Olá
alunos,
A notícia de hoje busca mostrar que, os investimentos realizados pela China surpreendem não somente por seus números, como também por serem investimentos diversificados, os quais abrangem a chamada “energia verde” e se estendem até o campo dos esportes, como é caso do futebol. Esses são alguns elementos que fazem da China um país interessante a ser observado pelo Brasil e pelo mundo.
A notícia de hoje busca mostrar que, os investimentos realizados pela China surpreendem não somente por seus números, como também por serem investimentos diversificados, os quais abrangem a chamada “energia verde” e se estendem até o campo dos esportes, como é caso do futebol. Esses são alguns elementos que fazem da China um país interessante a ser observado pelo Brasil e pelo mundo.
Esperamos
que gostem e participem.
Palloma
Borges, monitora da disciplina “Economia Política e Direito” da Universidade Federal
Fluminense.
Após mais de duas décadas de crescimento acelerado e
com US$ 3,3 trilhões em reservas, a China tem dinheiro de sobra para investir
no que quiser – e quando resolve investir, não costuma economizar.
Seu
orçamento militar aumenta a cada ano, suas ambições espaciais crescem enquanto
outros países fazem cortes em programas dessa área e seu investimento em fontes
de energia é cada vez maior para sustentar seu crescimento.
Mas a
China também surpreende com seus investimentos.
Ao mesmo
tempo em que o gigante asiático é reconhecido como principal poluidor do
planeta e potência "dependente" de combustíveis fósseis – como
petróleo e carvão -, Pequim também gasta bilhões de dólares em energia verde.
E quando
investe em esporte, o país não se contenta em sediar e brilhar nos Jogos
Olímpicos, mas mostra que busca se reinventar como novo polo do futebol mundial
– como era de se esperar, não está economizando para conseguir isso.
Oferecendo
salários astronômicos, a China tem atraído grandes jogadores do Brasil e da
Europa para fortalecer sua liga.
Veja
abaixo quatro áreas inesperadas em que a China está investindo pesado para ser
a "número 1 do mundo".
1) Exploração espacial
Há poucos
dias, a China surpreendeu o mundo ao anunciar um deslocamento de quase 10 mil
pessoas na província de Guizhou, no sudoeste do país, para instalar o maior
radiotelescópio do mundo.
O
objetivo desse projeto gigantesco é buscar vida inteligente em outros lugares
do universo. Mas a China não só observa o espaço, como também vai até ele.
O país
asiático investiu relativamente tarde na corrida espacial e fez isso utilizando
tecnologia estrangeira – mais precisamente, a russa.
Quando a
China lançou seu primeiro satélite, em 1970, os Estados Unidos já haviam
colocado vários em órbita e seus astronautas já haviam até chegado à Lua.
O país
asiático só levou seu primeiro homem ao espaço em 2003 – mas desde então, os
chineses não pararam mais.
Dez anos
depois, o robô "Coelho de Jade" chegava à Lua.
E
enquanto outros programas espaciais começaram a reduzir seus orçamentos, o
programa espacial chinês continua sendo sustentado "por sua ambição",
como disse à CNN o professor Louis Brennan, autor do livro O Negócio do Espaço.
"A
China alcançou sucesso rapidamente e agora tem planos a longo prazo para
futuras aventuras espaciais, incluindo Marte", acrescentou Brennan.
E ainda
que o orçamento do programa espacial chinês siga sendo menor que o da Nasa
(agência espacial americana), a China continua traçando planos ambiciosos para
o futuro.
Seus
objetivos declarados são colocar um homem na Lua até 2022 e existe ainda um
rumor sobre uma parceria com a Rússia para construir uma base lunar.
Em terra,
os cientistas chineses constroem sua própria estação espacial: Tiangong 2.
A
primeira peça poderia viajar ao espaço ainda neste ano e todo o projeto estaria
terminado em 2022, época em que a atual Estação Espacial Internacional (EEI)
poderia ficar fora de uso.
A EEI é
um projeto conjunto de Estados Unidos, Europa, Rússia, Japão e Canadá; a China
sempre foi deixada de lado nesta iniciativa devido à desconfiança americana
sobre as intenções do programa espacial chinês, controlado em grande parte pelo
Exército do país.
2) Energia verde
"As
pessoas acham que a China continua sendo como era nas décadas passadas. Mas
agora eles são o maior produtor de energia eólica no mundo. O país aumentou
cerca de 25% sua produção de energias renováveis em 10 anos, começando
(praticamente) do nada. São sinais muito importantes de que a China está
caminhando na direção correta."
Essa
declaração de Maria van der Hoeven, titular da Agência Internacional de
Energia, foi dada à BBC em 2015, em referência ao pouco crédito que se dava à
aposta do gigante asiático por mudar sua matriz energética.
Ainda
assim, a fama da China como país contaminador não é infundada: o país continua
sendo o principal emissor de gases do efeito estufa e planeja reduzir essas
emissões somente no ano de 2030.
Segundo a
ONG The Climate Group, em 2020, a China será responsável por 32% das emissões
globais desses gases, produzindo 70% mais dióxido de carbono do que os Estados
Unidos.
Mas sua
sede insaciável por petróleo importado e os altos índices de poluição do ar em
suas principais cidades, causada, entre outras razões, pelas minas de carvão
que ainda funcionam no país, obrigaram-na a refazer sua estratégia alguns anos
atrás.
Segundo
dados da agência Bloomberg, o gigante asiático se tornou o maior mercado de
energia renovável do mundo.
Ao fim de
2014, as energias renováveis geravam ao país 433 gigawatts, mais que o dobro
dos 182 gigawatts alcançados pelos EUA no mesmo período.
Ainda que
mais de 60% do sistema de geração de energia da China dependa do carvão, o
combustível fóssil que mais polui o ar, outras fontes de energia começam a
surgir com força. As usinas hidrelétricas geram 21% da energia do país,
seguidas pela eólicas.
Quase uma
em cada três turbinas eólicas do mundo se encontra na China, assim como 17% da
produção de energia solar.
Outra
aposta é a energia nuclear: dos 67 reatores que estão atualmente em construção
no mundo, 23 se encontram na China.
E em 2017
entrará em vigência o mercado nacional de emissões de carbono, que obrigará as
empresas chinesas que excederem os limites de emissões fixados pelo governo a
pagarem multas - e permitindo que as empresas que gerarem abaixo do limite
vendam cotas de emissão.
3) Futebol
Já há
alguns anos, o futebol chinês tem atraído jogadores do mundo todo pelos altos
salários. Mas neste ano, esse "fenômeno" ganhou proporções inéditas,
com a liga do país atraindo craques de seleções mundiais - como a brasileira.
Somente o
Corinthians, atual campeão brasileiro, perdeu quatro titulares para o futebol
chinês: o zagueiro Gil, o volante Ralf, e os meias Renato Augusto e Jadson. O
país ainda está tentando levar mais jogadores no Brasil, como o atacante
Ricardo Oliveira, do Santos, que teve uma oferta recusada pelo clube.
"Eu
não escolhi a China, a China me escolheu. Minha ideia inicial não era essa, mas
os jogadores têm 10 anos para ganhar dinheiro. Então, quando chega uma proposta
dessa, que te permite pensar nos seus filhos e talvez até nos seus netos, é
lógico que você balança", disse Renato Augusto em sua entrevista de
despedida do Corinthians.
Na
Europa, outros brasileiros também deixaram suas equipes atraídos pelos altos
salários da China - como o volante Ramires, que estava no Chelsea, e o também
volante Paulinho, que era do Tottenham.
Outros
grandes nomes do futebol europeu também optaram pela China, como o argentino
Ezequiel Lavezzi, que estava no PSG, o senegalês Demba Ba, que jogava pelo
Besiktas, e o costa-marfinense Gervinho, que atuava pela Roma.
Chamaram
a atenção também a compra do atacante colombiano Jackson Martínez, que estava
no Atlético de Madri, por US$ 45 milhões – e a do brasileiro Alex Teixeira,
adquirido do Shaktar Donetsk por US$ 54,4 milhões - a contratação mais cara da
história do futebol asiático e também a mais cara desta janela de
transferências no mundo todo.
"Martínez
não só se tornou a transferência mais cara do recém-finalizado período de
contratações no mundo, superando inclusive as transferências da Premier League
(inglesa), como também mostra a força que a China está tendo no mundo do
futebol", analisou Jose Miguel Pinochet, especialista de esportes da BBC
Mundo.
O
principal aliado do futebol chinês atualmente tem sido o presidente do país e
chefe do Partido Comunista, Xi Jinping. Grande admirador do esporte, ele
aprovou, no ano passado, um plano de reforma para o futebol no país.
"Xi,
que chegou a sugerir que a China deveria começar a treinar os bebês para
conseguir sucesso, disse que seus três desejos são: voltar a classificar o país
para uma Copa do Mundo, sediar o Mundial e conquistá-lo", disse Pinochet.
Curiosamente,
o crescimento do futebol chinês também permite uma comparação com os Estados
Unidos, assim como ocorre com os orçamentos da Defesa e do programa espacial e
com a geração de gases poluidores.
Nos
últimos 10 anos, a liga americana de futebol (MLS) vem aumentando a
atratividade do seu torneio graças às contratações de David Beckham, Thierry
Henry, David Villa, Andrea Pirlo, Frank Lampard e Kaká, entre outros.
Mas o
investimento chinês na liga local pode até superar o da MLS na hora de seduzir
as estrelas do futebol mundial, ao menos no quesito econômico.
Isso
porque atualmente os times americanos só estão autorizados a pagar salários
acima do teto permitido a três de seus jogadores (no caso, por exemplo, do New
York City FC, os três que ganham acima do teto são Villa, Lampard e Pirlo).
Na China,
não existem regulamentações nesse sentido, então os times da liga podem pagar o
que quiserem a quem quiserem.
4) Porta-aviões
O país
asiático é o segundo com maior gasto militar do mundo – ainda que fique muito
longe do primeiro da lista: os Estados Unidos.
Enquanto
o orçamento militar chinês chegou a US$ 130 bilhões em 2014, o solicitado para
o ano fiscal de 2016 por Barack Obama foi de US$ 585 bilhões.
Mas em
que a China gasta esse dinheiro, além de pagar os salários de sua estrutura
militar onipresente?
Grande
parte do orçamento de defesa é investido para incrementar sua força naval e
desenvolver armas para manter os navios rivais – especialmente os americanos –
longe de sua costa.
A Marinha
chinesa incorporou dezenas de navios de guerra e submarinos, mas o maior
investimento foi mesmo na construção de seu próprio porta-aviões.
Poucas
máquinas de guerra podem fazer frente ao poder dos Estados Unidos nas águas do
Sudeste Asiático como essas que a China tem agora.
Em 1996,
quando Pequim reforçava sua pressão sobre Taiwan, a ilha que considera parte de
seu território, Washington enviou dois porta-aviões à região e o governo
comunista chinês deu um passo para trás.
Seis anos
depois, a China incorporava à sua frota o porta-aviões Liaoning, adquirido por
US$ 20 milhões da Rússia.
Na
véspera do Ano Novo de 2016, funcionários de defesa confirmaram que agora o
gigante asiático está construindo seu próprio porta-aviões.
Em um
artigo na publicação Foreign Policy, o
analista James Holmes afirmou que a pergunta que o mundo deve se fazer agora é:
quantos porta-aviões a China construirá?
"Minha
opinião é que o país asiático está em busca de uma frota de sete, com o
objetivo de operar seis e utilizar o Liaoning como navio de treinamento. Isso é
bastante, considerando que os próprios americanos só têm 10."
Mas esse
não é o único motivo de preocupação de Washington: o país asiático também
desenvolveu um míssil chamado Dong Feng-21, que pode provocar danos catastróficos
a porta-aviões inimigos.
O DF-21 é
particularmente efetivo devido ao seu alcance (entre 800 e 1000 milhas
náuticas) e seu método de ataque: pode atingir seu alvo com velocidade
hipersônica e é incrivelmente difícil de ser interceptado.
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