Caros leitores,
Vivemos em um momento onde a situação referente à soberania de Taiwan, que é disputada entre a própria nação e o governo da China, atinge um novo ponto de tensão. A visita da presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos ao local, em um marco geopolítico de apoio do país à região, acirrou ainda mais os ânimos e promete trazer efeitos que serão sentidos nos próximos anos.
Diante disso, trazemos hoje uma notícia que destaca encontro do ministro das Relações Exteriores da China com o ex-secretário de Estado dos EUA Henry Kissinger, responsável pela formulação da política externa do país na década de 60. O plano de fundo do encontro foi justamente o conflito referente a Taiwan.
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Ygor Alonso é membro do Grupo de Pesquisa em Estado, Instituições e Análise Econômica do Direito (GPEIA/UFF).
O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, encontrou o ex-secretário de Estado dos EUA Henry Kissinger, na segunda-feira (19). De acordo com relato da chancelaria chinesa, Wang destacou "que a tarefa premente é gerir adequadamente a questão de Taiwan".
"Um ditado chinês diz que 'Para defender um centímetro de terra, um país não hesitará em sacrificar milhares de tropas'. O ditado reflete a vontade e a determinação do povo chinês. Se a Lei Antissecessão for violada, a China certamente tomará medidas firmes de acordo com a lei para salvaguardar a soberania nacional e a integridade territorial. Wang Yi enfatizou que, para manter a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan, os EUA devem retornar ao verdadeiro significado do princípio de uma só China e se opor inequivocamente e conter as atividades de 'independência de Taiwan'", relatou sobre o encontro o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin, em coletiva de imprensa.
A Lei Antissecessão, aprovada por Pequim em 2005, prevê que a China pode tomar medidas não pacíficas para assegurar a sua integridade territorial.
O encontro ocorre durante uma escalada da tensão em torno da ilha que se considera independente, enquanto a China diz que se trata de uma província rebelde que faz parte de seu território. O presidente da China, Xi Jinping, já afirmou que apoiar a independência de taiwanesa é "brincar com fogo".
No domingo (18), o presidente dos EUA, Joe Biden, afirmou em entrevista que os estadunidenses defenderiam Taiwan no caso de uma invasão chinesa. Washington também tem aumentado suas vendas de armas para a ilha. O mais recente pacote de auxílio militar, de USS$ 6,5 bilhões, já foi aprovado pelo Comitê para as Relações Externas do Senado dos Estados Unidos.
De acordo com o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, "os participantes dos EUA" na reunião entre Wang Yi e Kissinger destacaram que "as duas maiores economias do mundo que são interdependentes".
"Os dois lados precisam trabalhar em espírito de cooperação e na direção certa e manter diálogos construtivos e produtivos em vários níveis. Pequenos passos podem se transformar em grandes progressos. O nível de confiança também aumentará. Isso contribuirá para a paz mundial, estabilidade e prosperidade", disse Wang Wenbin.
Henry Kissinger teve grande influência na formulação política dos EUA entre 1969 e 1976, nas presidências de Richard Nixon e Gerald Ford, tanto como Conselheiro para Assuntos de Segurança Nacional quanto Secretário de Estado. Nesse período, foi realizado um acordo para acabar com a guerra do Vietnã, que acabou prorrogando as operações militares estadunidenses no país. Também no intervalo de tempo o governo de Salvador Allende foi derrubado por um golpe que colocou Augusto Pinochet e o exército da Indonésia invadiu de forma violenta o Timor Leste com o apoio dos EUA, o que levou a milhares de mortos.
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