Caros leitores,
No momento em que a população mundial atinge 8 bilhões de pessoas, aumenta-se a necessidade de compreender e discutir objetivamente os desafios desta realidade, ao mesmo tempo em que se busca mitigar desigualdades históricas, que afetam inclusive a distribuição da taxa de natalidade.
Diante disso, trazemos hoje uma notícia que destaca a mensagem do Secretário-Geral da ONU, António Guterres, em que destaca questões a serem enfrentadas como as mudanças climáticas e a realidade de desigualdade no cenário internacional, que promete afetar dramaticamente os países mais pobres.
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Ygor Alonso é membro do Grupo de Pesquisa em Estado, Instituições e Análise Econômica do Direito (GPEIA/UFF).
A população mundial atingiu 8 bilhões de pessoas nesta terça-feira (15), segundo estimativa da Organização das Nações Unidas (ONU). O levantamento mostra que o aumento de população do planeta, que nos últimos 12 anos ganhou mais um bilhão de habitantes, está concentrado nos países mais pobres do mundo, especialmente os da áfrica subsaariana.
Para as Nações Unidas, o número simbólico é um chamado à reflexão. Em mensagem publicada no site da entidade, o Secretário-Geral da ONU, António Guterres, citou a luta diária de bilhões de pessoas pelo mundo.
"Centenas de milhões estão enfrentando insegurança alimentar e até fome. Cada vez mais pessoas estão em busca de oportunidades e alívio por dívidas, guerras e desastres climáticos. A menos que superemos o abismo entre os que têm e os que não têm, estamos criando um mundo de 8 bilhões de pessoas cheio de tensões e desconfiança, crise e conflito", pontuou Guterres.
Diversos fatores impactam na contagem efetiva do número de pessoas vivas, e as Nações Unidas reconhecem que há uma "margem de erro". As estimativas apontam que este 15 de novembro é o dia mais provável para a chegada ao número, mas isso pode ter acontecido nos últimos dois anos (ou chegará efetivamente a acontecer até 2024).
Pesquisas da ONU mostram que o crescimento populacional está mais lento. Enquanto foram necessários 12 anos para que a população saltasse dos 7 para os 8 bilhões de pessoas, a estimativa atual é que levará mais 15 anos para que o número chegue a 9 bilhões, o que deve acontecer por volta de 2037. Depois disso, mais 21 anos para a chegada aos 10 bilhões, o que deve ser o ápice da população mundial, que então passará decrescer lentamente.
Enquanto países de mais alto poder econômico têm percebido crescimento mais lento (ou até mesmo reduções) em suas populações, outras nações seguem com altas taxas de natalidade. Segundo a ONU, mais de metade do crescimento populacional nas próximas décadas vai se concentrar em oito países, a maioria na África: Congo, Egito, Etiópia, Nigéria e Tanzânia. Se somam à lista os asiáticos Índia (que já em 2023 deve superar a China como país mais populoso do mundo), Paquistão e Filipinas.
"Muitos países do Sul Global enfrentam enormes dívidas, pobreza e fome crescentes e os impactos cada vez maiores da crise climática. Eles têm poucas chances de investir em recuperação sustentável da pandemia, na transição para energia renovável ou em educação e treinamento para a era digital. A raiva e o ressentimento contra os países desenvolvidos estão chegando ao limite", afirmou Guterres.
O discurso do Secretário-Geral das Nações Unidas seguiu o tom incisivo citando "falta de confiança" entre líderes internacionais e cobrando avanços nas negociações para garantir melhores condições de vida para as pessoas dos países mais pobres.
"O primeiro passo é reconhecer que essa desigualdade desenfreada é uma escolha, e que os países desenvolvidos têm a responsabilidade de reverter – a partir deste mês na conferência climática da ONU no Egito e na cúpula do G20 em Bali. Espero que a COP27 veja um Pacto de Solidariedade Climática histórico sob o qual economias desenvolvidas e emergentes se unam em torno de uma estratégia comum e combinem suas capacidades e recursos para o benefício da humanidade", complementou o líder da ONU.
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