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terça-feira, 5 de setembro de 2023

Cúpula dos Brics desafiará domínio ocidental e do dólar

Caros Leitores,


O foco da Cúpula dos BRICS (22 a 24 de Agosto de 2023) tem sido voltado ao planejamento estratégico e projetos visando a redução da dependência econômica e política dos países do Sul Global em relação ao Ocidente. 


Nesse sentido, temas como a ampliação do programa chinês da Iniciativa do Cinturão e Rota (Belt and Road Initiative) e a relativização acerca da hegemonia do dólar têm sido debatidos de modo a permitir maior representatividade no sistema internacional atuando, de certo modo, como um contraponto ao G7.


Para apresentar esse debate, trazemos nesta semana uma notícia que analisa os principais interesses e planos das nações que compuseram a 15a Cúpula dos BRICS.


Esperamos que gostem e compartilhem! 


Fernanda Lima é membro do Grupo de Pesquisa em Estado, Instituições e Análise Econômica do Direito.


A 15ª Cúpula do Brics, a ser realizada na África do Sul este mês, deve tornar o sistema de governança global mais justo e contrabalançar o domínio dos países ocidentais, disse Carlos Maria Correa, diretor executivo do Sul Center, à agência de notícias Xinhua nesta quarta-feira.

A agenda do evento terá como destaque os esforços de desdolarização (redução da hegemonia do dólar) e a expansão do bloco, disse Correa.

Expansão do bloco deve prevalecer na Cúpula dos Brics

O grupo das principais economias emergentes – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – realizará sua 15ª cúpula de chefes de estado e de governo em Joanesburgo entre 22 e 24 de agosto. Juntos, os países do Brics respondem por mais de 40% da população mundial e cerca de 26% da economia global.

“Uma questão chave para os Brics considerarem é a governança global. Há uma necessidade de mudar o sistema atual, que é injusto e assimétrico. Em particular, a arquitetura do sistema financeiro precisa de uma grande reforma”, disse Correa. Em especial, a questão da desdolarização.

Espera-se também que os líderes discutam a expansão do Brics com a inclusão de membros, definindo os critérios de admissão e os princípios orientadores.

“Entre minhas esperanças está que o atual grupo considere a incorporação de outros países”, disse Correa. “Isso vai ser muito importante porque vai dar volume ao Brics.”

“É claro que grandes economias, como Índia, Brasil e China, estão lá, mas se outros países também puderem ser incorporados, a dimensão política do Brics será melhorada significativamente.”

Contraposição ao G7

Até agora, mais de 20 países se inscreveram formalmente para se tornarem novos membros do Brics, incluindo Arábia Saudita, Irã, Emirados Árabes Unidos, Argentina, Indonésia, Egito e Etiópia.

Correa disse que, embora o G7 (grupo dos 7 países mais ricos alinhados aos EUA) e o G20 (das 20 maiores economias do mundo) “ainda influenciem muito os desenvolvimentos internacionais”, os grupos são “dominados pelos países desenvolvidos”.

“Mas os Brics têm um papel importante no contrapeso do G7 e do G20. Eles buscam soluções que estejam alinhadas com os interesses dos demais países em desenvolvimento”, afirmou.

Importância do Cinturão e Rota

Questionado sobre como a Iniciativa do Cinturão e Rota (BRI) da China contribuiu para a cooperação China-África, Correa disse: “Existem tantos projetos que foram realizados no contexto desta iniciativa, é muito difícil destacar apenas um. A contribuição tem sido imensa.”

“A criação de infraestruturas nos países africanos tem sido extremamente importante, como novos portos, centrais eléctricas e abastecimento de água. Esta é uma das razões pelas quais a cooperação Sul-Sul se tornou tão importante nos últimos anos”, afirmou.

O Centro Sul, com sede em Genebra, na Suíça, é uma organização intergovernamental de países em desenvolvimento que ajuda os países em desenvolvimento a combinar seus esforços e conhecimentos para promover seus interesses comuns na arena internacional.

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