Caros Leitores,
A agricultura familiar representa um componente cada vez mais importante dentro da produção de alimentos no Brasil, caracterizando-se como a maior produtora de alimentos do mercado interno.
Atualmente, cinco empresas chinesas estão enviando mais de trinta máquinas que serão testadas no Brasil, com um investimento total estimado em mais de R$ 2 milhões. Essas máquinas irão beneficiar diretamente as famílias agricultoras e terão um impacto positivo na produção de alimentos.
Para discutir esse tema, trazemos nesta semana uma notícia acerca do fortalecimento da agricultura familiar no Brasil, por meio da missão de cooperação com a China nesse setor.
Esperamos que gostem e compartilhem!
Alejandro Louro Ferreira é membro do Grupo de
Pesquisa em Estado, Instituições e Análise Econômica do Direito
Intercâmbio de tecnologia,
cooperação técnica e novos mercados. A busca em fortalecer a parceria entre a
China e o Nordeste brasileiro no acesso dos agricultores familiares às máquinas
e tecnologias levou a Câmara Temática da Agricultura Familiar do Consórcio
Nordeste à maior feira de mecanização e tecnificação da República Popular da
China, realizada de 25 a 28 de outubro, na cidade de Wuhan.
“Essa nova Missão
Sino-brasileira significa uma continuidade de uma parceria que se estabelece
com o Nordeste, com o Consórcio Nordeste”, explica o secretário estadual de
Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar, Alexandre Lima, coordenador da
Câmara Temática da Agricultura Familiar do Consórcio Nordeste.
Em 2021, um memorando de
entendimento assinado entre o Consórcio Nordeste e a Universidade Agrícola da
China (CAU), com foco na mecanização da tecnificação da agricultura familiar,
marcou o início dessa colaboração. Os contatos culminaram na visita de uma
missão chinesa ao Rio Grande do Norte em abril deste ano.
“Essa iniciativa, agora, visa
fortalecer a cooperação e trazer benefícios significativos para a agricultura
familiar no Rio Grande do Norte, no Nordeste e em todo o Brasil”, avalia
Alexandre Lima.
A parceria visa a mecanização da
agricultura familiar e a tecnificação no Nordeste do Brasil que enfrenta baixos
níveis, com apenas 2,3% de tecnificação na agricultura familiar. “Esse esforço
conjunto entre o governo do Rio Grande do Norte, o Consórcio Nordeste e o
Governo Federal, liderado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário e
Agricultura Familiar, visa preencher essa lacuna histórica”, explica Alexandre.
A mecanização agrícola adaptada
à realidade da agricultura familiar no Nordeste brasileiro é uma pauta que vem
sendo discutida desde 2020 pela Câmara Temática do Consórcio Nordeste, que
reúne gestores e gestoras dos nove estados da região e agora, a partir da
recriação do MDA, ganha o envolvimento do governo federal. No centro desse
processo está o Estado do Rio Grande do Norte, especialmente o município de
Apodi.
“O governo federal, a partir da
recriação do MDA, agora desempenha um papel fundamental nessa iniciativa,
apoiando a testagem de equipamentos chineses no município de Apodi, que se
tornará um campo internacional de testagem”, pontua Lima.
A iniciativa também envolve a
Universidade Agrícola da China e empresas chinesas que estão enviando máquinas
agrícolas de pequeno porte para o Brasil. Essas máquinas são adaptadas às
necessidades da agricultura familiar, sendo de fácil manuseio e manutenção, e
respeitando a realidade agrária, ambiental e social da região.
“Se a agricultura familiar já é
a maior produtora de alimentos do mercado interno, com essa tecnificação nós
vamos ampliar e ganhar escala. É um mundo que se abre, é uma nova perspectiva
que se abre”.
Atualmente, cinco empresas
chinesas estão enviando mais de trinta máquinas que serão testadas no Brasil,
com um investimento total estimado em mais de R$ 2 milhões. Essas máquinas irão
beneficiar diretamente as famílias agricultoras e terão um impacto positivo na
produção de alimentos.
“Estamos trazendo, por exemplo,
uma colheitadeira de arroz para Apodi, que é o maior produtor de arroz vermelho
do Rio Grande do Norte e um dos maiores do Nordeste, e já será utilizada a
partir do próximo ano pelos agricultores familiares do município”, enfatizou
Lima.
O objetivo é criar uma rede de
avaliação dessas máquinas, com mais de doze profissionais acompanhando seu
desempenho nas comunidades durante dois anos. “O Rio Grande do Norte está se
tornando um centro de testagem para esses equipamentos chineses, e a parceria
busca transferência de tecnologia e a instalação de fábricas chinesas na
região”, revela Lima. O foco é não apenas importar equipamentos, mas também
promover a produção local e a geração de empregos.
“A parceria entre o Rio Grande
do Norte e a China está criando oportunidades para a agricultura familiar,
especialmente para mulheres e jovens, além de promover a produção de alimentos
saudáveis e sustentáveis”, ressalta Alexandre ao explicar que a iniciativa pode
se tornar um exemplo de cooperação internacional bem-sucedida, com o Rio Grande
do Norte liderando o caminho para a tecnificação da agricultura familiar no
Brasil e na América Latina.
Além do secretário de Agricultura Familiar do Rio Grande do Norte, Alexandre Lima, o Subsecretário do Consórcio Nordeste, Diego Pessoa, representantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), e um consultor contratado pelo MST, João Mitsuí, participaram da Missão Sino-brasileira.
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