Olá alunos.
A notícia de hoje comenta o alto nível de endividamento da população brasileira.
Esperamos que gostem e participem,
Lauro HCMSJr é monitor da disciplina "Economia Política e Direito" da Universidade Federal Fluminense.
Início de ano é sinônimo de contas a pagar, seja matrícula escolar, débitos feitos no natal ou pagamento do IPVA. Com tantos compromissos financeiros à vista, muitos brasileiros acabam começando o novo ano endividados.
Prova disso vem do estudo feito pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), que mostra que 3 a cada 10 brasileiros não quitaram ou deixaram de realizar o pagamento de ao menos uma conta em 2017.
Além disso, o estudo revelou que quase metade da população adulta do País (47%) esteve ou permaneceu no cadastro de inadimplência no último ano. O índice é ainda maior entre as classes C, D e E, onde o percentual chega a 50%. Entre os débitos que foram mais negligenciados no ano passado estão: cartão de crédito (39%), internet (28%) e telefonia (26%).
Apesar de não honrarem todos os compromissos financeiros, 8 a cada 10 participantes da pesquisa afirmaram que mudaram seus hábitos financeiros após entrarem na lista de proteção ao crédito.
Segundo o estudo do SPC, as medidas que mais foram usadas para fugir da inadimplência são: ter controle financeiro (49%), não comprar por impulso (39%), comprar apenas à vista (34%), construir uma reserva financeira (32%), não usar o cartão de crédito (28%) e até mesmo cancelar o cartão (17%).
Outro dado que a pesquisa levantou foi em relação ao percentual de brasileiros que consegue poupar dinheiro com regularidade e aqueles que fecham o mês com uma folga na conta bancária. Entre os brasileiros com renda acima de cinco salários mínimos, apenas 3 em cada 10 pessoas conseguiram encerrar o mês de novembro de 2017 com dinheiro sobrando.
Com relação aos poupadores, apenas 5% dos pesquisados conseguem economizar uma quantia fixa todo mês. As pessoas que guardam apenas o que sobra no fim do mês, por sua vez, somaram 25%. Isto é, um quarto dos poupadores só economiza quando o orçamento permite.
O destino da maioria do dinheiro poupado não é novidade para muitos. Entre os participantes, 60% costumam guardar as economias na caderneta de poupança. Em segundo lugar ficaram as menções de quem prefere deixar dinheiro em casa, com 18%. No ranking de mais citados ainda estão: fundos de investimento (13%), previdência privada (10%), certificados de depósito bancário (8%) e Tesouro Direto (4%).
Mesmo com a queda da taxa Selic desde o fim de 2016, que impactou negativamente o rendimento poupança , muitos brasileiros não abriram mão de utilizar a caderneta. Preferida por grande parte da população do País, a aplicação é prática, acessível e democrática.
Apesar dos benefícios, o quesito mais importante deixa a desejar: a rentabilidade. Desde que a Selic ultrapassou o patamar de 8,50% ao ano, em setembro de 2017, a poupança passou a render apenas 70% da taxa mais a Taxa Referencial. Com isso, a rentabilidade entregue aos poupadores não é muito satisfatória.
Outras modalidades de investimento, como o Tesouro Direto, permitem aplicações com valores baixos e oferecem a facilidade na hora de investir, assim como a caderneta. Com a vantagem de poder render mais que a poupança.
Para aqueles que estão endividados e querem começar a investir, o mais importante é quitar todos os débitos antes. Regularizar sua situação financeira é um pré-requisito para quem quer construir um futuro sem problemas e dores de cabeça.
Construir uma reserva de emergência também é importante para evitar que acontecimentos inesperados, como desemprego ou problemas de saúde, atrapalhem o equilíbrio do orçamento.
Muitos brasileiros inadimplentes dizem que o grande problema do endividamento é o cenário econômico que o País enfrenta. No entanto, mesmo em panoramas mais favoráveis, muitas pessoas permanecem inadimplentes, comprovando que em muitos casos a maior dificuldade é controlar as finanças e gerenciá-las da forma correta.