Caros leitores,
É certo que vivemos um momento de desafios marcantes no ensino superior brasileiro, em especial o público, diante de diminuições orçamentárias e dificuldade de manutenção de diferentes universidade e institutos. No entanto, mesmo diante de todos esses obstáculos, a educação universitária brasileira segue obtendo marcos relevantes, não apenas internamente mas em escala global.
Diante disso, trazemos hoje uma notícia que destaca a participação das instituições brasileiras no ranking de impacto global divulgado pela Times Higher Education (THE), do Reino Unido, e que mede a aderência das faculdades pelo globo às metas de desenvolvimento sustentável das Nações Unidas. Com destaque em diferentes questões como a energia limpa, o Brasil se coloca na lista de países com mais representantes no ranking, ainda que em meio a tantos desafios.
Esperamos que gostem e compartilhem!
Ygor Alonso é membro do Grupo de Pesquisa em Estado, Instituições e Análise Econômica do Direito (GPEIA/UFF).
O Brasil está entre os 10 países com mais universidades presentes no ranking de impacto global elaborado pela publicação britânica Times Higher Education (THE), divulgado nesta quarta (27/04) no encontro de Inovação e Impacto em Estocolmo, na Suécia. São 48 instituições brasileiras na lista, que mede o comprometimento das universidades com a sustentabilidade.
A universidade mais bem colocada é a USP (Universidade de São Paulo), que é a única brasileira entre as 100 primeiras do ranking. Ela divide o 62º lugar com a Universidade College Cork, da Irlanda. A USP, no entanto, caiu de posição - no ano passado estava em 48º lugar.
A Unicamp (Universidade de Campinas) está entre as posições 101 e 200. A UnB (Universidade de Brasília) e a Unesp (Universidade Estadual de São Paulo) estão entre as posições 201 e 300.
A THE faz diversos rankings sobre educação superior desde 2004. Tradicionalmente, as listas classificam as universidades internacionais por reputação ou conforme seu ambiente de aprendizado, quantidade de pesquisas, citações recebidas e transferência de tecnologia no ambiente universitário.
No entanto, diferentemente das classificações tradicionais, o ranking de impacto global da THE mede a contribuição das instituições para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU (Organização das Nações Unidas). Isso é feito através da avaliação do comprometimento das universidades com a sustentabilidade em quatro áreas amplas: pesquisa, gestão de recursos, alcance e ensino.
Dentro dessas áreas amplas as universidades foram avaliadas em cada um dos 17 objetivos da ONU - como erradicação da fome e da pobreza, igualdade de gênero, paz e justiça, entre outros.
Em um dos critérios - energia limpa e acessível - a USP ficou em 5º lugar no mundo. A Universidade de Fudan, na China, ficou em primeiro neste critério, que avalia o quanto a instituição contribui para pesquisa em energia, seu uso e políticas de energia e seu comprometimento com a eficiência energética.
O primeiro lugar no ranking geral ficou com a Universidade Ocidental de Sidney, na Austrália. O Reino Unido foi destaque no ranking pelo segundo ano consecutivo: foi o país que teve mais universidades (20) entre as 100 primeiras, seguido pela Austrália (17) e pelo Canadá (16).
Foram avaliadas 1.5024 universidades de 110 países/regiões do mundo, mas o ranking geral inclui 1.406 instituições. Os dados foram coletados com as próprias universidades e com a Elsevier, uma empresa especializada em conteúdo científico, técnico e médico.
A informações são referentes ao ano de 2020 - em alguns casos os dados são de 2019 por causa de disrupções geradas pela pandemia de covid.
Os objetivos da ONU
Os objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU, segundo a entidade, são "um apelo global à ação para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e garantir que as pessoas, em todos os lugares, possam desfrutar de paz e de prosperidade".
Segundo a entidade, o programa é "ambicioso" e aborda "várias dimensões do desenvolvimento sustentável (sócio, económico, ambiental)"
São 17 objetivos para serem alcançados até 2030, cada um com seus próprios critérios de avaliação e metodologias de implementação:
- Erradicação da pobreza
- Fome zero e agricultura sustentável
- Saúde e bem-estar
- Educação de qualidade
- Igualdade de gênero
- Água potável e saneamento
- Energia limpa e acessível
- Trabalho decente e crescimento econômico
- Indústria, inovação e infraestrutura
- Redução das desigualdades
- Cidades e comunidades sustentáveis
- Consumo e produção responsáveis
- Ação contra a mudança global do clima
- Vida na água
- Vida terrestre
- Paz, Justiça e Instituições eficazes
- Parcerias e meios de implementação
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