Olá alunos.
A notícia analisa o
impacto das criptomoedas (“moedas digitais”) podem ter na economia real e
explicando como funciona a lógica da bitcoin, a principal criptomoeda em
circulação no mercado.
Gostaríamos de agradecer
a colaboração do Grupo 6 Integral – Bruna Lebre, Julia Martins, Breno Aud,
Luísa Motta, Laryssa Guimarães – pela contribuição da notícia.
Esperamos que gostem e
participem,
Ramon Reis e Lauro
Monteiro, monitores da disciplina “Economia Política e Direito” da Universidade
Federal Fluminense.
Na Expointer de 2017, tradicional evento do agronegócio no
Sul do Brasil, um produtor comprou uma vaca e usou bitcoins (BTC) para pagar a
conta. Quem chamou a atenção para o que pode ser uma das primeiras vendas de
animais usando a moeda digital mais popular na atualidade foi o mestre em
Informática Aplicada e consultor em modelo de negócios Fausto Vanin, para
mostrar quanto o mundo das criptomoedas invade cada vez mais a economia real, mas
mais ainda começa a mexer nas referências das transações.
Este foi o tom de Vanin e do economista da Fundação de
Economia e Estatística (FEE) Guilherme Stein no painel no Jornal do Comércio
que focou o impacto das criptomoedas e a livre geração de valor. O evento
foi uma parceria do JC e Conselho Regional de Economia do Rio Grande do Sul
(Corecon-RS), que fez pela primeira vez seu Economia em Pauta em uma redação de
jornal. O público lotou o salão de eventos do jornal na noite dessa terça-feira
(24), indicando que está de olho e muito interessado em saber como funcionam
essas moedas e a tecnologia que sustenta o modelo.
Vanin destacou a
inovação que está na tecnologia do blockchain.
Mas voltando à vaca. Para poder realizar o pagamento, o
comprador teve de acionar, possivelmente, uma operadora (exchange) que faz a
transferência do dinheiro aplicado em bitcoin para a conta do vendedor que
recebeu em reais. O BTC e outras similares que movimentam esse novo mercado não
são um meio de pagamento oficial. No caso do Brasil, o real. Real, dólar, euro
etc são as chamadas moedas fiat, que são o dinheiro oficial em cada país.
"Mas o 'cara' embaixo do BTC é o blockchain, é a tecnologia que está
atrás", advertiu o consultor, referindo-se à arquitetura da programação que
segue lógica de uma cadeia de blocos (tradução ao pé da letra do inglês).
Esta cadeia de blocos é responsável por garantir a segurança,
a confiança e o processo característico das criptomoedas - que é
a interligação de blocos que dificulta tentativas de alteração. "Por
isso, diz-se que os dados no blockchain são imutáveis", define Vanin,
explicando que quanto mais antiga a operação mais seguro está que foi validada
pela cadeia anterior. O que o consultor procurou destacar é a relação de ganho
individual e coletivo.
"Tem de criar um círculo virtuoso, se não não vai dar
certo", previne o especialista. Vanin buscou mostrar as novas
possibilidades de negócios que o blockchain está proporcionando, e que usam um
dos trunfos do bitcoin em sua origem, a ideia de fazer transações sem
intermediação ou centralização, que caracteriza os sistemas convencionais de
bancos e outras modalidades do mercado financeiro regulados por governos e
autoridades como bancos centrais. Há muitos exemplos, segundo o consultor.
Mesmo em um campo recente como o dos aplicativos de transporte também
surgem concorrentes de Uber e Cabify que eliminam a necessidade das empresas.
"O Arcade foi criado por ex-motoristas do Uber nos Estados Unidos e utiliza
a base do blockchain, sem intermediação", exemplifica Vanin. No Brasil,
surgem iniciativas em seguros como o Mutual Life.
Stein comparou o
blockchain e as transações antes de surgirem as moedas físicas.
Guilherme Stein fez uma associação entre a modernidade das
novas tecnologias com o passado, antes mesmo de surgirem as moedas como
conhecemos hoje - aquelas que usamos fisicamente para comprar bens e pagar
serviços. O economista explica que nas comunidades eram feitos registros de
trocas de favores, por exemplo, em que as pessoas indicavam o que iam entregar
e registravam no livro razão - o mesmo usado em contabilidade. "Essa nova
tecnologia (blockchain) permite que se possa fazer um livro razão público
(planilha pública) e, a partir daí, consegue-se fazer a geração livre de valor.
É como se fosse um livro razão virtual", ilustra Stein. Os dois
painelistas ressaltaram que a inovação ainda vai passar por mudanças, mas que a
provocação é sobre os novos tipos de relações e empreendimentos. Muitos ainda
estão por ser descobertos.
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