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domingo, 24 de fevereiro de 2013

Dólar operando abaixo de R$2 e postulados básicos da política cambial

Olá Alunos,

A notícia de hoje nos trouxe um fato que ocorreu em 29 de Janeiro de 2013 quando a moeda americana operou abaixo de R$2,00. Acreditamos que essa notícia é bastante interessante uma vez que ela mostra alguns benefícios e malefícios da alta ou baixa do dólar.  Espero que vocês gostem e participem.

Yuri Antunes Moreira

Monitor da disciplina "Economia Política e Direito" da Universidade Federal Fluminense.

O dólar operou abaixo de R$2 nesta terça-feira (29), o que não acontecia desde o começo de julho do ano passado. Para especialistas do setor financeiro, o valor da moeda americana pode baixar ainda mais.

Para eles, é um sinal de que o Banco Central pode permitir um dólar mais barato, abaixo do "piso informal" de R$ 2 mantido ao longo dos últimos meses, para reduzir o custo de produtos importados e tentar conter a inflação.

"Nós achamos que o dólar possa cair até R$ 1,95 ou R$ 1,90, com o Banco Central planejando usar o câmbio para controlar as expectativas de inflação", escreveram analistas do Citibank em relatório.

O dólar deve cair até o patamar de R$ 1,90 nas próximas semanas ou meses, para o diretor da corretora de câmbio Treviso, Reginaldo Galhardo. "A partir de agora, o mercado vai começar a testar o BC, até que ele diga: 'neste valor está bom'."

Dois fatores que ajudam a derrubar o dólar

Galhardo avalia que pelo menos dois fatores podem ajudar nesse novo período de queda dos preços da moeda americana.

Primeiro, o fato de que muitas empresas estão planejando tomar dinheiro emprestado no exterior. Nos EUA e em outros países, as taxas de juros estão bastante baixas (perto de zero), e grandes companhias, com credibilidade junto a investidores internacionais, têm chances de aproveitar esse momento.

Ele também acredita que o Banco Central vai realizar novos leilões de venda de dólar para derrubar ainda mais os preços da moeda americana, até mesmo como uma forma de compensar o suposto aumento nos combustíveis, prometido pelo governo desde o final do ano passado.

Dólar barato ajuda a segurar a inflação; dólar caro favorece exportações

O preço do dólar influencia tanto a inflação quanto a balança comercial brasileira.

Muitos produtos comercializados no país possuem componentes importados. Portanto, quando o dólar está muito alto, esses produtos também encarecem, o que pressiona a inflação. Quando o dólar cai, os produtos importados ficam mais baratos, o que tira pressão sobre os índices de preços.

E nos níveis atuais, a inflação está preocupando o governo, com a ameaça de que, por mais um ano, o IPCA (o índice de preços oficial) fique muito próximo do valor máximo estabelecido para este ano (6,5%).
O IPCA-15 (a estimativa prévia da inflação oficial) apresentou uma taxa de 0,88% em janeiro deste ano, a maior variação para o início do ano desde 2003. Em 12 meses, a inflação acumulada é de 6,02% por esse indicador.

Por outro lado, um dólar mais caro ajuda os exportadores a venderem mais para o exterior, porque conseguem baratear seus produtos: por exemplo, se a taxa de câmbio sobe de R$ 1 para R$ 2, o exportador pode reduzir o preço de um produto vendido no exterior (portanto, negociado em dólar), mas ainda receber uma quantia vantajosa em reais.

Em novembro, falando a uma plateia de empresários, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, havia afirmado que "o dólar acima de R$ 2 veio para ficar".

BC manteve dólar entre R$ 2 e R$ 2,10 no ano passado

Durante a maior parte do ano passado, o BC interveio no mercado cambial para impulsionar as cotações do dólar, beneficiando os exportadores, que têm a maior parte de seus custos em reais e receitas em moeda estrangeira.

Inicialmente, o Banco Central impôs ao mercado uma banda informal de R$ 2 a R$ 2,10 por dólar. No final do ano passado, quando as pressões inflacionárias aumentaram, no entanto, o  teto da banda foi reduzido para R$ 2,05.


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