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Uma aliança global de biocombustíveis, formada por Brasil, Estados Unidos e Índia, deverá ser lançada no evento vinculado à reunião de cúpula do G20, em Nova Deli, na Índia. A aliança busca estimular o consumo global por etanol, com foco em mercados emergentes.
Para discutir esse tema, trazemos nesta semana uma notícia para debater e avaliar os principais aspectos relacionados ao tema, com o intuito de compreender como esse processo repercute no contexto dos países envolvidos nesta iniciativa, que representam alguns dos principais produtores deste ativo no planeta.
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Alejandro Louro Ferreira é membro do Grupo de Pesquisa em Estado, Instituições e Análise Econômica do Direito.
Uma aliança global de biocombustíveis, formada por Brasil, Estados Unidos e índia, deverá ser lançada no evento vinculado à reunião de cúpula do G20, em Nova Deli, na Índia. A ideia da aliança é estimular a produção e o consumo de etanol no mundo.
Do ponto de vista do mercado global de combustíveis, os três países que formam a aliança são, não por acaso, alguns dos principais produtores do ativo no planeta.
Segundo dados da Organização Internacional do Açúcar (OIA), a produção mundial de etanol cresceu em 2022, chegando a 109,4 bilhões de litros, acima dos 104,6 bilhões de litros produzidos no ano anterior. A organização estima que a produção deverá crescer em 2023, estimulada, principalmente, pela Índia.
A aliança deverá se chamar Global Biofuels Alliance (GBA, na sigla em inglês). Na prática, a iniciativa já foi lançada – ou, ao menos, arquitetada – no último mês de julho, em uma reunião preparatória para o G20, que contou com a participação do Brasil.
A ação estratégica da aliança envolve vender biocombustível a nações economicamente menos favorecidas, que poderão, na compra, reduzir o uso de carbono no setor de transportes. Junto aos governos, membros do setor privado de biocombustíveis participaram da elaboração da aliança.
Ainda não há detalhes sobre os países com potencial de compra de etanol que estarão envolvidos nas ações da aliança, o que deverá ser conhecido no lançamento oficial do bloco.
No mercado mundial de produção de etanol, os Estados Unidos, que tem no etanol de milho uma das suas bases energéticas, representam 55% da produção global, segundo dados da Associação de Combustíveis Renováveis (RFA, na sigla em inglês). O Brasil ocupa o segundo lugar, com cerca de 27% da produção.
Apesar de produzir 3% do etanol do mundo – o que a coloca na quinta posição do ranking global –, a presença da índia na aliança tem um objetivo voltado ao futuro. Isso porque o governo de Narendra Modi, anfitrião da reunião do G20, já anunciou que pretende ampliar o percentual de etanol na mistura na gasolina, chegando a 20% até 2025.
Atualmente, o percentual gira em torno dos 10%. Sem contar o potencial econômico geral da Índia, que, segundo um relatório do banco Goldman Sachs publicado em agosto, deverá ser responsável por 20% do crescimento da economia global até 2030, chegando ao posto de terceira economia mundial até o final da década.
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