Olá alunos,
O debate pertinente as matrizes energéticas é extremamente atual, principalmente por conta da questão ambiental. Quando uma nação que teve boa parte de seu crescimento apoiado em fontes altamente poluentes passa a sinalizar na direção oposta é um sinal de que grandes investimentos serão feitos nessa área visando orientar o mercado e a sociedade como um todo a abandonar esta prática ultrapassada no médio e longo prazo.
Esperamos que gostem e participem!
Lucas Pessôa é membro do Grupo de Pesquisa "Estado, Instituições e Análise Econômica do Direito" - GPEIA
O governo federal alemão e os quatro estados carboníferos do país acertaram nesta quarta-feira (15/01) um cronograma de fechamento de usinas para encerrar a produção de energia elétrica a partir de carvão na Alemanha.
Pelo acordo, a Alemanha fechará suas últimas usinas em 2038, como já havia sido anunciado há um ano, e o governo destinará, nos próximos 15 anos, 4,35 bilhões de euros para a indenização das operadoras das centrais elétricas.
A primeira usina deverá ser fechada já este ano, seguida de mais três em 2021 e mais quatro em 2022. O cronograma prevê o fechamento de 30 usinas a carvão no país.
Além disso, os quatro estados carboníferos – Renânia do Norte-Vestfália, Saxônia-Anhalt, Saxônia e Brandemburgo – receberão uma ajuda financeira de 40 bilhões de euros até 2038 como compensação pelo fim da exploração carbonífera.
A oposição criticou as indenizações às empresas, consideradas excessivas, e afirmou que consumidores e contribuintes pagarão a conta do abandono do carvão para que acionistas não sejam prejudicados. "Dinheiro de impostos não existe para agradar empresas", afirmou o líder da bancada do A Esquerda, Dietmar Bartsch.
O acordo prevê também o fim das licenças de exploração na floresta milenar de Hambach (Oeste), ameaçada pelo avanço de uma mina de linhito e que se converteu num símbolo da luta dos ambientalistas contra o carvão na Alemanha.
Em 2026 e 2029 será feito um balanço parcial do fechamento das usinas movidas a carvão, com o objetivo de avaliar se será possível adiantar a data final de 2038 para 2035.
O acordo foi acertado numa reunião de seis horas entre a chanceler federal, Angela Merkel, os ministros das Finanças, da Economia e do Meio Ambiente e os governadores dos quatro estados afetados.
O cronograma acertado será agora submetido às operadoras das centrais elétricas e depois vai virar projeto de lei, ainda este mês.
O acordo não muda os planos de instalar uma nova usina elétrica a carvão de hulha, Datteln 4, na Renânia do Norte-Vestfália, em funcionamento ainda em 2020. Ambientalistas haviam criticado que a usina comece a operar justamente quando o país debate o fim da energia a carvão e em meio à crise climática mundial.
O abandono do carvão, uma fonte de energia barata, mas altamente poluente, ficou mais complicado na Alemanha depois da decisão de abandonar a energia nuclear, anunciada em 2011 e prevista para ocorrer até 2022.
O carvão foi um elemento fundamental para o desenvolvimento industrial alemão e ajudou o país a se tornar a maior economia da União Europeia. A Alemanha ainda gera um terço de sua eletricidade em centrais elétricas que usam a hulha e o linhito.
A ministra do Meio Ambiente, Svenja Schulz, destacou que a Alemanha é a primeira nação a abandonar a energia nuclear e o carvão, o que ela chamou de um "importante sinal" para os demais países.
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