web counter free

domingo, 21 de julho de 2013

Schumpeter, inovações tecnológicas e o ciclo econômico


Olá alunos,

A postagem de hoje se refere a um dos autores abordados no curso: Joseph Schumpeter. A partir do seu conceito de destruição criativa, o texto, que é uma adaptação de trechos extraídos do livro "A Economia das Crises", mostra como o economista concebia o capitalismo e de que forma suas ideias contrastavam com as de Keynes. 
Esperamos que gostem e participem.

Lucas Dadalto e Silvana Gomes
Monitores da disciplina "Economia Política e Direito" da Universidade Federal Fluminense

Embora não fosse um liberal, Joseph Schumpeter desenvolveu uma poderosa teoria do empreendedorismo que frequentemente se resume em duas palavras: destruição criativa. Para a visão do mundo de Schumpeter, o capitalismo consiste em ondas de inovação em tempos de prosperidade, seguidas por uma brutal eliminação seletiva em tempos de depressão. Essa eliminação não deve ser evitada ou minimizada: trata-se de um doloroso mas positivo ajuste, com os sobreviventes criando uma nova ordem econômica.

Essa abordagem é contraindicada quando se trata de políticas de curto prazo. Como Keynes admitiu, sem a intervenção do governo, uma crise causada por excessos financeiros pode se transformar em depressão, e o que começa com um afastamento razoável do risco pode se transformar numa retirada desordenada. Quando o espírito animal do capitalismo desaparece, a “destruição criativa” pode rapidamente se tornar um colapso da demanda agregada privada.

Muitas ideias da destruição criativa podem parecer radicais, ou, pelo menos, cruéis. É a antítese do pensamento keynesiano, assim como Joseph Schumpeter foi o maior rival de Keynes quando ambos eram vivos. Se Keynes desenvolveu uma visão na qual o capitalismo poderia ficar desequilibrado ocasionalmente (mas que poderia ser prontamente estabilizado com a intervenção do governo), Schumpeter acreditava que a instabilidade era a consequência necessária do tipo de inovação que tornou o capitalismo possível.


Em geral, os seguidores de Keynes e os seguidores de Schumpeter não se falam. É triste, pois ambos os pensadores – e as grandes escolas de pensamento econômico que eles representam – têm algo a dizer sobre o que deveria ser feito. Há, em outras palavras, um meio pelo o qual as ideias de ambas as escolas podem ser sintetizadas e usadas para enfrentar os problemas com que deparamos agora.  

Esse texto é uma adaptação de trechos extraídos das páginas 65-69 do livro "A Economia das Crises", cujos autores são Nouriel Roubini e Stephen Mihm.

Nenhum comentário:

Postar um comentário