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sexta-feira, 20 de agosto de 2021

Quando um engenheiro trabalha como Uber, é preciso melhorar a economia e não fechar Universidades


Caros leitores,

É sabido que o ensino superior nacional, especialmente aquele de caráter público, dispõe de importância fundamental no desenvolvimento científico e na redução de desigualdades. No entanto, ainda assim se perpetuam discursos que buscam mitigar a necessidade de democratização ampla de seu acesso, sob a alegação de que se tem uma escala excessiva de acesso à universidade.

Nesse sentido, trazemos hoje uma coluna com o ex-ministro da Educação e Professor da Universidade de São Paulo (USP) Renato Janine Ribeiro, em que este analisa essas críticas sobre a dimensão do ensino superior no País e defende a importância de garantirmos esse pleno acesso em uma sociedade marcada pela desigualdade.

Esperamos que gostem e compartilhem!

Ygor Alonso é membro do Grupo de Pesquisa em Estado, Instituições e Análise Econômica do Direito (GPEIA/UFF).

Nesta coluna, Renato Janine Ribeiro comenta uma fala do ministro da Educação, Milton Ribeiro, que afirmou que a universidade deve ser para poucos e que o foco deveria ser a formação técnica, por meio dos institutos federais.

Para o colunista, a afirmação é um equívoco. Janine lembra que, em 2002, o Brasil tinha cerca de 3 milhões de alunos no ensino superior e, quando a ex-presidente Dilma Rousseff saiu do cargo, em 2016, esse número era de cerca de 8,5 milhões. Um aumento aproximado de 10% para mais de 20% de jovens entre 18 e 24 anos no ensino superior, nesse período.

Janine conta que, ao ocupar o cargo de ministro da Educação, entre abril e setembro de 2015, aprendeu que há uma linha divisória de 16%: abaixo disso, o País é muito elitista; acima disso, as coisas começam a melhorar. Argentina e Uruguai, diz o colunista, têm mais de 30%, enquanto os países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) estão na faixa dos 50%.

“Quanto ao argumento do ministro de que há engenheiros que estão trabalhando como Uber, esse problema é mais da economia do que da educação, é um sinal de que a economia não está bem, é um sinal de que o Brasil está desperdiçando talentos”, aponta. Para Janine, há todo um potencial humano no País que precisa ser desenvolvido. E, nos momentos em que a economia do País está prosperando, uma das primeiras coisas que aparecem é a falta de pessoal qualificado, principalmente engenheiros.

Janine comenta ainda sobre os institutos federais, que têm um papel importante no ensino técnico, a exemplo do que é feito pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). Para o professor, é muito importante a formação de técnicos para a economia, mas isso não significa, de modo algum, que a formação universitária deva ser liquidada.

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