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segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

Análise: Brics em Brasília, entre reafirmação e reconfiguração

Presidentes Jair Bolsonaro, Vladimir Putin e Xi Jinping 

Olá alunos, A notícia de hoje trata de mais um das consequências oriundas da política externa do atual governo. Esperamos que gostem e participem! Lucas Pessôa é membro do Grupo de Pesquisa "Estado, Instituições e Análise Econômica do Direito" - GPEIAcomo criar uma loja
Olá alunos, como criar uma loja
Olá alunos, 

Trazemos hoje uma notícia que ilustra como foi encontro entre as lideranças dos países membros do BRICS. 

Esperamos que gostem e participem!
Lucas Pessôa é membro do Grupo de Pesquisa "Estado, Instituições e Análise Econômica do Direito" - GPEIA

Foi como um encontro de velhos amigos, afirmou o presidente Jair Bolsonaro após o encontro de cúpula dos Brics em Brasília. De fato, os líderes reunidos se assemelhavam, sobretudo na idade e no gênero: os chefes de Estado do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul têm todos mais de 60 anos de idade. Mas para encontrar outros pontos em comum, em sua reunião sob a égide brasileira, eles vão ter que se esforçar muito.

No comunicado final, manifestaram consenso quanto à intenção de fomentar o multilateralismo, rechaçar o protecionismo e ampliar o comércio dentro do bloco. Atrás dessa reivindicação, estava uma crítica indireta aos Estados Unidos do presidente Donald Trump – mas só indireta mesmo, pois o presidente populista de direita do Brasil é fã declarado de seu colega americano, e também para a Índia os EUA são um parceiro comercial estrategicamente importante.

Ainda assim evidenciou-se que, enquanto os conflitos de interesse dentro do Brics aumentaram, o significado do bloco como associação dos países emergentes em rápido crescimento diminuiu. Foi sob o aspecto do crescimento que, na década de 2000, o Jim O'Neill, economista-chefe do banco de investimentos Goldman Sachs, reuniu quatro países sob o acrônimo Bric.

Em 2010, por motivos políticos, a África do Sul foi acrescentada, como representante do continente africano. Contudo o bloco, responsável por 40% da população mundial e cerca de um terço do produto econômico mundial, se transformou numa constelação heterogênea.

É fato que se manteve a divisão de trabalho original, elaborada por O'Neill ao propor o Bric: na economia mundial, China é a fabricante industrial ("galpão"); Índia, a prestadora de serviços ("fábrica de ideias"); Brasil, o fornecedor de produtos agrários e matérias-primas ("alimentador"); e Rússia, a de petróleo e gás ("posto de abastecimento").

Contudo a Índia e a China cresceram vertiginosamente, deixando seus parceiros do Brics para trás: desde 2001, sua participação na economia mundial cresceu de 12% para 27%, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI). Por sua vez, Rússia, Brasil e África do Sul caíram de 7% para 6%. Após vários anos de crise, estes dois últimos se mantiveram como potências regionais, na periferia da economia mundial, enquanto a Rússia segue na liderança militar do grupo.

Entretanto, o fato de os demais chefes de Estado terem se disposto a percorrer o longo caminho até Brasília mostra que importância ainda conferem ao bloco, como centro de poder geopolítico alternativo.

O presidente chinês, Xi Jinping, criticou que o crescente protecionismo internacional faça estagnar o comércio e os investimentos. Em Brasília, ele se posicionou como o economista de mercado, protetor do clima e incentivador da economia digital global – obviamente como alternativa a Trump.
Seu homólogo russo, Vladimir Putin, cuja economia sofre com as sanções da União Europeia, declarou interesse em maior cooperação internacional nas áreas de farmacêutica, viagem aérea e espacial, informática e tecnologia nuclear. O chefe de Estado indiano, Narendra Modi, em contrapartida, quer intensificar o livre-comércio dentro do Brics.

O anfitrião Bolsonaro manteve-se bastante reservado, do ponto de vista político. Chamou a atenção o modo como cortejava Xi Jinping: apenas um ano atrás, em sua campanha eleitoral, ele bradava contra a expansão chinesa no Brasil. Agora, expressou gratidão por os conglomerados de energia chineses terem impedido que o recente megaleilão do pré-sal fosse um completo fiasco.
Xi mostrou-se generoso, anunciando um fundo de investimento no valor de 100 bilhões de dólares, a ser criado para projetos de infraestrutura no Brasil. A China pretende disponibilizar 15 bilhões de dólares imediatamente, tão logo o Brasil possa garantir uma participação própria de 5 bilhões de dólares.


Olá alunos, A notícia de hoje trata de mais um das consequências oriundas da política externa do atual governo. Esperamos que gostem e participem! Lucas Pessôa é membro do Grupo de Pesquisa "Estado, Instituições e Análise Econômica do Direito" - GPEIAcomo criar uma loja
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