Olá alunos,
A postagem de hoje se refere a um dos autores abordados no curso: Joseph Schumpeter. A partir do seu conceito de destruição criativa, o texto, que é uma adaptação de trechos extraídos do livro "A Economia das Crises", mostra como o economista concebia o capitalismo e de que forma suas ideias contrastavam com as de Keynes.
Esperamos que gostem e participem.
Lucas Dadalto e Silvana Gomes
Monitores da disciplina "Economia Política e Direito" da Universidade Federal Fluminense
Embora não fosse um liberal, Joseph Schumpeter desenvolveu
uma poderosa teoria do empreendedorismo que frequentemente se resume em duas
palavras: destruição criativa. Para a
visão do mundo de Schumpeter, o capitalismo consiste em ondas de inovação em tempos
de prosperidade, seguidas por uma brutal eliminação seletiva em tempos de
depressão. Essa eliminação não deve ser evitada ou minimizada: trata-se de um
doloroso mas positivo ajuste, com os sobreviventes criando uma nova ordem
econômica.
Essa abordagem é contraindicada quando se trata de políticas
de curto prazo. Como Keynes admitiu, sem a intervenção do governo, uma crise
causada por excessos financeiros pode se transformar em depressão, e o que
começa com um afastamento razoável do risco pode se transformar numa retirada
desordenada. Quando o espírito animal do capitalismo desaparece, a “destruição
criativa” pode rapidamente se tornar um colapso da demanda agregada privada.
Muitas ideias da destruição criativa podem parecer radicais,
ou, pelo menos, cruéis. É a antítese do pensamento keynesiano, assim como
Joseph Schumpeter foi o maior rival de Keynes quando ambos eram vivos. Se
Keynes desenvolveu uma visão na qual o capitalismo poderia ficar desequilibrado
ocasionalmente (mas que poderia ser prontamente estabilizado com a intervenção
do governo), Schumpeter acreditava que a instabilidade era a consequência
necessária do tipo de inovação que tornou o capitalismo possível.
Em geral, os seguidores de Keynes e os seguidores de
Schumpeter não se falam. É triste, pois ambos os pensadores – e as grandes
escolas de pensamento econômico que eles representam – têm algo a dizer sobre o
que deveria ser feito. Há, em outras palavras, um meio pelo o qual as ideias de
ambas as escolas podem ser sintetizadas e usadas para enfrentar os problemas
com que deparamos agora.
Esse texto é uma adaptação de trechos extraídos das páginas 65-69 do livro "A Economia das Crises", cujos autores são Nouriel Roubini e Stephen Mihm.
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