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domingo, 22 de maio de 2016

Clima econômico da América Latina melhora em abril, mas permanece desfavorável



Olá alunos, 

A notícia de hoje mostra que, o indicador Ifo/FGV de Clima Econômico da América Latina (ICE) aponta para uma pequena melhora no cenário econômico latino a americano relativa ao mês de abril, mas revela  a necessidade de diversas mudanças que ainda precisam ser realizadas. Com relação ao Brasil, podemos mencionar como principais problemas: a falta de confiança nas políticas do governo, o déficit público, o desemprego e a falta de competitividade internacional.

Esperamos que gostem e participem.
Palloma Borges, monitora da disciplina "Economia Política e Direito" da Universidade Federal Fluminense.

O indicador Ifo/FGV de Clima Econômico da América Latina (ICE) – elaborado em parceria entre o Instituto alemão Ifo e a FGV tendo como fonte de dados a Ifo World Economic Survey (WES) – avançou pelo segundo trimestre consecutivo, ao passar de 72 pontos para 74 pontos entre janeiro e abril de 2016. A alta foi determinada pela melhora das expectativas. O Índice de Expectativas (IE) subiu 4 pontos, de 84 para 88 pontos; enquanto o Índice da Situação Atual (ISA) ficou estável em 60 pontos.
Estes resultados, no entanto, estão distantes de serem animadores. Primeiro porque todos os indicadores estão na zona desfavorável e abaixo da média histórica dos últimos dez anos. Segundo, porque a região está com desempenho relativamente pior do que o da média mundial. O ICE do mundo registrou uma pequena melhora e situa-se agora exatamente em 100 pontos, no limite entre as zonas de clima desfavorável e favorável.
A melhora no plano mundial é liderada pelos países desenvolvidos, exceto o Japão, cujo ICE caiu 30 pontos em relação ao trimestre anterior. Nos Estados Unidos, todos os indicadores subiram e se encontram na região favorável. Na União Europeia, o ICE recuou marginalmente influenciado pelo ISA, mas permanece na zona favorável. No grupo dos principais países em desenvolvimento (BRICS), apesar de todos registrarem avanço no ICE, apenas a Índia está na zona favorável. Estamos longe, porém, de uma fase de crescimento sustentado como o que ocorreu antes da Crise de 2008. Entre julho de 2003 e janeiro de 2008, o ICE permaneceu na zona favorável capitaneado, em especial, pelo desempenho da China. 
Na amostra de países da América Latina selecionados individualmente para análise, só dois registraram ICE favorável na Sondagem de abril: Paraguai e Peru. O Paraguai já estava na zona favorável em janeiro e o aumento no indicador foi de apenas um ponto. No Peru, o ICE passou de 97 pontos para 104 pontos, com melhora tanto das avaliações sobre a situação atual e quanto das expectativas. No dia 5 de junho haverá eleições presidenciais no país e parece que os dois principais candidatos são avaliados positivamente. O IE aumentou 8 pontos, passando a 114 pontos, em abril.
Todos os outros países da América Latina registram ICE desfavorável e podem ser divididos em dois grupos. O primeiro seria o dos países com ICE desfavorável, mas com tendência de melhora. Neste grupo estariam Brasil, Colômbia, México e Uruguai. Em todos esses, a alta do ICE é liderada pelas expectativas. No Brasil, a percepção sobre a situação atual permaneceu no patamar mínimo, mas o Indicador das Expectativas (IE) cresceu 16 pontos. Nos outros países, o ISA ficou constante (México) ou piorou (Colômbia e Uruguai).  Neste grupo, o ICE mais baixo é o do Brasil (55 pontos) e o mais alto é o da Colômbia (93 pontos) seguido do México (89 pontos) e do Uruguai (85 pontos).
O outro grupo de países apresentou queda ou estabilidade do ICE entre janeiro e abril e níveis diferentes de qualidade do Clima Econômico. No Chile, o baixo preço do cobre e os debates sobre reformas trabalhistas são alguns dos fatores ressaltados por especialistas para explicar a queda no ICE de 65 pontos para 50 pontos. O ISA chegou ao patamar mínimo (20 pontos) e o IE caiu para 80 pontos. Na Argentina, as expectativas com o novo governo se acomodaram e, passada a fase de “euforia”, o ICE caiu de 166 pontos para 140 pontos, o que ainda é um ótimo resultado. À exceção de janeiro de 2016, este o maior indicador desde outubro de 2003. Venezuela e Equador permaneceram na mesma posição de janeiro de 2016. Ambos com ICEs muito baixos.
A Sondagem de abril traz a avaliação dos principais problemas que os países enfrentam para crescer. Brasil, Chile, Equador e Venezuela consideram como o principal problema a falta de confiança nas políticas do governo. O segundo principal problema no Brasil é o déficit público (o mesmo na Argentina, Colômbia e Uruguai). O terceiro problema no Brasil é desemprego (o mesmo para o Paraguai). A falta de competitividade internacional é o quarto problema para o Brasil, mas é o primeiro para a Bolívia e o Chile e o segundo para Equador, Paraguai, Peru e Uruguai.

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