Sentimentos Morais", incorporando algumas de suas aulas de Glasgow que trata sobre a explicação da aprovação ou desaprovação moral. Smith baseia sua explicação, não como o terceiro Lord Shaftesbury e Hautchesom tinham feito num "sentido moral" nem como David Hume, com base num decisivo sentido de utilidade, mas sim na empatia.

A obra tornou-se conhecida, e em particular atraiu atenção de Charles Townshend, um político importante a quem interessava as questões canônicas, ele mesmo historicamente vinculado às medidas de taxação que provocaram a revolução americana. Townshend havia se casado recentemente e buscava um tutor para seu enteado e tutelado, jovem duque de Bucclough. A empenhada recomendação de Hume e sua própria admiração pelo autor de "A Teoria dos Sentimentos Morais", levaram-no a propor a função para Smith, com a oferta de um salário acima do que Smith ganhava na Universidade.

Nesse período, Smith passou a dar mais atenção à jurisprudência e à economia nas suas aulas e menos às suas teorias de moral. Essa idéia reforçada pelas notas tomadas por um de seus alunos por volta de 1763, mais tarde ditadas por Edwin Canan. Aulas de justiça, política, rendimento e armas, 1896, e pelo que Scott que o descobriu e publicou descreve em "Um esboço inicial de parte da Riqueza das Nações" ("An early draft of part of the Wealth of Nations"), datado de 1763.

De 1763 a 1766, viajou com o seu protegido, sobretudo pela França, onde veio a conhecer líderes intelectuais como Turgot, d'Alembert, André Morelet, Halvétius e, em particular, François Quesnay.
Nessa viagem, não só teve, também, contato com Voltaire, na Suíça, como com os fisiocratas franceses, os primeiros teóricos reais da economia e os primeiros a se denominarem "Économistes". Já estava familiarizado com as suas teses e Hume abrira-lhe as portas dos círculos letrados, praticando com o próprio Quesnay, Necker, Marmontel, e mesmo, Turgot.

Depois do assassinato do irmão nas ruas de Paris, o duque dispensou-o e concedeu-lhe uma pensão vitalícia para terminar sua obra máxima, assim, Smith voltou a Londres em 1776 e depois à sua aldeia, para redigir definitivamente " A Riqueza das Nações".

A primeira edição de "A Riqueza das Nações", data de 9 de março de 1776 que foi publicada em dois volumes. A página de rosto identifica Adam Smith como Legum Doctor (LLLD), fellow da Royal Scientifici Society (RRS) e professor de Filosofia Moral na Universidade de Glasgow.

O mundo de Adam Smith originou-se da expansão comercial das monarquias autocráticas do século XVI, que logo levou ao entrechoque de suas fronteiras e interesses. A essa altura, pode-se indicar como origem do parlamentarismo europeu a crescente resistência da burguesia em ascensão contra as taxas sempre maiores para a manutenção desses impérios, o privilégio comprado contra o hereditário, o parlamento como um amortecedor entre o interesse geral e o individual. Na América do Norte, onde as colônias não obtiveram representação no Parlamento Inglês, a situação culminou no que Smith chama de "atuais distúrbios": Riqueza das Nações teve sua edição última edição exatamente em 1776. Na França, uma situação mais grave culminaria na Revolução Francesa (conjunto de acontecimentos que, entre 5 de maio de 1789 e 9 de novembro de 1799, alteraram o quadro político e social da França) ainda nos dias de Adam Smith.

Naquele período, o ambiente intelectual era das academias e do incentivo dos monarcas às atividades artísticas.

A segunda edição surge no início de 1788, praticamente sem diferenças em relação à primeira. Nesse ano, também, recebeu um posto confortável como comissário da alfândega da Escócia e foi viver com a sua mãe em Edimburgo.

Ao fim de 1784, temos a terceira edição, que pode ser considerada a definitiva. Em 1786, finalmente é publicada a quarta edição, com o mesmo tipo e composição da terceira, com um "uma nota à quarta edição", onde diz não ter feito alterações de monta. Ao longo da vida de Smith, foram feitas cinco edições de sua obra, e a última é de 1789.

Faleceu na capital escocesa a 17 de julho de 1790, depois de uma dolorosa doença, aos 67 anos de idade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário